Investidores gostam de escolha de equipe econômica e dólar cai 2%, a R$2,52

Publicado em 21/11/2014 16:45

Por Bruno Federowski

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SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou em queda de mais de 2 por cento e voltou a 2,52 reais nesta sexta-feira, repercutindo positivamente o noticiário sobre a próxima equipe econômica, que gerou nos investidores a percepção de que a presidente Dilma Rousseff estaria mais aberta a mudanças em sua política econômica.

Ajudou também o corte inesperado da taxa básica de juros na China, que pode levar à migração de capitais atualmente aplicados no gigante asiático para outros mercados emergentes, como o Brasil.

A moeda norte-americana recuou 2,05 por cento, a 2,5216 reais na venda, maior queda diária desde 30 de outubro, um dia após o Banco Central surpreender os mercados e elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, a 11,25 por cento. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 840 milhões de dólares.

Na semana, o dólar acumulou queda de 3,04 por cento, mas no mês ainda acumula alta de 1,73 por cento.

"Ela (a presidente Dilma) percebeu que vai ter que chamar alguém para botar ordem na casa", disse o superintendente de derivativos da CGD, Jayro Rezende, ressaltando que o mercado vai buscar sinais de que essa postura será adotada de forma duradoura, e não apenas como uma solução de curto prazo.

Na reta final do pregão, notícia veiculada pela Folha de S.Paulo de que o atual diretor-superintendente do Bradesco Asset Mangement e ex-secretário do Tesouro, Joaquim Levy, será nomeado para o Ministério da Fazenda e o ex-secretário-executivo da Fazenda Nelson Barbosa deve assumir o Ministério do Planejamento levou o dólar a ampliar as quedas.

O atual presidente do BC, Alexandre Tombini, deve continuar no comando da autoridade monetária, afirmou uma fonte do governo à Reuters.

O Planalto informou, contudo, que o anúncio dos novos ministros não deve ocorrer nesta sexta-feira.

A trinca agradou o mercado, que também interpretou positivamente notícias de que Dilma teria oferecido o posto de ministro da Fazenda ao presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, que teria recusado o convite.

Mesmo assim, o mercado entendeu que, ao buscar um profissional com perfil mais pró-mercado, a presidente já teria se convencido de que mudanças na atual política econômica são necessárias.

A queda do dólar no mercado doméstico também foi influenciada pelo movimento da divisa em outros mercados, após a China cortar sua taxa básica de juros pela primeira vez em mais de dois anos. Segundo analistas, a decisão aumenta a atratividade de ativos de países como o Brasil.

"O cenário doméstico e o internacional estão favoráveis hoje, abrindo espaço para um alívio relevante", disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.

A divisa dos EUA recuava contra moedas como os pesos chileno e mexicano.

Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 2,2 mil contratos para 1º de junho e 1,8 mil para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 197,4 milhões de dólares.

O BC também vendeu nesta sessão a oferta integral de até 14 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 1º de dezembro, equivalentes a 9,831 bilhões de dólares. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 68 por cento do lote total.

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Fonte:
Reuters

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