Dólar cai pelo 3º dia e flerta com R$ 3,35, de olho em Grã-Bretanha

Publicado em 21/06/2016 11:20

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Por Bruno Federowski

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar recuava pelo terceiro dia seguido e flertava com os 3,35 reais nesta terça-feira, reagindo ao otimismo sobre a possibilidade de a Grã-Bretanha permanecer na União Europeia (UE) e antes de participação da chair do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, Janet Yellen no Senado do país.

Operadores mantinham a cautela, porém, diante de evidências de que a disputa deve ser bastante acirrada no referendo britânico, marcado para quinta-feira. Dúvidas sobre a possibilidade de o Banco Central brasileiro voltar a atuar no mercado diante do tombo da moeda norte-americana também geravam alguma volatilidade.

Às 10:23, o dólar recuava 0,72 por cento, a 3,3749 reais na venda. A moeda norte-americana caiu mais de 1 por cento na mínima da sessão e foi a 3,3560 reais, menor nível intradia desde 31 de julho de 2015 (3,3346 reais).

O dólar futuro caía cerca de 0,65 por cento.

"O bom humor de ontem permanece nos mercados externos, mas com um pouco menos de intensidade", resumiu o superintendente regional de câmbio da corretora SLW, João Paulo de Gracia Corrêa, citando ainda algum "ruído" relacionado à atuação do BC no Brasil.

O dólar abriu em forte queda ante o real nesta sessão após novas pesquisas mostrarem vantagem da campanha britânica pela permanência na UE, mas reduziu as perdas após levantamento mostrar que essa vantagem diminuiu. Operadores temem que eventual saída provoque fuga de ativos de risco, golpeando moedas de países emergentes como o Brasil.

A moeda norte-americana recuou 2,03 por cento nas duas sessões anteriores, embalada por otimismo sobre o referendo britânico e pela percepção de que o Fed deve demorar para voltar a elevar os juros. Pronunciamento de Yellen às 11:00 (horário de Brasília) pode oferecer mais pistas sobre a estratégia do banco central dos EUA.

Nesse período, a moeda dos EUA recuou mais frente ao real do que em relação a outras moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano. Operadores citaram como possível explicação para esse movimento o fato de que o BC brasileiro --agora sob a batuta de Ilan Goldfajn-- não fez qualquer intervenção neste mês, mesmo diante da possibilidade de o dólar fraco afetar as exportações.

Ainda assim, operadores não descartavam a possibilidade de volatilidade nesta sessão ou nos próximos dias, com investidores ora testando a disposição do BC de atuar, ora comprando dólares para se antecipar a essa possibilidade. "O mercado quer saber com clareza qual a estratégia do BC", disse o operador de uma gestora de recursos nacional.

O cenário político brasileiro também continuava no centro das atenções. Na véspera, o governo federal fechou acordo de renegociação da dívida dos Estados com a União que garante aos entes da federação seis meses de carência para o pagamento de suas dívidas.

"Essa vitória é vista como nova demonstração de força política do presidente interino, Michel Temer", escreveram analistas da corretora H.Commcor em nota a clientes.

Ainda assim, operadores mantinham a cautela diante da possibilidade de novas denúncias enfraquecerem o governo Temer e dificultarem a aprovação de medidas de austeridade fiscal no Congresso.

(Por Bruno Federowski)

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Fonte:
Reuters

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