O GLOBO: Situação de Lula e Dirceu dominou aniversário de Kátia Abreu

Publicado em 04/02/2016 17:45
Gilmar Mendes foi o maior critico; Renan ficou de árbitro entre oposição e base aliada (por MARIA LIMA, repórter de O Globo em Brasília)

BRASÍLIA - Na badalada festa em que a ministra da Agricultura Kátia Abreu comemorou seus 54 anos, nesta terça-feira em Brasília, dois assuntos dominaram as rodas de conversas entre os convidados: as dificuldades cada vez maiores do ex-presidente Lula e do ex-ministro José Dirceu se explicarem no emaranhado de denúncias, e a falta de “DNA” político da presidente Dilma Rousseff para conseguir aprovar as reformas e medidas anunciadas essa semana no Congresso. Entre os presentes ministros do governo, do Supremo Tribunal Federal, do Tribunal de Contas e senadores da base e oposição .

As maiores críticas partiram do ministro Gilmar Mendes , ao comentar o depoimento em que José Dirceu discorreu sobre valores e favores recebidos de empreiteiras e empresas envolvidas nas investigações da Operação Lava-jato. Segundo os presentes, Gilmar se disse impressionado com a naturalidade e a forma banal com que Dirceu falava de milhões como se fossem alguns reais, de forma “arrogante” pelo fato de , como ministro da Casa Civil, ter ascendência sobre autoridades e partidos.

 
 

Na conversa, o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende vários políticos citados ou já investigados pela Lava-Jato, concordou que tanto Lula quanto Dirceu enfrentam grandes dificuldades para se defender.

— Os comentários de todos eram sobre as dificuldades que Lula está tendo para prestar esclarecimentos. A imagem de Zé Dirceu prestando depoimento na GloboNews , contristado, deu pena, foi uma auto-condenação. As pessoas estavam comentando até com uma certa compaixão — disse o ministro Gilmar Mendes ao GLOBO.

Ele era o centro de uma roda que se formou no final da festa com o presidente do Senado, Renan Calheiros; o ministro do TCU, Vital do Rego; a ministra Kátia Abreu e os senadores Eunício Oliveira (PMDB), Romero Jucá (PMDB), Tasso Jereissatti (PSDB), Ronaldo Caiado (Democratas) e Kakay . A anfitriã chegou a contratar uma banda de karaokê para cantar em dupla com Kakay, mas as conversas estavam tão animadas que a cantoria nem aconteceu.

Com Kátia em pé, acompanhando as conversas na roda, uma outra discussão se formou, desta vez sobre as dificuldades da presidente Dilma em aprovar no Congresso as reformas e CPMF. Na roda, alguns achavam que o movimento pró-impeachment tinha arrefecido, outros não.

— Dilma não vai conseguir aprovar nada, nem reformas da Previdência, nem CPMF. E vai continuar com essas estorinhas dela engabelando todo mundo — disse Caiado.

— Se passar a reforma da Previdência, até tem uma chance de aprovar a CPMF. Mas só passa se passar as reformas — avaliou Romero Jucá, que informou aos presentes que voltara a falar com a presidente Dilma e agora quer ajudar o Governo.

Segundo Kátia Abreu, Renan ficou de árbitro entre os senadores da oposição e da base, durante a discussão sobre Dilma. Kakay ficou defendendo as necessidades de aprovar as medidas e o Caiado e os outros senadores da oposição dizendo que não tinha ambiente. E Kátia falou sobre sua relação com a presidente Dilma no governo.

— Eu não escondo que sou de direita mesmo, que respeito os pontos de vista da presidente, mas comando o ministério da Agricultura de acordo com as minhas ideias, nunca mudei. E ela também respeita isso _ disse Kátia na conversa.

Logo no início da festa Kakay provocou a ministra, sobre porque não tinha convidado o senador José Serra (PSDB-SP), com quem teve um entrevero no jantar natalino do Senado, no final do ano passado.

— Você está calma hoje? O Serra não vem não? — brincou Kakay.

— Se eu soubesse que o vinho do Eunício era tão caro, eu não teria jogado no Serra — respondeu a ministra, sobre o vinho italiano da região da Toscana, Tiagnello, que custa cerca de R$600,00 a garrafa.

