Dólar sobe ante real em meio a incertezas e renova máxima desde 2005

Por Bruno Federowski
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em alta ante o real e renovou a máxima de fechamento em mais de nove anos nesta quarta-feira, no terceiro dia seguido de agenda fraca e baixa liquidez, ainda reagindo às persistentes incertezas sobre a política econômica no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
A moeda norte-americana subiu 0,25 por cento, a 2,5641 reais na venda, maior fechamento desde abril de 2005. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1 bilhão de dólares.
"O mercado está tensionado. Está todo mundo torcendo para ver um sinal de mudança, mas cada dia que passa fica mais difícil apostar nisso", disse o gerente de câmbio da corretora TOV, Celso Siqueira.
A atenção dos investidores está voltada principalmente à política fiscal, que é criticada por ser excessivamente expansionista e pouco transparente, e ao futuro substituto do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Dilma já afirmou que só anunciará nomes de sua equipe econômica após a reunião do G20 neste fim de semana, o que tem levado investidores a adotar uma postura defensiva e empurrado o dólar para cima.
Nesta manhã, especulações sobre o nome do próximo ministro chegaram a levar a moeda norte-americana a cair ante o real, chegando a 2,5352 reais na mínima do dia, mas a pressão de vendas perdeu força ao longo da tarde.
"O mercado está bastante sensível a qualquer sinalização sobre a política econômica dos próximos anos", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.
Neste mês, a moeda norte-americana acumula alta de 3,19 por cento. Mesmo assim, o Banco Central tem mantido a oferta de até 9 mil contratos de swap cambial, que equivalem a venda futura de dólares, para a rolagem dos contratos que vencem em dezembro.
Contando com a oferta desta sessão, na qual vendeu a oferta integral, a autoridade monetária rolou cerca de 31 por cento do lote total, correspondente a 9,831 bilhões de dólares e, se mantiver esse ritmo, rolará cerca de 80 por cento do total. Nos últimos meses, o BC vinha repondo todos os contratos vincendos.
Segundo analistas, a rolagem menor reflete o fato de que o avanço do dólar tem sido gradual e pode se reverter parcialmente se Dilma escolher um ministro da Fazenda que agrade mais os mercados.
"A alta do dólar tem sido lenta e constante. É diferente dos últimos meses, em que houve saltos", disse o operador de um importante banco nacional. "Mas as coisas podem mudar se vier uma sinalização forte de melhora na política (econômica)".
Nesta manhã, o BC também vendeu a oferta total de até 4 mil swaps pelas atuações diárias, com volume equivalente a 197,0 milhões de dólares. Foram vendidos 1,5 mil contratos para 1º de junho e 2,5 mil para 1º de setembro de 2015.
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