Como a rede petista atua, com tentáculos nos grandes veículos, para tentar mudar um fato

Publicado em 30/10/2014 15:02 e atualizado em 30/10/2014 17:32
Por Reinaldo Azevedo, de veja.com

COMO A REDE PETISTA ATUA, COM TENTÁCULOS NOS GRANDES VEÍCULOS, PARA TENTAR MUDAR UM FATO: NO DIA 21, YOUSSEF DISSE À PF E AO MP QUE DILMA E LULA SABIAM DA ROUBALHEIRA NA PETROBRAS. E NÃO HOUVE RETIFICAÇÃO NENHUMA, JANIO DE FREITAS! É MENTIRA!

Não pensem que a rede a serviço do petismo para distorcer informações está restrita aos blogs sujos, alimentada pelo capilé estatal. Chega também à grande imprensa. Aliás, os fiéis servidores da causa adorariam ver os veículos nos quais atuam debaixo do chicote do partido. Torcem fervorosamente para que Dilma imite Hugo Chávez, Evo Morales, Rafael Correa e Cristina Kirchner e avance contra a “mídia”, onde ganham o pão. Mas vamos adiante. Prestem atenção à sequência de fatos.

1. VEJA publicou na edição de sexta-feira, dia 24, a informação de que, no âmbito da delação premiada, Alberto Yousseff havia afirmado à Polícia Federal e ao Ministério Público que Dilma e Lula sabiam, sim, da roubalheira na Petrobras. ATENÇÃO: O DEPOIMENTO EM QUE YOUSSEF ACUSA A DUPLA PRESIDENCIAL É DO DIA 21 DE OUTUBRO.

2. A VEJA começou a chegar aos leitores na sexta, dia 24. No sábado, dia 25, Folha, em manchete, e Estadão, com chamada na primeira página, PUBLICAVAM A MESMA INFORMAÇÃO.

NOTA LATERAL – VEJA não antecipou edição coisa nenhuma. Isso é mentira. Sigamos.

Nesta quarta, o jornal O Globo publica uma notinha, sem assinatura, sem fonte, sem nada, afirmando que, na verdade, Yusseff não teria dito o que disse à PF no dia 21, mas apenas no dia 22, numa retificação.

O apparatchik petista entrou em ação, afirmando que haveria uma espécie de articulação para acusar Dilma às vésperas da eleição. Em sua coluna de hoje, na Folha, Janio de Freitas, por exemplo, escreve a seguinte besteira (em vermelho):

Na quarta 22, “um dos advogados” de Youssef “pediu para fazer uma retificação” em depoimento prestado na véspera por seu cliente. “No interrogatório, perguntou quem mais sabia (…) das fraudes na Petrobras. Youssef disse, então, que, pela dimensão do caso, não teria como Lula e Dilma não saberem. A partir daí, concluiu-se a retificação.

Janio está, como se vê, desmentindo a manchete da própria Folha de sábado, dia 25, que apurou rigorosamente o que apurou VEJA. Até aí, tudo bem. Poderia fazê-lo se tivesse razão. Só que Janio e outros da espécie menores do que ele estão divulgado uma MENTIRA. Não houve depoimento nenhum na quarta-feira. A informação é falsa como nota de R$ 3.

Quem está fazendo escarcéu com isso nas redes sociais é gente que ainda vai acabar atrás das grades porque também recebia dinheiro do esquema que era gerenciado por Alberto Youssef, com dinheiro roubado da Petrobras.

O Valor Pro, um serviço eletrônico do Valor Econômico, resolveu entrar na história e, COM A INFORMAÇÃO CERTA, contribuiu para fazer ainda mais confusão. Ao veículo, o advogado de Youssef, Antonio Figueiredo Basto, disse o seguinte:

“Nesse dia [NA QUARTA-FEIRA], não houve depoimento no âmbito da delação. Isso é mentira. Desafio qualquer um a provar que houve oitiva da delação premiada na quarta-feira. Não houve retificação alguma. Ou a fonte da matéria mentiu ou isso é má-fé mesmo”.

Entendeu, Janio de Freitas, ou quer um desenho? O advogado está desmentido a nota apócrifa do Globo, não a VEJA ou a Folha, onde você trabalha. Aliás, por que citar apenas a VEJA?

Muito bem. Bastaria a Janio ter feito a lição de casa, tarefa que um foca teria cumprido, e telefonado para o advogado ou para a Polícia Federal perguntando se tinha havido alguma oitiva na quarta, dia 22. E ficaria sabendo que se trata de uma mentira. Mas Janio já passou da fase de deixar suas convicções se contaminar pelos fatos.

Eu entendo por que Janio espalha isso.
Eu entendo por que a Carta Capital espalha isso.
Eu entendo por que os sites e blogs sujos espalham isso.

Mas não entendo por que o Globo publicou a nota mentirosa, já que, até onde sei, é um jornal que leva a sério o compromisso com a verdade. É O CASO DE APURAR COMO UMA INFORMAÇÃO MENTIROSA FOI PLANTADA NO JORNAL. Ao identificar os responsáveis, certamente se estará chegando a um dos tentáculos de um monstrengo de muitos tentáculos.

Quanto ao Valor Pro, dizer o quê? Um curso de redação não faria mal por ali. Nunca antes na história deste país se produziu um texto tão confuso, embora o jornalista estivesse com a informação certa, a saber:
1: só houve depoimento no dia 21, conforme informaram VEJA, Folha e Estadão;
2: não houve depoimento nenhum no dia 22;
3: não houve retificação nenhuma.

