The Economist: brasileiros foram vítimas de estelionato eleitoral

Publicado em 26/03/2015 15:25
Para revista britânica, não é difícil entender porque milhares de brasileiros foram às ruas protestar contra Dilma no último dia 15 de março

A revista britânica The Economist publicou um novo editorial sobre o Brasil na edição que chega às bancas neste final de semana. Intitulada "Lidando com Dilma", a publicação aponta os motivos que deixam brasileiros "fartos" da presidente. Para a Economist, Dilma mentiu na campanha e os eleitores estão percebendo que foram vítimas de um "estelionato eleitoral". "Mas um impeachment seria uma má ideia", diz a revista.

"Não é difícil ver por que os eleitores estão com raiva", afirma a publicação. "Ela presidiu o conselho da Petrobras de 2003 a 2010, quando os promotores dizem acreditar que mais de 800 milhões de dólares foram roubados em propinas e canalizados para os políticos do PT e aliados", diz.

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Além disso, a revista afirma que Dilma venceu as eleições presidenciais de outubro "vendendo uma mentira". "De fato, como muitos eleitores estão percebendo agora, Dilma vendeu uma mentira", diz o texto. A revista diz que os erros cometidos no primeiro mandato de Dilma levaram o Brasil à situação de crise atual, que exige corte de gastos públicos e aumento de impostos e juros. "Some-se a isso o fato de que a campanha de reeleição pode ter sido parcialmente financiada pelo dinheiro roubado da Petrobras. Os brasileiros têm todos os motivos para sentirem que eles foram vítimas de um equivalente político do estelionato", diz o texto.

Apesar das palavras duras, o editorial da The Economist afirma que o impeachment pode ser "um exagero emocional". "A legislação brasileira considera que presidentes podem ser acusados apenas por atos cometidos durante o atual mandato", diz o texto. "E, ainda que muitos políticos brasileiros achem que a presidente é dogmática ou incompetente, ninguém acredita seriamente que ela enriqueceu. Contraste com Fernando Collor que embolsou o dinheiro."

O editorial também afirma que as instituições estão trabalhando para punir os criminosos. "Umimpeachment iria se transformar em uma caça às bruxas que enfraqueceria as instituições, que ficariam politizadas", diz o texto, que pede que Dilma e o PT assumam as responsabilidades "pela confusão que ela fez no primeiro mandato, em vez de se tornarem mártires do impeachment". "Ter Dilma no gabinete fará com que os brasileiros estejam mais propensos a entender que as velhas políticas é que são as culpadas, não as novas."

A presidente Dilma Rousseff durante cerimônia de sanção da lei do Novo Código de Processo Civil, no Palácio do Planalto em Brasília (DF), nesta segunda-feira (16) 

Revista britânica The Economist diz que Dilma Rousseff venceu as eleições vendendo "uma mentira"(Evaristo Sá/AFP)

(Com Estadão Conteúdo)

 

Taxa de desemprego atinge 5,9% em fevereiro, a maior desde 2011

A taxa de desemprego atingiu 5,9% em fevereiro de 2015, a maior para o segundo mês do ano desde 2011, quando ficou em 6,4%. Em janeiro, o índice havia ficado em 5,3% e em fevereiro de 2014, 5,1%. O nível de desemprego também é o maior registrado desde junho de 2013, quando atingiu 6%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, por meio da Pesquisa Mensal de Emprego (PME).

A população desocupada cresceu 10,2% em relação a janeiro e somou 1,4 milhão de pessoas. Na comparação com fevereiro do ano passado, a alta foi de 14,1%. Já a população ocupada, que somou 22,8 milhões de pessoas, avançou 1% sobre janeiro e manteve-se estável ante fevereiro de 2014.

Segundo Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, a taxa de desemprego está crescendo devido ao aumento no número de pessoas à procura de um trabalho aliado a um corte no número de vagas existentes. "Esse crescimento da taxa de desocupação está relacionado ao crescimento da procura e redução da ocupação. Você tem os dois movimentos agindo ao mesmo tempo", afirmou.

