Bovespa fecha em queda de 2,55% com cautela na reta final das eleições

Publicado em 20/10/2014 16:11 e atualizado em 20/10/2014 17:25

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A Bovespa abriu a semana no vermelho, em meio à cautela com a proximidade do segundo turno da eleição presidencial, após nova pesquisa reforçar o quadro equilibrado na disputa, com a sessão também marcada pelo exercício de opções sobre ações.

O Ibovespa caiu 2,55 por cento e fechou a 54.302 pontos nesta segunda-feira. O volume financeiro do pregão alcançou 10,7 bilhões de reais, inflado pelo vencimento dos contratos de opções.

Pesquisa CNT/MDA mostrou pela manhã empate técnico entre Dilma Rousseff, que tenta a reeleição pelo PT, e o candidato do PSDB, Aécio Neves, mas com vantagem numérica da petista. Dilma teve 45,5 por cento e Aécio, com 44,5 por cento.

"Com os dados da CNT/MDA mostrando um empate técnico, expectativa para as próximas pesquisa na reta final aumenta", citou o BTG Pactual, em nota a clientes.

Ainda são aguardadas para esta segunda-feira outras pesquisas de intenção de votos, com destaque para o Datafolha. E, como em outros pregões, o mercado não deixou de especular sobre o possível resultado do levantamento, segundo operadores.

"Essa semana é a decisiva, logo com menos margem para erro", disse o analista de renda variável Fabio Lemos, da São Paulo Investments, explicando a atitude mais defensiva ao longo da sessão.

Entre as ações influenciadas pela dinâmica eleitoral, os papéis preferenciais da Petrobras recuaram 6,13 por cento, enquanto os papéis ordinários da estatal cederam 5,83 por cento.

O investidor Jim Chanos, um dos pioneiros da indústria de fundos de hedge, afirmou nesta segunda-feira que está apostando contra a Petrobras (ações e dívida), dizendo que a companhia "existe para servir o Estado".

Banco do Brasil e Eletrobras também recuaram.

Perspectivas de alternância do governo federal têm levado a alta na bolsa nos últimos meses e vice-versa, uma vez que operadores e analistas do mercado têm manifestado insatisfação com as diretrizes econômicas da atual gestão.

Profissionais do mercado ouvidos pela Reuters também começam a questionar o nível de preço na bolsa e a manutenção do fluxo de recursos para as ações, mesmo que a oposição vença as eleições, uma vez que, na visão deles, 2015 tende a ser difícil para a economia do Brasil, ao mesmo tempo em que o crescimento global ainda preocupa.

Apesar de ter recuado quase 12 por cento em setembro, o Ibovespa ainda acumula alta superior a 5 por cento no ano, incluindo as perdas desta sessão.

As previsões para a safra de balanços de terceiro trimestre das empresas listadas no índice, que começa esta semana, corroboram certo desalento, embora a avaliação é de que a cena eleitoral concentre as atenções até domingo.

Em relatório recente, a equipe do Santander estimou que os resultados trimestrais corporativos devem vir fracos em termos de crescimento e com qualidade pior.

No exterior, notícias corporativas também pesaram nos pregões europeus e chegaram a pressionar os futuros acionários norte-americanos. As ações nos Estados Unidos, contudo, fecharam em alta nesta segunda-feira.

 

OUTROS

As ações da Oi recuaram 6,4 por cento, na esteira da queda de mais de 10 por cento das ações da Portugal Telecom. As duas empresas estão em processo de fusão. No final do pregão, a operadora brasileira informou que a liquidação de ativos da holding Rioforte não terá qualquer impacto na sua fusão com a Portugal Telecom.

Fora do índice, a ação da Fleury caiu 5,7 por cento, após divulgar que fracassaram as negociações entre o controlador da empresa de diagnósticos e a gestora de recursos Gávea Investimentos.

A sessão na Bovespa também foi marcada na primeira etapa pelo vencimento de contratos de opções sobre ações, que movimentou 3,6 bilhões de reais.

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Fonte:
Reuters

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