Sustentada pela demanda, soja ganha força e fecha em alta na CBOT nesta 5ª feira

Publicado em 18/12/2014 17:00 e atualizado em 19/12/2014 09:02

Na sessão desta quinta-feira (18), na Bolsa de Chicago, o mercado ganhou força no final dos negócios e terminou o dia com ganhos entre 8,50 a 10 pontos nos principais vencimentos. O vencimento janeiro recuperou a casa dos US$ 10,30 e terminou o pregão valendo US$ 10,35, enquanto o maio/15, referência para a safra brasileira, ficou em US$ 10,51. 

Em contrapartida, o dólar perdeu quase 2% frente ao real, fechou em R$ 2,6550 na venda. Na mínima da sessão, a moeda chegou aos R$ 2,6454. Assim, nos portos, os preços da soja acabaram recuando, apesar de um mercado mais forte em Chicago. 

No porto de Paranaguá, a soja futura fechou o dia valendo R$ 63,70, caindo 1,24%. Já em Rio Grande, o produto da safra nova ficou em R$ 65,30, recuando 1,8% enquanto o disponível subiu 0,76% e encerrou os negócios com R$ 66,00 por saca. 

No interior do país, o mercado não apresentou uma direção bem definida para os preços. Em Não-Me-Toque/RS, Cascavel/PR, Campo Novo do Parecis/MT, São Gabriel do Oeste/MS e Jataí/GO, os preços permaneceram estáveis, variando entre R$ 54,80 a R$ 60,00, segundo um levantamento feito pelo Notícias Agrícolas junto às cooperativas e sindicatos rurais. Já em Ubiratã/PR houve uma alra de 0,85% para R$ 59,00 e em Londrina/PR e Tangará da Serra/MT, os preços caíram para R$ 58,50 e R$ 56,00, respectivamente.

Mercado Internacional

Em Chicago, segundo explicam analistas, o mercado foi estimulado pelo recuo do dólar - que acaba tornando os produtos negociados nas bolsas americanas mais competitivos, além da puxada registrada entre as cotações do trigo que, durante o pregão, chegaram a subir mais de 15 pontos. 

Os ganhos registrados pelo grão, segundo explicou o analista e editor do site norte-americano Farm Futures, Bob Burgdorfer, estiveram no foco dos investidores e ganharam mais peso do que as exportações norte-americanas mais baixas do que as registradas na semana anterior, dando um fôlego significativo ao mercado da soja.

Além disso, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou, nesta quinta, a venda de 1,5 milhão de toneladas de soja para a China com entrega para a safra 2015/16, no ano comercial que se inicia em 1º de setembro de 2015 somente. 

"Isso dá para o mercado uma perspectiva de uma demanda forte no longo prazo e anulou os dados das exportações semanais de soja abaixo das expectativas", acredita o analista de mercado Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica. 

Nesta quinta-feira, o USDA informou que, na semana que terminou em 11 de dezembro, as vendas norte-americanas de soja vieram menores do que as registradas na semana anterior - e isso já vinha sendo esperado pelo mercado, segundo analistas do site norte-americano Farm Futures - e totalizaram 696 mil toneladas. 

A redução, na semana, foi de 14% e, em relação à médias das últimas semanas, de 27%. A China, como sempre acontece, foi o principal destino da oleaginosa americana. O departamento reportou ainda as vendas de 350 mil toneladas da safra 2015/16. 

No acumulado do ano, as vendas norte-americanas já somam 41.156,6 milhões de toneladas, contra a projeção atual do USDA para todo a temporada 2014/15 de 47,9 milhões de toneladas. 

E é essa demanda muito forte, segundo Cogo, que deve continuar a dar sustentação às cotações, o que, para o produtor brasileiro, vem aliada a um dólar buscando patamares mais altos, favorecendo a formação dos preços internos, diz o analista. 

"Os preços se consolidaram em patamares mais elevados no mercado internacional o dólar já mostrou que deve buscar patamares mais elevados, o que leva o produtor brasileiro a garantir melhores margens de renda", diz. Para Cogo, as cotações da soja em Chicago ainda encontram uma firmeza entre os US$ 10,40 e US$ 10,50 por bushel. "Nos últimos 30 dias, as coisas mudaram radicalmente", completa. 

Efeitos do Petróleo

Ainda segundo Cogo, o real efeito que a crise nos preços do petróleo pode ter no mercado de grãos continua sendo incerto. "No entanto, parece que a pressão e o efeito que a queda vinha exercendo sobre o mercado se dissipou nos últimos dias", explica. 

Para o analista, se de um lado o mercado pode ser pressionado, outros benefícios podem ser colhidos com essa baixa nos preços, uma vez que os gastos menores com energia e combustíveis, principalmente de países importadores - como é o caso da China, por exemplo - poderia impulsionar um consumo maior de alimentos, trazendo mais estímulo aos preços e aos mercados. 

"Uma queda dos preços dos combustíveis no varejo poderia estimular ainda mais a demanda", diz Cogo. Paralelamente, o analista afirma ainda que essa baixa no mercado do petróleo pode trazer um recuo nos valores também dos insumos, como fertilizantes e agroquímicos, o que poderia contribuir para custos de produção mais amenos daqui em diante. "Além disso, o produtor poderia ainda sentir uma pressão menor vinda dos preços dos fretes", diz.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

1 comentário

  • FREITAS CURITIBA - PR

    O título está errado. Fechou em alta ontem, quinta-feira.

    0