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Regiões - O desemprego subiu em quatro regiões na comparação com janeiro: Salvador (de 9,6% para 10,8%); Belo Horizonte (de 4,1% para 4,9%); Rio de Janeiro (de 3,6% para 4,2%) e Porto Alegre (de 3,8% para 4,7%). Em relação a fevereiro do ano passado, a taxa avançou nas regiões metropolitanas de Salvador (de 9,0% para 10,8%); Belo Horizonte (de 3,9% para 4,9%) e Porto Alegre (de 3,3% para 4,7%). A PME é realizada nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

Criação de vagas - Em fevereiro, foram fechadas 2.415 vagas com carteira assinada no Brasil, o pior saldo para o segundo mês do ano desde 1999, quando foram cortadas 78.030 vagas. Os números foram divulgados na semana passada por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

 

REINALDO AZEVEDO: Os governadores do Nordeste precisam ler a Constituição. Ou: Chegou a hora de comer os ricos para salvar a “mãe dos pobres”?

Ai, ai, ai… O governo Dilma tenta o que, de um modo ou de outro, sempre se tenta no Brasil, sem sucesso, quando um presidente está em dificuldades: a chamada “Política dos Governadores”. A ideia é tão aparentemente boa como absolutamente inócua: reunir os chefes dos Executivos estaduais para que influenciem, então, a bancada dos deputados federais de seus respectivos Estados.

Nesta quarta, Dilma se reuniu por três horas com os nove governadores do Nordeste. Quer que eles pressionem os parlamentares de seus respectivos Estados a apoiar o ajuste fiscal. Ao fim do encontro, divulgou-se uma carta com a assinatura de todos eles — sete da base governista e dois do PSB. Lá está escrito: “Não podemos concordar que o legítimo exercício do direito de oposição e de livre manifestação seja confundido com teses sem qualquer amparo na Constituição”. Eles estão se referindo ao impeachment, é evidente. E isso só significa que ou os governadores do Nordeste não leram a Constituição ou, tendo lido, não entenderam o que lá está escrito.

O impeachment está previsto nos Artigos 85 e 86 da Constituição, e existe a lei que trata do assunto, que é a 1.079. Os doutores que assinaram o manifesto fariam um favor à inteligência nacional se dissessem a quais “teses sem amparo na Constituição” eles se referem. Uma coisa é haver divergência sobre a existência ou não de elementos que justifiquem uma denúncia com vistas ao impeachment. Há argumentos tecnicamente respeitáveis de ambos os lados. Conheço pessoas igualmente decentes com pontos de vista absolutamente distintos, independentemente do juízo que fazem do governo Dilma. Mas é um absurdo inferir que o simples debate sobre o impeachment se confunda com alguma forma de golpe. Isso é picaretagem política, jurídica e intelectual.

De resto, senhores, que história é essa de que “a livre manifestação” pode se “confundir com teses sem amparo na Constituição”? Estão falando exatamente do quê? Das invasões de terra e de laboratório de pesquisa patrocinadas pelo MST? Das violências constantemente promovidas por ditos movimentos de sem-teto? Parece-me certo que os governadores do Nordeste não estão se referindo aos que foram às ruas no dia 15. Houve protestos nas nove capitais nordestinas e em várias outras cidades da região. Que se saiba, não houve um só incidente, o que evidencia, então, que as pessoas sabem muito bem exercitar o seu direito à livre manifestação, inclusive ou especialmente quando pedem o impeachment, porque isso está “amparado na Constituição”.

Ah, sim: em entrevista depois da reunião, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), defendeu a criação de um imposto sobre grandes fortunas. O ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) deu a entender que o governo tem simpatia pela ideia. É… Quando nada mais funciona, por que não propor que se comam os ricos, né?, para salvar a mãe dos pobres? Só temo um pouco pelo que venha a ser considerado “grande fortuna” num país em que um trabalhador que ganha a partir de R$ 4.664,68 (US$ 1.448) é obrigado a recolher 27,5% de Imposto de… Renda!!!

