Caem as permissões para novos poços de petróleo nos EUA

Por Edward McAllister, reportagem adicional de Jarrett Renshaw
NOVA YORK (Reuters) - Os produtores de petróleo dos Estados Unidos têm corrido a toda velocidade para perfurar novos poços do produto não convencional nos últimos anos, mesmo diante dos preços mais baixos da commodity. Mas novos dados sugerem que a desaceleração da produção a partir do chamado "shale" norte-americano, muito aguardada, pode ter finalmente chegado.
As autorizações para novos poços caíram 15 por cento em 12 grandes formações de "shale" no mês passado, de acordo com informação exclusiva fornecida à Reuters por DrillingInfo, uma empresa de dados da indústria.
Na semana passada, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) concordou em manter a sua cota de produção de 30 milhões de barris por dia, apesar de uma queda de 30 por cento nos preços do petróleo desde junho, o que provocou uma redução adicional na cotação desde então de aproximadamente 10 por cento.
Muitos analistas acreditam que a decisão foi diretamente dirigida aos produtores de óleo dos Estados Unidos: eles podem continuar perfurando no ritmo atual se os preços não sobem?
"Atualmente, o mercado está focado no shale dos EUA como o lugar onde os gastos e a produção devem ser reduzidos", disse o analista da Wells Fargo, Roger Read, em nota na sexta-feira.
"Há pouca dúvida, a nosso ver, que menores preços do petróleo e do gás vão resultar em menor gasto e produção de shale menor em 2015 e 2017", declarou.
Muitos analistas preveem que os produtores de óleo dos EUA podem manter suas taxas de produção saudáveis no primeiro semestre de 2015, em parte graças a investimentos feitos meses atrás.
Algumas empresas de serviços de petróleo têm sugerido que uma desaceleração pode estar distante, como eles continuam a comprar os principais componentes de perfuração.
Mas, os dados sugerem que é provável que a produção, eventualmente, sucumba a preços mais baixos.
"O primeiro dominó é o preço, o que faz com que outras peças de dominó caiam", disse o economista Karr Ingham, que compila o Texas PetroIndex. Uma das primeiras peças a cair: o número de licenças emitidas, disse Ingham.
Texas emitiu um número recorde de licenças, de 934, antes de cair para 885 em outubro. Os 885 ainda representam mais que o dobro dos níveis vistos no mesmo mês de 2010, quando a revolução do shale estava apenas começando, mas mostra um esfriamento que não foi visto com a mesma intensidade nos últimos dois anos.
A queda no número de sondas é esperada de dois a quatro meses após um declínio nas licenças --e o crescimento da produção provavelmente começa a abrandar seis meses depois.
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