Na Folha: Preocupação com a China mantém dólar no maior valor em 12 anos

Publicado em 27/07/2015 13:32

Sinais de desaceleração da economia chinesa intensificaram o clima de aversão ao risco entre os investidores nesta segunda­feira (27), derrubando as Bolsas globais e pressionando a cotação do dólar para cima. Internamente, a preocupação com o quadro político e econômico do Brasil eleva o grau de tensão no mercado.

Às 12h30 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 0,44% sobre o real, cotado em R$ 3,356 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, subia 0,29%, para R$ 3,358. Ambos estão no maior valor nominal desde março de 2003.

No mercado de ações, o principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, caía 0,20%, para 49.145 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 1,8 bilhão. O mau humor também era visto em Nova York, onde o S&P 500 tinha baixa de 0,26%, enquanto Dow
Jones recuava 0,61% e o Nasdaq, 0,64%. As Bolsas europeias operavam no vermelho, com quedas de mais de 1%. Analistas enxergam o movimento como reflexo do tombo de 8,48% do mercado de ações de Xangai nesta segunda, a maior baixa diária nos últimos oito anos.

"A forte queda da Bolsa chinesa trouxe a preocupação de um 'pouso forçado' da China [segunda maior economia do mundo], que levou os preços das commodities para baixo e provocou a desvalorização das moedas latino­americanas", afirma Luciano Rostagno,
estrategista­chefe do Banco Mizuho do Brasil.

Leia a notícia na íntegra no site da Folha de S. Paulo.

Na Veja: Dólar chega a ser negociado a R$ 3,37

O dólar opera em alta nesta segunda-feira, voltando a atingir o patamar mais elevado dos últimos doze anos. A moeda americana chegou a ser cotada a 3,37 reais por volta das 9h20, e valia 3,35 reais às 12h30, com alta de 0,32%. A forte valorização da divisa frente ao real reflete as preocupações dos agentes econômicos com a queda acentuada da bolsa chinesa e as incertezas quanto ao cenário da economia brasileira.

Os investidores seguem com receio quanto à capacidade de o país conseguir cumprir a meta fiscal neste ano e a possibilidade de perda do grau de investimento.

As bolsas asiáticas, por sua vez, encerraram o pregão em baixa nesta segunda, arrastadas pela queda de 8,5% da bolsa da China - a maior perda em oito anos.

Na última sexta-feira, o dólar fechou o dia cotado a 3,34 reais - o maior valor desde 1º de abril de 2003, quando foi negociado a 3,35 reais.

Leia a notícia na íntegra no site da Veja

No Infomoney: Com crescimento insustentável, bolha chinesa começa a estourar 

Por Marcos Mortari

Quando determinado medicamento começa a não surtir os mesmos efeitos de antes, os médicos costumam dizer que os vírus ou bactérias criaram resistência a ele. No cenário econômico, a regra pode valer para o atual momento da China. O gigante asiático se desenvolveu com taxas de crescimento de dois dígitos por muitos anos, juntamente com um elevado nível de investimentos e uma alavancagem cada vez mais expressiva. No entanto, a fórmula dá sinais de exaustão, como já projetavam muitos especialistas anos atrás. Hoje, não se pode mais simplesmente elevar a dose do medicamento. É necessário reconstruir as bases para um crescimento sustentável para driblar uma crise que já se instala na segunda maior economia do mundo.

Um estudo feito pelo economista, professor e especialista em economia chinesa Roberto Dumas e por Julia Russo, e cedido ao InfoMoney, explica um pouco melhor a atual bolha no país e avalia as melhores maneiras de se remediar o problema. Segundo ele, as preocupações do mercado com a China deveriam ter iniciado há pelo menos cinco anos. Desde a crise do "subprime" nos Estados Unidos,conta o professor, o gigante asiático procurou manter seu crescimento econômico via mais estímulos à ponta dos investimentos. Em 2009, os investimentos representavam 48% do crescimento do PIB (Produto InternoBruto) chinês, ao passo que o consumo apenas 34%.

"Não há dúvidas que o crescimento econômico de 2009 foi turbinado por investimentos e anabolizado por empréstimos bancários a 'pedido' de Pequim. Para compensar uma queda nas exportações líquidas de 37.4% em 2009, o governo chinês através de uma política fiscal expansionista de quase US$620 bilhões, aumentou os investimentos em impressionantes 22.8%", escreveu o economista. "Aumentar investimentos em fases de menor demanda internacional como forma de impulsionar o crescimento econômico, sem contudo, aumentar o consumo doméstico na mesma proporção é simplesmente insustentável", diagnosticou.

Na medida em que investimentos e consumo interno menos se equilibravam, mais a China procrastinava um inevitável realinhamento de suas bases de crescimento, uma vez que a aplicada não se mostrava sustentável. "Se o crescimento de um componente da demanda agregada, diferente de investimentos, não aumentar na mesma proporção, o excesso de capacidade será absorvido somente por um futuro aumento no nível de investimentos do país", observou Dumas. Isso fez com que o gigante asiático se tornasse refém de volumes cada vez maiores de investimentos para os mesmos efeitos de crescimento. Em determinado momento, a China não seria mais capaz de aplicar políticas expansionistas. Foi o que aconteceu.

Leia a notícia na íntegra no site do InfoMoney

Na Reuters: Regulador chinês diz que vai continuar a comprar ações

logo mini reuters noticias

Por Samuel Shen e Pete Sweeney

XANGAI (Reuters) - A China informou nesta segunda-feira que está preparada para comprar ações para estabilizar o mercado acionário e evitar "riscos sistêmicos", após os principais índices despencarem mais de 8 por cento, na maior queda diária desde 2007.

O regulador do mercado financeiro também afirmou que as autoridades vão lidar de forma severa com qualquer um empenhado em "operações mal intencionadas de posições vendidas em ações", na mais recente tentativa de Pequim de evitar o colapso do mercado.

O recuo desta segunda-feira, em meio a crescentes dúvidas sobre a força da segunda maior economia do mundo, destrói três semanas de calma relativa uma vez que a série de medidas de suporte ajudaram a estabilizar as cotações após a forte venda generalizada que começou em meados de junho.

"A lição da mais recente bolha acionária da China é que, quando a confiança piorar, intervenções de política com o objetivo de sustentar os preços têm apenas um efeito pouco duradouro", escreveram analistas da Capital Economics em nota sobre a queda.

O índice CSI300 das maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen despencou 8,6 por cento, para 3.818 pontos, enquanto o índice de Xangai perdeu 8,5 por cento, a 3.725 pontos.

As variações do mercado chinês provocaram temores entre investidores globais sobre a saúde mais ampla da economia chinesa, afetando preços de commodities sensíveis a crescimento como o cobre, que caiu nesta segunda-feira para perto da mínima em seis anos.

As ações caíram de maneira generalizada nesta segunda-feira, com 2.247 companhias registrando perdas e apenas 77 subindo.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Folha de S. Paulo + Veja

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

1 comentário

  • Vilson Ambrozi Chapadinha - MA

    Então voltamos a 1 de abril de 2003... 1 dolar X 3,35 reais.... Pra voltar a realidade de um país masomenos e voltarmos a ter competitividade tem muita desvalorização para acontecer.

    0