Em VEJA: 'Acabou o mito', diz Roberto Jefferson sobre Dirceu

O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), que cumpre pena em regime domiciliar desde maio passado, disse nesta segunda-feira não ter motivo para comemorar a prisão do ex-ministro e ex-deputado mensaleiro José Dirceu (PT), investigado na Operação Lava Jato. "Não me regozijo, não tenho sentimento de revanche, de ressentimento. Tenho pena dele. Acabou o mito", afirmou. "Sei o que é estar lá [na prisão]", disse Jefferson.
Em 2005, Jefferson denunciou o mensalão e apontou Dirceu como o comandante do esquema de suborno de parlamentares fiéis ao governo Lula. O petebista teve o mandato cassado em setembro daquele ano. Em novembro, a Câmara cassou o mandato de Dirceu.
LEIA TAMBÉM:
José Dirceu instituiu o petrolão, afirma Ministério Público
"Não é fácil para ele. Já tem 69 anos, casou-se recentemente, tem uma filha pequena. A família se extingue. Ainda será levado para o Paraná, longe de casa. Tem esposa nova, que precisa do marido. Não tenho revanchismo. Sinto por ele, mas a Justiça é implacável", disse Jefferson.
Condenado a sete anos e 11 meses de prisão por corrupção ativa, Dirceu passou a cumprir prisão domiciliar em outubro do ano passado e desde então vive em Brasília com a mulher, Simone Pereira, e a filha caçula, Maria Antônia, de seis anos.
Em fevereiro do ano passado, Jefferson começou a cumprir a pena de sete anos e 14 dias, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Depois de 14 meses, recebeu autorização para cumprir o restante da pena em casa. Jefferson rejeita o rótulo de delator. "Delação é coisa de canalha", costuma dizer.
"É a terceira prisão da vida de José Dirceu, não é brincadeira. O juiz Sergio Moro deve ter provas contundentes. Ele não joga para a plateia. Aquela rapaziada do Ministério Público é muito séria, sem extremismo", elogiou Jefferson. Antes da prisão pelo mensalão, Dirceu, líder estudantil nos anos 1960, foi preso em 1968 e trocado, no ano seguinte, pelo embaixador americano Charles Elbrick, sequestrado no Brasil.
LEIA MAIS:
Roberto Jefferson recebe alta no Rio
STF autoriza Roberto Jefferson a cumprir pena em casa
"O Executivo e o Legislativo estão desmoralizados e o Judiciário, muito sólido. É quem alicerça a democracia hoje. Os homens mais ricos do Brasil, os políticos mais poderosos, os burocratas estatais mais influentes estão presos. O povo está vendo que não ficaram impunes", disse Jefferson, presidente de honra do PTB.
Na avaliação do petebista, as prisões dos investigados fragilizam as manifestações contra a corrupção e de oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff. "O juiz Sérgio Moro esvazia as passeatas do dia 16 de agosto [data marcada para uma série de manifestações em todo o país]. O povo planeja ir para a rua pedir justiça, mas a justiça está sendo feita", diz.
Proibido de participar de encontros políticos, reuniões públicas e de sair à noite, Jefferson, de 62 anos, diz que o Executivo e o Legislativo, extremamente desgastados, parecem "o roto falando do esfarrapado". O ex-deputado não engrossa o coro dos que defendem a saída da presidente Dilma. "Não adianta pregar ruptura institucional, porque não há líderes nacionais. Tem o Fernando Henrique Cardoso, mas já está com 84 anos", afirma Jefferson.
0 comentário
Proposta aprovada moderniza regras para circulação de máquinas agrícolas no país
Comissão de Agricultura do Senado encerra 2025 com avanços e 28 propostas aprovadas
Por 48 votos a 25, projeto da dosimetria de penas segue para sanção
Trump diz que próximo chair do Fed acreditará em juros bem mais baixos
Ações da China permanecem estáveis com setor de tecnologia em queda
França não está pronta para assinar acordo com o Mercosul, reafirma Macron