 

Em VEJA: MP reabre investigação sobre compra de caças

Novas informações levantadas pela Operação Zelotes levaram a Procuradoria a desarquivar o inquérito que havia sido encerrado em outubro do ano passado

Caça Gripen, da sueca SAAB Caça Gripen, da empresa sueca Saab(Johan Nilsson/AFP/VEJA)

O Ministério Público Federal em Brasília reabriu uma investigação para apurar irregularidades na compra dos 36 caças suecos Gripen, da Saab, pela Força Aérea Brasileira. A reabertura do inquérito civil, que havia sido arquivado em outubro do ano passado, foi motivada pelos indícios levantados na Operação Zelotes de que os lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, presos desde outubro, influenciaram na aquisição dos aviões.

No despacho, o procurador Anselmo Henrique Cordeiro Lopes escreveu que a escolha dos caças da empresa sueca, que envolveu uma longa negociação, pode ser resultado "não apenas de critérios técnicos, mas também de possível influência indevida" dos lobistas. Segundo o procurador, essa interferência pode ter se dado por meio de "corrupção de agentes ou ex-agentes públicos federais".

"Dessa forma, considerando a superveniência de novos indícios que colocam em dúvida a idoneidade do processo de contratação da empresa sueca Saab, determino o desarquivamento do inquérito civil em epígrafe, reabrindo, portanto, a apuração ministerial", disse o procurador.

 

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Em outubro de 2014, a companhia sueca assinou um contrato com o governo brasileiro de 5,4 bilhões de dólares. A negociação começou no governo Lula, mas só foi concluída na gestão Dilma. Na concorrência, estavam a americana Boeing e a francesa Dassault. Segundo o MP, a investigação foi aberta por suspeitas de sobrepreço e superfaturamento no contrato. Depois de seis meses, por falta de "elementos que justificassem a continuidade da investigação e o ajuizamento de ações judiciais", a apuração foi arquivada em outubro de 2015.

Por meio de ofícios, o procurador inquiriu o Ministério da Defesa e a Saab no Brasil a prestarem informações atualizadas sobre o negócio. Ele também notificou o coordenador da força tarefa da Zelotes para o compartilhamento de informações.

O casal Mauro Marcondes e Cristina Mautoni é acusado de ter operado um esquema de pagamento de propina a autoridades para viabilizar medidas provisórias em favor de montadoras. Além de fazer lobby para empresas automobilísticas, Marcondes também teria sido representante da Saab no Brasil. E-mais interceptados pela Zelotes e revelados pelo jornal O Estado de S. Paulo mostram que um executivo da Saab procurou a ajuda de Marcondes para conseguir uma reunião com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No depoimento que prestou à PF, Lula chegou a ser indagado sobre o caso. O delegado Marlon Cajado o perguntou se os repasses que Marcondes fez ao seu filho Luís Cláudio Lula da Silva foram "alguma contraprestação por serviços prestados" pelo ex-presidente "à Saab para que essa viesse a vencer a concorrência para a compra dos caças". Conforme registrado na transcrição do depoimento, Lula respondeu que "nega veementemente e considera essa hipótese um absurdo, já que nunca teve atuação relacionada a esse assunto".

 

PF suspeita que pagamento a filho de Lula pode ter relação com caças

 

A Polícia Federal suspeita que os pagamentos de 2,5 milhões de reais feitos a um dos filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenham relação não só com a edição de medidas provisórias, mas também com a compra dos caças suecos Gripen, da Saab, pela Força Aérea Brasileira (FAB). Em depoimento prestado à PF e obtido pelo jornal O Estado de S.Paulo, Lula disse que essas hipóteses são "um absurdo".

Perguntado se os repasses a Luís Cláudio Lula da Silva foram "alguma contraprestação por serviços prestados" pelo ex-presidente "à Saab para que essa viesse a vencer a concorrência para a compra dos caças", Lula disse, conforme registrado na transcrição do depoimento, que "nega veementemente e considera essa hipótese um absurdo, já que nunca teve atuação relacionada a esse assunto".

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O delegado Marlon Cajado também quis saber se os valores pagos a Luís Cláudio seriam "em decorrência da elaboração de medidas provisórias por ele, enquanto presidente, ou para influenciar em 'vetos' ou 'não vetos' a emendas em medidas provisórias". Lula afirmou que considera essa hipótese "outro absurdo, uma vez que as medidas provisórias seguiram todo o trâmite regular dentro do Poder Executivo e foram aprovadas pelas duas casas do Congresso Nacional".

