Economia mundial tem cenário turbulento, dólar supera os R$ 2,70 e soja tem preço recorde no Brasil

Publicado em 16/12/2014 12:49

Um cenário de incertezas e elevada aversão ao risco se instalou no cenário macroeconômico nestes últimos dias de 2014. A vertiginosa baixa nos preços do petróleo - que renovaram suas mínimas em mais de cinco anos - tem trazido muita insegurança aos investidores e motivado, em contrapartida, uma corrida ao dólar, que continua avançando frente à cesta das principais moedas internacionais. 

Nesta terça-feira (16), o dólar disparou no Brasil e, pela primeira vez desde 2009, superou o patamar dos R$ 2,70, em sua quinta sessão consecutiva de alta. Por volta das 13h25 (horário de Brasília), registrava uma subida de 2,58% a R$ 2,755.  

Ao mesmo tempo, os preços do petróleo seguiam recuando em Nova York e trabalhando abaixo dos US$ 55,00 por barril, valendo, por volta de 12h40, US$ 54,38. Ainda nesta terça, o brent caiu, pela primeira vez desde 2009, a menos de US$ 60 o barril. De acordo com uma notícia da agência Reuters, os valores do minério de ferro, do carvão e do petróleo voltaram aos níveis registrados na crise de 2008/09 e, de acordo com os analistas consultados, "sinalizam não só o impacto de uma oferta abundante, mas também uma acentuada fraqueza em partes da economia global". 

No Brasil, o Ibovespa também recuava e perdia mais de 1,4% nesta terça. A abertura da bolsa brasileira foi marcada por muito pânico e agitação, segundo explicam os analistas, e, em uma hora, a volatilidade foi tão intensa que os negócios registraram uma queda de 3% a uma baixa de 0,6%. 

Mercado da Soja - E toda essa turbulência no cenário macroeconômico mundial que favorece uma expressiva e consistente alta do dólar, segundo avaliam os analistas, tem sido positivo para os preços da soja no Brasil, principalmente no mercado de portos. 

Nesta terça-feira, tanto em Rio Grande quanto em Paranaguá, os valores chegaram aos níveis recordes da temporada. No terminal gaúcho, o preço da soja com entrega maio/15 bateu nos R$ 68,30 por saca e no paranaense em R$ 66,00 também para o produto da safra nova. 

E esse avanço das cotações tem sido registrado, e acontece pelo segundo dia consecutivo, mesmo com uma baixa dos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago. Na sessão desta terça, as principais posições perdiam, por volta das 13h50, mais de 9 pontos. O contrato janeiro/15 valia US$ 10,30, enquanto o maio/15, referência para a safra brasileira, era cotado a US$ 10,42. 

Segundo analistas, o mercado não só da soja, mas das commodities agrícolas em geral, vem sentido o impacto dessa queda dos preços do petróleo, da aversão ao risco e do movimento acentuado dos grandes investidores que promovem uma fuga para ativos mais seguros. 

Também impulsionados pela alta do dólar, os preços do milho avançam na BM&F e o vencimento março/15, entre os mais negociados, superavam os R$ 32,00 por saca. Leia mais sobre o mercado do milho:

>> Milho: Frente à forte valorização do dólar, preços sobem na BM&F e março/15 atinge R$ 32,05 a saca

Rússia - No foco do mercado e dos investidores estão as notícias, principalmente, vindas da economia da Rússia. A moeda do país, o rublo, perdeu quase 27% frente ao dólar frente às inseguranças sobre a economia local por conta dos preços do petróleo, o que poderia invabilizar a saúde econômica russa. 

Depois que a moeda despencou, o Banco Central da Rússia optou por aumentar em 6,5% a taxa de juros do país para 17% na tentativa de conter baixas ainda mais fortes. O temor dos investidores agora é de que essa medida possa ser tomada por outras economias emergentes, segundo analistas, para tentar segurar a desvalorização de suas divisas. Somente em 2014, o rublo acumula uma baixa e 60%. 

Segundo apurou o G1, "o Banco Central explicou nesta madrugada que a alta das taxas de juros é uma tentativa de conter a inflação e a baixa da moeda provocados, em parte, pela drástica queda dos preços do petróleo". Além disso, de acordo com o que informou a agência de notícias russa Interfax, a autoridade monetária deverá adotar outras medidas como tentativa de estabilizar o mercado financeiro da nação. 

Essa crise na Rússia está abalando os mercados internacionais e, segundo noticiou o Estadão, quatro das principais bolsas europeias operavam em queda nesta terça-feira. 

Além de toda essa tensão no câmbio, a Rússia informou ainda que irá manter, em 2015, o atual nível de produção de petróleo e que concorda com a mesma avaliação anunciada nas últimas semanas pela Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) de que os mercados de commodities irão se corrigir por conta do própria, segundo o ministro de energia russo Alexander Novak. 

Leia mais sobre a crise na Rússia:

>> No Estadão: Crise na Rússia abala os mercados mundiais

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

    Aproveitem estes momentos e vendam...aproveitem os picos..pois salvo fato novo o cenário é de manutenção ou queda nos preços em Chicago...motivo estoques refeitos e produção em alta...mais petróleo em baixa.. menos crescimento em diversos países..etc..

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