Soja volta a cair em Chicago nesta 6ª feira com mercado buscando se ajustar

Publicado em 14/08/2015 08:42

Os preços da soja voltaram a cair na Bolsa de Chicago nesta sexta-feira (14). Depois de dias agitados, nesta última sessão da semana, as cotações parecem continuar a buscar uma acomodação, com os traders se ajustando e buscando garantir um bom posicionamento. Assim, depois de subir quase 20 pontos ontem, as cotações perdiam pouco mais de 8 pontos por volta das 7h50 (horário de Brasília), levando  o novembro/15, referência para a safra norte-americana, a US$ 9,18 por bushel. 

Depois da chegada do esperado boletim do USDA (Departamento de Agricultura dos Estadod Unidos), o mercado deve voltar-se, como explicam os analistas, ao desenvolvimento e conclusão da nova safra dos Estados Unidos. Assim, um dos fatores fundamentais para os negócios deve ser o comportamento do clima no Meio-Oeste. 

Ao mesmo tempo, as notícias do mercado financeiro também seguem chegando ao mercado e ganhando sua influência de acordo com o dia e com o teor de suas informações. A China segue no radar dos investidores. 

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Soja: Mercado fecha o dia com altas de quase 20 pts em Chicago em sessão de recuperação

O mercado da soja na Bolsa de Chicago fechou a sessão desta quinta-feira (13) com fortes altas. Os futuros da oleaginosa terminaram o dia com ganhos de mais de 17 pontos nas posições mais negociadas e conseguiram consolidar uma recuperação importante depois das baixas de mais de 60 pontos no pregão anterior. O primeiro vencimento - setembro/15 - terminou os negócios valendo US$ 9,36 por bushel, enquanto o de referência para a safra americana - novembro/15 - ficou em US$ 9,27. 

Como explicou o analista Flávio França, da França Junior Consultoria, o mercado começou sua busca por uma acomodação depois da chegada dos últimos números dos USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). "O relatório pegou o mercado muito atravessado, ninguém apostava em um relatório como o que foi divulgado nesta quarta. Os preços, agora, vão se acomodar", disse. 

Além disso, França acredita ainda que as perdas registradas no pregão anterior foram exageradas, apesar de afirmar que os preços não contam com uma tendência de alta. Como explica o analista, os estoques finais de soja dos EUA da safra 2014/15 voltaram a cair - de 6,94 milhões para 6,53 milhões de toneladas, a demanda ainda é bastante forte e a safra 2015/16 ainda precisa ser bem concluída nos Estados Unidos. "Esses números podem ter quebrado as expectativas de preços maiores, mas as últimas baixas foram mesmo exageradas", avalia. 

Ainda entre os indicadores da demanda, o USDA revisou sua estimativa para as importações da soja da China na safra 2014/15 de 74 para 77 milhões de toneladas e da 2015/16 de 77,5 milhões para 79 milhões de toneladas. Além disso, elevou o processamento da oleaginosa no novo ano comercial de 77,3 milhões para 79,5 milhões de toneladas. 

Para Ênio Fernandes, consultor em agronegócio, essa recuperação - e esse movimento todo mais acentuado do mercado - mostra a atuação dos fundos de investimento ainda muito presente nos negócios. "Os fundos estavam muito comprados antes do relatório e quando chegaram os números, houve uma corrida de vendas para diminuir os prejuízos", explicou. Agora, com preços mais baixos, os investidores voltam à ponta compradora do mercado. 

"Acredito que os preços trabalhem no intervalo de US$ 9,30 a US$ 10,30 por bushel em Chicago. Ao se aproximar de US$ 9,80 a US$ 10,00, vai motivar novas vendas e chegando perto de US$ 9,30, novas compras", acredita. 

O consultor afirma ainda que uma pressão maior pode ser sentida sobre o mercado no momento da colheita da nova safra dos Estados Unidos. A chegada da oferta pode pesar sobre as cotações, levá-las a se aproximar dos US$ 9,00, porém, isso tira a pressão vendedora do mercado e o mercado volta a se recompor. "Esse quadro 'retira' a oferta e estimula a demanda", diz. 

Ainda nesta quinta-feira, o mercado contou com os números das vendas semanais para exportação dos EUA também divulgados pelo USDA e os quais ficaram dentro das expectativas dos traders. Entre as duas safras, foram vendidas pelo país, na semana que terminou em 6 de agosto, 756,8 mil toneladas de soja, sendo 96,3 mil da safra velha e mais 660,5 mil da nova. As projeções variavam entre 300 mil e 1 milhão de toneladas. 

No acumulado do ano comercial 2014/15, as vendas americanas da commodity já somam 51.888,9 milhões de toneladas, contra a projeção do departamento para as vendas totais de 49,67 milhões. 

Mercado Financeiro

As notícias vindas do cenário macroeconômico também seguem dando sua influência ao andamento dos negócios. a economia chinesa também se mantém no foco dos negócios internacionais e pesando, especialmente, sobre o andamento do câmbio. Hoje, a nação asiática anunciou, pelo terceiro dia consecutivo, uma nova desvalorização do yuan. Porém, ao mesmo tempo, o Banco Central do país afirmou também que já não vê mais motivos para continuar com essa depreciação da divisa. Refletindo essas declarações, os indíces acionários asiáticos fecharam o dia em alta. 

Como noticiou a agência Reuters, "o banco central da China disse que não há base para mais depreciação do iuan à luz dos fundamentos econômicos fortes do país. A moeda recuava pelo terceiro dia consecutivo após a decisão de Pequim de desvalorizar a moeda na terça-feira" Assim, ainda de acordo com informações reportadas pela Reuters, "o Banco do Povo da China disse que o ambiente econômico, superávit comercial sustentado, posição fiscal sólida e grandes reservas internacionais dão fornecem "forte suporte" à taxa de câmbio".

Dólar e preços no Brasil

O dia foi positivo também para o dólar frente ao real nesta quinta-feira. A moeda americana encerrou o dia acima dos R$ 3,50 com uma alta de mais de 1%, após algumas baixas registradas ao longo dessa semana. Assim, nos portos brasileiros, os preços da soja também registraram algumas pequenas valorizações. 

Em Rio Grande, a soja disponível subiu 3,01% para R$ 78,80 e aquela a ser entregue registrou um ganho de R$ 78,70, com alta de 2,21%. Em Paranaguá, após a falta de referência nesta quarta, o produto disponível ficou com R$ 76,50 nesta quinta, contra R$ 78,00 para o produto futuro. No terminal de Santos, o preço desse fechamento ficou em R$ 74,50 por saca. 

No interior do país, porém, algumas praças de comercialização apresentaram baixas de mais de 4%, como foi o caso de Não-Me-Toque/RS, onde o preço foi para R$ 66,00; em Tangará da Serra/MT, para R$ 60,00 e em Campo Novo do Parecis, para R$ 59,00 por saca. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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