A empresa LFT Marketing Esportivo, que pertence a Luís Cláudio Lula da Silva, recebeu pagamentos de 2,5 milhões de reais da Consultoria Marcondes e Mautoni Empreendimentos, do lobista Mauro Marcondes Machado. Ele e a mulher, Cristina Mautoni, estão presos, acusados de operar suposto esquema de pagamento de propina a servidores e autoridades federais para viabilizar medidas provisórias do interesse de montadoras de veículos.

Mauro Marcondes também foi representante do grupo que controla a Saab. Documentos apreendidos pela PF, revelados pelo jornal O Estado de S. Paulo, indicam que ele também fez gestões junto ao governo federal pela compra dos caças.

Lula foi questionado sobre documentos apreendidos na Marcondes e Mautoni que faziam menção a tratativas com o ex-presidente e o Instituto Lula para favorecer a Saab. Um deles citava uma "solicitação da empresa sueca para que o ex-presidente levasse seu apoio à contratação da Saab para a presidente Dilma (Rousseff)". O ex-presidente disse que "nunca recebeu ou levou esse assunto ao conhecimento da presidente". Lula frisou que "nunca discutiu com Dilma sobre a contratação de caças para a indústria brasileira".

A negociação para a compra dos caças começou no governo Lula e foi concluída na gestão Dilma por 5 bilhões de dólares. Ao fim de seu segundo mandato, em 2010, o ex-presidente declarou que conversaria sobre o assunto com a então presidente eleita. "É uma decisão importante, daquelas que não posso tomar sozinho, faltando um mês e meio para terminar meu mandato, porque é uma decisão do longo prazo". O ex-presidente afirmou que nunca tratou a respeito com Mauro Marcondes.

(Com Estadão Conteúdo)

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A derrota do reizinho prepotente e do banqueiro sabujo: TRT confirma sentença que condenou o Santander a indenizar a analista demitida por ordem de Lula

Foto: Ana Paula Paiva/Valor/Folhapress

Há duas semanas ─ um ano, cinco meses e vinte dias depois de perder por ordem de Lula o emprego no Santander ─, Sinara Polycarpo Figueiredo ganhou a segunda etapa da batalha judicial travada contra o banco que a demitiu. Neste 21 de janeiro, a juíza Cynthia Gomes Rosa, do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, manteve a sentença expedida em agosto de 2015 pela juíza Lúcia Toledo Silva Pinto Rodrigues, que condenou a instituição financeira a pagar uma indenização de R$ 450 mil por danos morais infligidos à funcionária castigada por ser honesta.

Ao recorrer da decisão em primeira instância, o Santander apenas adiou a consumação da derrota. Não há como inocentar o comando do banco, grita a reconstituição do monumento à subserviência que começou em 10 de julho de 2014, quando um documento produzido pela área chefiada por Sinara foi distribuído entre um grupo de clientes com renda mensal superior a R$ 10 mil. Na sentença, a juíza Lúcia registrou que o texto se limitara a endossar “constatações uníssonas entre os analistas do mercado financeiro e nas diversas mídias independentes sobre investimentos”.

A fúria da seita lulopetista foi desencadeada pelo trecho do documento segundo o qual “a economia brasileira continua apresentando baixo crescimento, inflação alta e déficit em conta-corrente”. Linhas adiante, o diagnóstico nada empolgante observa que a onda de previsões sombrias se adensava sempre que Dilma subia nas pesquisas.  Neste início de 2016, passados dezoito meses, a releitura da análise demonstra que a equipe de Cinara se excedeu na timidez. As coisas estavam muito piores. Era questão de tempo o naufrágio consumado em 2015.

Lula e seus sequazes acham que, numa campanha eleitoral, o único crime é perder. O resto pode. Matar a mãe, por exemplo. Ou afanar a poupança da avó. Previsivelmente, o chefão fingiu enxergar num papelório inofensivo a prova material de que até bancos estrangeiros estavam envolvidos na conspiração urdida para encerrar a supremacia do PT. A ofensiva contra o diagnóstico do Santander começou assim que cópias do documento chegaram à imprensa. E atingiu o climax com o ataque em pinça executado por Dilma e Lula em 28 de julho de 2014.

