Empreiteiro diz que pagou R$ 8,8 mi em propina

Publicado em 24/11/2014 16:59 e atualizado em 25/11/2014 17:25
Defesa do diretor da Galvão Engenharia, Erton Medeiros Fonseca, anexou ao inquérito notas fiscais de pagamento de propina a um emissário de Renato Duque, ex-gerente de Serviços da Petrobras


Preso na sétima fase da Operação Lava Jato, o direto da Divisão de Engenharia Industrial da empresa Galvão Engenharia, Erton Medeiros Fonseca, afirmou à Justiça que a empreiteira pagou 8,8 milhões de reais, de 2010 a 2014, em propina para um emissário da diretoria de Serviços da Petrobras, comandada por Renato Duque, indicado pelo PT para o cargo. 

A defesa de Erton Fonseca enviou notais fiscais e tabelas que, segundo o empreiteiro, comprovam a cobrança e o pagamento de propina. Ele afirma que “a Galvão Engenharia foi impingida a pagar à empresa LFSN Consultoria Engenharia entre os anos de 2010 e 2014, por determinação de Shinko Nakandari”. O último repasse, segundo os comprovantes anexados pela empreiteira ao inquérito, são de junho deste ano, quando a Lava Jato já havia sido deflagrada.

Nakandari é apontado como o responsável por recolher os recursos ilegais cobrados das empresas interessadas em participar de obras envolvendo a Petrobras. De acordo com as investigações, ele se apresentava como emissário da diretoria de Serviços da Petrobras, comandada por Duque.

O braço direito de Renato Duque na diretoria da estatal, Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços, assinou um acordo de delação premiada, confessou que participava ativamente da cobrança de propina na petroleira e se propôs a devolver quase 100 milhões de dólares – a maior cifra a ser devolvida até o momento pelos investigados da Lava Jato.

A apresentação de documentos pela Galvão Engenharia é uma tentativa da defesa de afirmar que está colaborando com as investigações e que, por isso, a prisão de Erton Fonseca não seria mais necessária.

Segundo a versão do representante da empreiteira, havia “efetiva ameaça de retaliação” e uma pressão de “maneira arbitrária, ameaçadora e ilegal” para que os pagamentos dos valores fossem realizados. Em sua manifestação à Justiça Federal do Paraná, o dirigente se propõe a participar de uma acareação com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e com o doleiro Alberto Youssef para comprovar suas informações. Costa e Youssef são os principais delatores do esquema bilionário de desvio de recursos públicos e fraude em licitações envolvendo a estatal do petróleo. Ambos aceitaram fazer acordos de delação premiada em troca de benefícios judiciais.

Em novos documentos encaminhados à Justiça nesta segunda-feira, a Galvão Engenharia ainda apresenta registros de que não teria participado de determinadas obras, indicando que a participação em empreendimentos estava condicionada ao pagamento de propina. Em um dos casos, o de contratação de tubovias para o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), a empresa diz ter vencido o certame, mas depois foi inabilitada pela Petrobras por “inexequilidade da obra”. O caso foi analisado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que afirmou que “a comissão de licitação, sem motivo fundamentado, deixou de acolher proposta que traria economia à Petrobras da ordem de 163 milhões de reais”. 

 

Leia a reportagem completa no site da Veja

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Fonte:
Veja

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3 comentários

  • Guilherme Frederico Lamb Assis - SP

    a coisa vai tomando áreas absurdos, aquela velha historia o Brasil e suas jabuticabas. Deve ser inédito alguem fazer nota fiscal de propina/suborno e ainda tributando-a.

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  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    Sr. João Olivi, Carolus Linnaeus (1707-1778). Foi um botânico, zoólogo e médico sueco, criador da nomenclatura binomial.

    O espécime Homo sapiens foi classificado cientificamente em 1758, que traduzido do latim, significa “homem sábio”. Há controvérsias!

    Resultados de estudos citam que o petróleo é proveniente de restos orgânicos de animais e vegetais, depositados nos fundos de lagos e oceanos, sofrendo transformações químicas ao longo de milhares de anos. É considerado como “energia não renovável”, mas corresponde a quase 80% da fonte de energia consumida mundialmente.

    O nível de corrupção mundial é o que mais tem preocupado as instituições mundiais, pois provoca atrasos em todos os sentidos. Não devemos nos esquecer de que “corrupção” significa: deterioração, decomposição física de algo; putrefação.

    O QUÊ DIZER SOBRE ESTA “FISSURA” PELO PUTREFATO ?

    Não seria de bom alvitre fazer uma nova classificação para o espécime, que poderia ser: “Homo saprófitus”.

    ....”E VAMOS EM FRENTE” ! ! !....

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  • wilfredo belmonte fialho porto alegre - RS

    Infelizmente a cultura no Brasil é esta, é uma doença genética, e a sua cura é isolando os agentes mas, isto demanda gerações. O nosso modelo político é o formador e o perpetuador desta "doença".

    Uma deformação de caráter genético. Porque sempre são os mesmos a serem eleitos? Porque são

    sempre os mesmos a ocuparem os cargos "maiores"? Isto é uma doença da nossa Democracia em que poucos são os escolhidos a participarem. Como se evita isto. Pulverizando as licitações o máximo possível. Acabando com os cargos de indicação política em todas as esferas da administração pública. Não colocar político eleito na administração publica pois se ele foi eleito para

    ser vereador porque tem que ser nomeado "secretário municipal", isto é uma farsa.é estelionato político. E, acima de tudo acabar com as reeleições em todos os níveis. O que acontece atualmente é anti-democrático pois, o político em campanha de reeleição, usa a máquina pública em completa

    desvantagem para o candidato de primeira viagem. Este escândalo é só uma pontinha do "monstro"

    que ronda as administrações da coisa pública. Se passarem um "pente fino" nas Prefeituras aí é que

    veremos o que é má versão do dinheiro público, a começar pelos "indicados políticos" que recebem e nã trabalham, tudo isto porque foram indicados "pelo partido" aí é um dos começos da coisa maior.

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