Dilma diz que "jamais cogita renunciar" e que pautas-bomba não vão proliferar

SÃO PAULO (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff disse em entrevista ao telejornal SBT Brasil, nesta quarta-feira, que não cogita renunciar ao cargo e que não acredita que as chamadas "pautas-bomba" vão proliferar no Congresso Nacional.
"Jamais cogito de renunciar, porque não é possível que alguém, discordando de um processo ou de alguma política, pretenda tirar um representante, no caso a presidenta, legitimamente eleita pelo voto popular", disse a presidente.
Dilma diagnosticou que ainda existe uma "cultura de golpe" no Brasil, mas avaliou que ela não tem "condições materiais" para se concretizar.
Indagada se o governo teria força para barrar no Congresso um pedido de abertura de impeachment contra ela, Dilma se recusou a responder, afirmando que não antecipa situações.
A presidente vive uma crise com sua base de apoio no Congresso, especialmente na Câmara dos Deputados, e tem pela frente julgamentos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que podem resultar em sua cassação, e a análise das contas de seu governo no ano passado no Tribunal de Contas da União (TCU).
Em caso de parecer do órgão pela rejeição das contas, a análise pode dar força à eventual abertura de um processo de impedimento.
SAÍDA DA CRISE
Dilma também disse não achar que seu governo vive um isolamento político e afirmou que "não é possível" que a política atrapalhe a recuperação da economia.
"Em termos de economia, nós temos todo um roteiro de saída das dificuldades da crise que estamos", garantiu Dilma.
O governo tem buscado evitar que o Legislativo aprove matérias que impactem as contas públicas, as chamadas "pautas-bomba" em meio ao esforço do Executivo de promover o reequilíbrio fiscal.
"O humor da política decorre do humor da economia. Agora, o que não é possível é que a política comprometa a recuperação econômica, por isso que não é possível pautas-bomba... Não impedir que a política contamine a economia é impedir pauta-bomba, necessariamente", disse.
Na entrevista, a presidente disse que "pode" ter cometido erros no exercício do mandato e negou a existência de qualquer intriga entre ela e o vice-presidente, Michel Temer, que também é o articulador político do governo.
"Não tem intriga entre mim e o Temer, ela não virá", assegurou a presidente, ao rejeitar a interpretação de que Temer tenha tentado enfraquecê-la na semana passada ao pedir publicamente pela "reunificação" do país.
Dilma voltou a elogiar a agenda proposta pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para que o país saia da crise, mas ressalvou que o governo pode não concordar com todas as propostas feitas por ele.
"Tem muita coisa boa nessa agenda. Agora, tem várias coisas que o governo eventualmente não concorda", disse.
(Por Eduardo Simões)
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