Para encerrar: garanto que essa é a “mídia” de que o Gilberto Carvalho gosta: a “mídia” que conta mentiras ou porque é regiamente paga para isso, com dinheiro estatal, ou por alinhamento ideológico.

Por Reinaldo Azevedo

 

Mercados reagem bem à elevação de juros, é claro! Ou: Do estelionato

Pois é…

O governo Dilma resolveu dar uma piscadela para os “mercados” — aqueles contra os quais, segundo Lula, o PT ganha todas as eleições (podem rir!) —, e o BC elevou a taxa Selic de 11% para 11,25%. Ninguém esperava que fosse fazê-lo porque, a rigor, não existem razões objetivas para isso e porque a ata de setembro dizia que os 11% eram suficientes para levar, com o tempo, a inflação para o centro da meta.

A decisão, como antevi aqui ontem, seria lida pelo mercado como um sinal de que Dilma não vai querer brincar com a inflação; tomará, ela sim (não Aécio, né?), “medidas amargas” se necessário etc. É o jogo de sempre do PT. Faz discurso de ultraesquerda se necessário; ajoelha-se no altar da ortodoxia tosca se necessário; vai empurrando com a barriga até onde der. Ora está lá, ora está cá. Se a gente olha, no entanto, a trajetória de longo prazo, o país vai definhando e perdendo importância. É apenas um fato.

A decisão de elevar a Selic, conforme o esperado, fez o dólar cair — opera agora a menos de R$ 2,40 — e a Bolsa subir. A Vale despencou, mas nada teve a ver com esse movimento.

O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), vice de Aécio Neves na chapa tucana, comentou a elevação da taxa de juros: “É a prova de que o que a candidata Dilma falava, a presidente Dilma não escreve. Duas caras”. Outro senador de oposição também criticou a decisão: “Lamentavelmente, vamos assistir depois desse aumento, negado a campanha inteira, a reajustes nos combustíveis e nas tarifas de energia elétrica. Como sempre, o PT nos acusa daquilo que eles vão fazer, daquilo que é a prática deles”, afirmou Agripino Maia (DEM-RN).

É isso aí. Não demorou para começar o estelionato.

Por Reinaldo Azevedo

Brasil

Sai de baixo

conta de luz

Mais de 50% de aumento

Começou a temporada de reajustes pós-eleição: a Aneel autorizou ontem o reajuste da tarifa de energia elétrica para a Companhia Energética de Roraima. Não se trata de um reajuste qualquer, 54%. Qualquer palavra que não seja ‘tarifaço’ para nomear esse reajuste parecerá inadequada.

Por Lauro Jardim

Governo

Lobão diz adeus

Provocação de correligionários

De volta ao Senado

Edison Lobão não tem a menor dúvida de onde despachará a partir de 2015: do seu gabinete no Senado. Aos mais próximos, assume que não integrará o ministério do segundo governo Dilma. Voltará ao Senado, onde tem mais quatro anos de mandato pela frente.

Por Lauro Jardim

Eleições 2014

Teto maior

Dilma: campanha milionária

Dilma: campanha milionária

A campanha de Dilma Rousseff elevou mais uma vez o seu limite de gastos para a campanha: o teto chegou a 383 milhões de reais.

No dia 20 de outubro, a campanha petista já havia aprovado a elevação do teto de 298 milhões de reais para 338 milhões de reais.

A alteração solicitada foi deferida pela ministra do TSE Maria Thereza de Assis Moura.

Com a vitória, não será difícil passar o chapéu nas grandes empresas e arrecadar a grana.

Por Lauro Jardim

Brasil

Enigma dos trens

trem

Trens desaparecidos no Rio

Continua o mistério sobre onde foram parar 54 trens da Supervia, concessionária ferroviária fluminense, revelado no início do mês por VEJA (Leia mais aqui).

Os carros – substituídos por novos – não foram encontrados no patrimônio do próprio Estado ou da Supervia. Quando um vagão é trocado, o contrato de concessão prevê um leilão da composição e o repasse do dinheiro arrecadado para os cofres públicos.

Um relatório assinado pelo técnico do governo do Rio de Janeiro Wagner Ribeiro de Oliveira atestava o problema. Depois que entregou o documento a VEJA, Wagner – acompanhado de outros técnicos – depôs na polícia e negou que tivesse feito o relatório.

Por não leiloar os trens? No passado, inicialmente a Supervia reconheceu um débito de 96 milhões de reais. Depois, foi a vez do governo abater o mesmo valor de desequilíbrio econômico financeiro no contrato do mesmo valor. Ou seja, as partes se acertaram e os trens continuam desaparecidos.

Por Lauro Jardim

Brasil

Nível de racionamento

Reservatório no Sudeste: mais vazio

Reservatório no Sudeste: mais vazio

Os níveis dos reservatórios que abastecem as hidrelétricas continuam baixando perigosamente.

Nas regiões Sudeste/Centro-Oeste, estão 2,2% abaixo do verificado em 31 de outubro de 2001, em pleno racionamento da era FHC.

No Sul, os reservatórios estão 9,6% mais baixos também em comparação a 31 de outubro de 2001.

Ah, se não fosse a estagnação da economia e as termelétricas, responsáveis por 27% de toda a energia consumida do Brasil… Estaríamos todos no escuro.

Por Lauro Jardim

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Fonte:
veja.com

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1 comentário

  • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

    O voto terá um peso específico de acordo com o percentual da contribuição de cada estado para com a Nação...Quanto maior for a contribuição, maior será o percentual a ser atribuido ao voto...Esta é minha contribuição para acabar com as distorções políticas do voto!

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