Essa gente, definitivamente, perdeu a noção do ridículo.

Por Reinaldo Azevedo

Bastidores da reunião

Sem autocrítica

Sem autocrítica

Dilma Rousseff comandou ontem uma longa reunião com os nove governadores do Nordeste para explicar o ajuste fiscal. E durante o tempo todo não fez uma só autocrítica – o que impressionou a todos.

Culpou a queda do preço das commodities no mercado internacional e disse que foi a partir de outubro que a situação brasileira se deteriorou mesmo – sempre por causa da situação internacional.

Ladeada por Aloizio Mercadante (que pouco falou), Joaquim Levy, Carlos Gabas, Nelson Barbosa e Pepe Vargas, Dilma garantiu que as obras do governo federal no Nordeste não pararão.

O problema, segundo todos os governadores, é que a maioria delas está andando a passos de cágado idoso. Devagar, quase parando. Ninguém ficou muito animado com o que ouviu.

Numa linha mais otimista, disse que em 2016 o Brasil voltará a crescer e chegou até prometer aos governadores do Ceará e Maranhão que, em 2017, a Petrobras poderia retomar os projetos das refinarias premium naqueles estados.

Foi quando um Flavio Dino espirituoso interrompeu:

- Então, o que eu desejo agora é hibernar em sono profundo e só acordar em 2017.

Lá pelas tantas, Gabas tomou a palavra para explicar o benefício do ajuste sob o ponto de vista das contas da Previdência Social.

E soltou um número que sempre impressiona, mesmo num país em que as coisas parecem não surpreender mais ninguém.

Disse que os abusos cometidos nas pensões, especificamente na questão dos casamentos de última hora, com um idoso ou idosa casando nas últimas semanas de vida com alguém muito mais novo, poderia significar gastos de 6 bilhões de reais nos próximos dez anos.

Por Lauro Jardim

 

Pátria devedora

distribuição

Rombo de 2,6 bilhões de reais nas distribuidoras

Um mês atrás, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) estimou em 2,6 bilhões de reais o custo para cobrir os rombos das distribuidoras de energia relativos aos meses de novembro e dezembro de 2014.

Achou a conta alta? Não viu nada. Agora, a mesma CCEE refez as contas e está cravando que o empréstimo necessário tem que ser de 3,4 bilhões de reais – um aumento de 31% em trinta dias.

Pior: os juros para esses empréstimos também subiram. Eram de CDI mais 1,9% há um ano; agora, será de CDI mais 3,15%. Mas pode aumentar: os juros do primeiro e do segundo empréstimo (feito em agosto) já foram reajustados.

No total, os três empréstimos às distribuidoras desde o ano passado (a ser pago pelos consumidores) será de 21,2 bilhões de reais.

Os bancos que participam da operação-hospital são o BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banrisul, Bradesco, BTG Pactual, Itaú Unibanco e Santander.

Por Lauro Jardim

PF sem internet

PF sem verbas

PF sem verbas

A crise chegou à PF do Rio de Janeiro. Os setores operacionais estão sem acesso à internet desde o início da semana devido a um corte de despesas provisório. Os investigadores estão com dificuldades de tocar inquéritos desde então.

Por Lauro Jardim

 

Eliane Cantanhêde: ‘Bondade com o dinheiro alheio’

Publicado no Estadão

 

Depois de furado o esquema gigantesco da Petrobrás, era apenas questão de tempo para começarem a estourar os tumores de outras estatais. Era cutucar e aparecer. O Estado chegou antes e temos aí os Correios, para confirmar a expectativa. Não foi o primeiro, certamente não será o último.

Fala sério: investir em títulos da Venezuela?! Isso não pode ser verdade. Mais do que uma aplicação de altíssimo risco, com o governo Nicolás Maduro desabando, é também uma operação suspeita e confirma o que todo brasileiro sabe, ou tinha obrigação de saber, a esta altura do campeonato: o modus operandi da era PT.

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Fonte:
veja.com

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