Dólar cai quase 2% e volta a 2,47, com correção e exterior

Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda de quase 2 por cento nesta terça-feira, corrigindo boa parte da expressiva alta da véspera que se seguiu à reeleição de Dilma Rousseff (PT).
Investidores aguardam novos sinais sobre como será a próxima equipe econômica e muitos acreditam que a vitória da petista já foi em grande parte precificada.
Segundo analistas, até que haja mais definições sobre como se comportará o governo nos próximos quatro anos, a perspectiva é de volatilidade.
A moeda norte-americana caiu 1,94 por cento, a 2,4740 reais na venda, após atingir 2,4705 reais na mínima do dia. Na segunda-feira, a divisa havia subido mais de 2,5 por cento, maior alta em quase 3 anos.
Segundo dados da BM&F, o giro financeiro nesta sessão ficou em torno de 1,4 bilhão de dólares.
"Parece que boa parte do mau humor com a reeleição de Dilma já foi colocado no preço nos últimos meses. Agora, investidores estão esperando para saber mais detalhes sobre o próximo governo para ajustar suas posições", afirmou o economista da 4Cast Pedro Tuesta.
Dilma, cuja atual política econômica é alvo de críticas nos mercados financeiros, foi reeleita no domingo na disputa mais apertada desde a redemocratização do país.
A perspectiva de que a petista poderia vencer a corrida eleitoral já havia tirado o dólar da casa dos 2,20 reais para perto de 2,50 reais de setembro para cá, com alguns analistas argumentando que o câmbio já tinha se ajustado ao resultado eleitoral.
Nesta terça-feira, o gestor de hedge fund Jim Chanos disse à Reuters que reduziu algumas apostas contra o Brasil, afirmando que a maior parte do risco do país já foi precificado após as fortes vendas dos dois últimos meses.
Outros analistas, antes do segundo turno, falavam que a moeda norte-americana poderia ir a até 2,70 reais com uma vitória de Dilma.
Agora, o mercado quer saber quem substituirá o atual ministro da Fazenda, Guido Mantega.
"O dólar sem dúvida vai escolher uma direção depois da escolha do ministro. Se for alguém que agrada, o dólar pode cair mais. Se for alguém de quem o mercado não gosta, a pressão (de alta) volta", disse o operador de uma corretora internacional.
No exterior, uma série de indicadores econômicos mistos sobre os EUA levou alguns operadores a apostar que o Federal Reserve, banco central norte-americano, pode sinalizar em sua decisão de quarta-feira que só elevará os juros em meados de 2015. O aperto monetário nos EUA, quando ocorrer, reduzirá a atratividade de investimentos em países emergentes, como o Brasil.
"O Brasil tem suas próprias preocupações, mas o dólar está fraco globalmente hoje", disse o estrategista sênior de câmbio para mercados emergentes do Scotiabank, Eduardo Suarez.
A moeda dos EUA recuava contra divisas como o euro e outras moedas de países emergentes além da brasileira, como os pesos chileno e mexicano.
Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 2 mil contratos para 1º de junho e 2 mil contratos para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 197,7 milhões de dólares.
O BC também vendeu a oferta total de até 8 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 3 de novembro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 89 por cento do lote total, equivalente a 8,84 bilhões de dólares.
Nesse leilão de rolagem, foram vendidos swaps para 1º de outubro e 1º de dezembro de 2015, diferente das operações anteriores, com contratos para 3 de agosto e 1º de outubro de 2015.
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