Soja: Demanda chinesa para produção de ração animal continua aumentando
A China é o maior consunidor de soja do mundo e sua demanda pela oleaginosa está sendo cada vez maior para a alimentação de animais para abate do que para a produção de tofu ou molho de soja. É o que mostra matéria publicada pela agência France Press esta semana.
Quando a China começou a mudar sua economia estatal, há apenas 30 anos, o consumo de carne era pequeno, mas nas últimas décadas, o crescimento econômico espetacular também transformou a dieta deste país de mais de 1,3 bilhão de habitantes.
Estima-se que 80% da demanda atual da China por soja é para a produção de farelo para alimentar gado e peixe para o abate. Apenas 20%, portanto, são usados para produzir alimentos, como o tradicional tofu, leite de soja ou molho de soja. "Nossa maior demanda é por farelo de soja, usado principalmente na alimentação de animais de abate", confirma Zhang Lanla, analista da Sublime China Information. "A demanda por óleo e ração animal é crescente, devido à urbanização da população chinesa".
A China há muito tempo carrega uma forte preocupação sobre sua capacidade de alimentar seu próprio povo. Este temor causou a criação da controversa lei de apenas um filho por casal, mas mesmo assim, o país ainda é bastante dependente das importações de soja do exterior, que representam a maior parte de seu consumo.
No ano passado, os chineses produziram por volta de 12,8 milhões de toneladas de soja e importaram 58,38 milhões de toneladas, 11,2% a mais que em 2011, de acordo com informações oficiais.
De acordo com a empresa Beijing Orient Agribusiness, os Estados Unidos foram o maior fornecedor de soja da China em 2012, o que representou 44% das importações, seguido pelo Brasil, com 41% e pela Argentina, com 10%.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que a China irá importar de 63 a 67,5 milhões de toneladas de soja no atual ano agrícola e a produção doméstica irá ficar em 12 milhões de toneladas
Mais de 90% da soja produzida nos Estados Unidos é geneticamente modificada, segundo o USDA. Apesar de produtores chineses - que estão concentrados no nordeste do país - serem proibidos de produzir com sementes geneticamente modificadas, Pequim permite a importação de 11 variedades de soja transgênica, incluindo três variedades aprovadas em junho.
Apesar das preocupações chinesas com a segurança alimentar, devido a uma série de escandândalos que envolveram o país nos últimos anos, não foram feitos muitos debates com a sociedade sobre o consumo de alimentos transgênicos na China. "A soja geneticamente modificada importada é segura para a saúde", disse um porta-voz do partido comunista, no jornal chinês People's Daily. "As pessoas não precisam se preocupar".
Economia chinesa
A demanda chinesa por soja está se mantendo, apesar do desaceleramento do crescimento econômico do país. O PIB chinês cresceu 7,8% em 2012, o ritmo mais lento registrado em 13 anos. "O ambiente econômico chinês está ruim, mas o consumo de alimentos está crescendo", afirmou Gao Yanbin, analista da Jinshi Futures.
De fato, a demanda pela soja sofreu um revés no início deste ano, quando surto de H7N9, a gripe aviária, matou mais de 40 pessoas na China e derrubou o consumo de aves.Mas o setor avícola está se recuperando, e as compras de farelo de soja estão aumentando, segundo os analistas.
E essa tendência deve continuar. A capacidade anual da indústria processadora de soja da China é de mais de 100 milhões de toneladas. Isso, segundo analistas, mostra que o gigante asiático tem apetite para muito mais.
Informações - www.afp.com/en
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