No pós-recesso, Cunha ignora apelos e articula pauta contra o governo
O primeiro dia de trabalhos da Câmara após o rompimento do presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) com o governo indica dias duros para o Planalto neste segundo semestre. O peemedebista ignorou o principal apelo para o adiamento de proposta que aumenta os gastos públicos em momento de crise econômica e marcou para esta quarta-feira a votação de projeto que eleva os salários de servidores da Advocacia-Geral da União (AGU) e das procuradorias dos Estados e do Distrito Federal. Ele ainda articulou a exclusão do PT das novas CPIs na Casa e agilizou a votação das contas presidenciais pendentes para abrir a análise da prestação de Dilma Rousseff.
Ao longo de toda esta terça-feira, o governo articulou para adiar a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) número 443/09 para o final de agosto. O objetivo era elaborar uma alternativa que atendesse à reivindicação dos servidores da AGU e dos procuradores ao mesmo tempo em que conseguisse evitar um rombo para a União. Durante reunião com os líderes partidários, aliados do governo chegaram a assinar um requerimento pedindo pelo adiamento da matéria.
O requerimento, porém, foi derrubado por 278 a 179 votos. Responsável por marcar a votação, Cunha não estendeu o prazo e agendou já para esta quarta-feira a votação da PEC. Ele ponderou, no entanto, que o texto não foi votado imediatamente por ter reflexos nos Estados e municípios. "A gente não pode implicar transferência de encargos para entes federados que não terão como suportá-los. Que se limite a apreciação de matérias federativas que tratem da carreira federal, que não se queira impor a obrigatoriedade de entes que não têm condições pela sua situação que estão", disse o peemedebista ao anunciar o adiamento.
Cunha tentou se desvincular da derrota e jogou a culpa sobre a base do governo, que não cumpriu a promessa de votar pelo adiamento da matéria. Líder governista, o deputado José Guimarães (PT-CE) reconheceu a traição entre os aliados. "Isso não é falta de articulação do governo. É falta de fidelidade da base. Nós fizemos o dia todo articulações com o Michel Temer, os dez líderes assinaram requerimento de retirada de pauta e na hora alguns não cumpriram o compromisso", disse o petista. Guimarães ainda adotou um tom de ameaça: "Foi bom esse susto para dizer o tamanho da base. Daqui por diante ou é base ou não é. Tem que ser base de manhã, de tarde é de noite. Você acha que é razoável o partido ter um ministro e a bancada desse ministro votar contra o governo?", continuou.
Leia a notícia na íntegra no site Veja.com
0 comentário
Wall Street cai conforme nervosismo sobre financiamento de IA pressiona ações de tecnologia
Ibovespa fecha em queda com nova correção tendo juros e eleição no radar
Dólar sobe pela quarta sessão e supera R$5,50 sob influência do cenário eleitoral
Índice STOXX 600 fecha estável com persistência de preocupações sobre valuations de tecnologia
STF forma maioria contra marco temporal para demarcação de terras indígenas
Brasil tem fluxo cambial positivo de US$3,108 bi em dezembro até dia 12, diz BC