Numa sabatina na Folha, transmitida pelo SBT e pela rádio Jovem Pan, Dilma puxou o trabuco do coldre: “Sempre que especularam não se deram bem”, apertou o gatilho ao responder a uma pergunta sobre a análise do Santander. “Acho inadmissível um país que está entre as maiores economias aceitar qualquer interferência externa. A pessoa que escreveu a mensagem fez isso sim, e isso é lamentável, é inadmissível”. Os disparos precipitaram a entrada no saloon de Lula, o pistoleiro que primeiro atira e depois pergunta. Quando pergunta.

No mesmo dia, num encontro noturno organizado pela CUT em Guarulhos, Lula acionou o tresoitão. No vídeo, andando de um lado para o outro, o copo até aqui de cólera abre o numerito repulsivo cobrando gratidão do banco presidido pelo amigo Emílio Botín. “Não tem lugar no mundo onde o Santander esteja ganhando mais dinheiro que no Brasil”, rosna o animador de comício, que em seguida recorda conversas e episódios que reduziam o banqueiro espanhol a um bajulador grávido de admiração pelo Lincoln de galinheiro. Por isso mesmo merecia o benefício da dúvida, informa a continuação do palavrório.

“Ô Botín, é o seguinte, querido: olha, eu tenho consciência que não foi você que falô”, concede Lula na abertura do mais sórdido momento de uma trajetória atulhada de infâmias: o antigo líder sindicalista vai ordenar ao dono do Santander que demita uma trabalhadora cujo único pecado fora contar a verdade aos clientes. “Mas essa moça tua que falô, ô, essa moça não entende porra nenhuma de Brasil e não entende nada de governo Dilma. Me desculpe… Mantê… mantê uma mulher dessa num cargo de chefia é, sinceramente… Pode mandar ela embora e dar o bônus dela para mim que eu sei como é que eu falo”.

Assim se fez. Dois dias depois de formulada a exigência, Sinara foi demitida com outras duas pessoas de sua equipe. “Enviamos uma carta à presidente”, rastejou Botín em 30 de julho. “A pessoa tinha que ser demitida porque fez coisa errada”. O banqueiro espanhol não viveu para festejar a reeleição de Dilma. Morreu em setembro, um mês antes de completar 28 anos no cargo. Substituído pela filha e herdeira Ana Botín, o campeão da sabujice escapou de ler as considerações incluídas na sentença exarada em primeira instância e agora ratificada pelo Tribunal Regional do Trabalho.

A juíza Lúcia Toledo Silva Pinto Rodrigues entendeu que o banco maculou a carreira profissional de Sinara ao retratar-se publicamente pelo ocorrido. Concluiu, também, que o Santander foi longe demais ao agachar-se diante de Lula. Confira um trecho da sentença:

“O Banco reclamado foi sim submisso às forças políticas ao demitir a reclamante. Somente demonstrou a parcialidade da instituição em atender os interesses políticos que estavam em jogo na época por conta da eleição e a falta de comprometimento perante seus clientes investidores que, se acreditassem na assertiva de que a economia seguiria a ‘bem-sucedida trajetória de desenvolvimento’, fatalmente amargariam prejuízos financeiros, dada a retração da economia e a desvalorização do nosso câmbio e dos ativos negociados na bolsa de valores”.

Nesta primeira semana de fevereiro, o documento que resultou na degola da analista foi transformado num monumento ao otimismo pelas apavorantes dimensões da crise econômica. Isolada em seu labirinto, Dilma Rousseff luta para adiar o enterro em cova rasa. Emilio Botín é só um quadro nas paredes do Santander. Lula, enredado em maracutaias urbanas e rurais, caminha para a morte política. Apenas Sinara está liberada para divertir-se no Carnaval. Ela derrotou seus algozes. O banqueiro poltrão e o reizinho prepotente perderam.

POR AUGUSTO NUNES, COM REPORTAGEM DE NAOMI MATSUI.

 

 

Valentina de Botas: O jeca continuará dizendo que não tem o triplex que é dele e que não é dono do sítio que possui

VALENTINA DE BOTAS

No país do Carnaval em que uma nação perambula em busca de si, inexiste o risco de os farsantes renunciarem à farsa: o jeca continuará dizendo que não tem o triplex que é dele e que não é dono do sítio que possui; Dilma Rousseff visita o Congresso que despreza, como a qualquer instituto da democracia, fingindo que a tragédia brasileira que patrocina resulta do triunfo da opinião sobre os dados.

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