Soja: Preços na Bolsa de Chicago caminham de lado nesta 5ª e mercado busca definir direção

Publicado em 15/10/2015 08:06

Nesta quinta-feira (15), o mercado da soja registra uma nova manhã de estabilidade na Bolsa de Chicago. As posições mais negociadas, por volta das 7h50 (horário de Brasília), subiam pouco mais de 1 ponto e ainda aparentam firmeza no patamar dos US$ 9,00 por bushel. O contrato maio/16, referência para a safra brasileira, vinha negociado a US$ 9,21.

O mercado ainda se comporta de forma técnica depois das altas dos últimos dias, mesmo em um momento de pressão sazonal sobre as cotações em função do andamento da colheita nos Estados Unidos. 

Porém, os bons números da demanda dos últimos dias e as irregularidades no regime de chuvas na região central do Brasil ganham cada vez mais espaço do radar dos traders. Além disso, a postura dos vendedores nas principais origens também é considerada. 

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira (14):

Soja: Preços nos portos do Brasil têm pouca movimentação com queda na CBOT e baixa do dólar

Na sessão desta quarta-feira (13), o mercado internacional da soja fechou em queda na Bolsa de Chicago, porém, próximo da estabilidade. Ao longo dos negócios, os futuros da oleaginosa testaram os dois lados da tabela, porém, com oscilações ainda bastante tímidas. 

As posições mais negociadas terminaram o dia com perdas de 3,4 a 4,6 pontos e o novembro/15, referência para a safra americana, cotada a US$ 9,12 por bushel, enquanto o maio/16 ficou em US$ 9,29 no fechamento desta quarta. 

No Brasil, as baixas em Chicago vieram acompanhadas de um novo recuo do dólar. A moeda norte-americana recuou mais de 1% frente ao real nesta sessão e pesou sobre a formação dos preços no país. 

Assim, as cotações recuaram no terminal de Rio Grande, perdendo 2,3% no disponível, para R$ 85,00, e 1,2% no futuro, terminando o dia com R$ 82,00 por saca. Já em Paranaguá, cotações estáveis nesta quarta, com a soja disponível terminando os negócios com referência de R$ 82,00 e a da nova safra brasileira valendo R$ 83,00. 

As vendas no Brasil perderam ritmo nos últimos dias e o principal motivador tem sido a incerteza cambial e a volatlidade acentuada das última sessões. Ainda assim, as exportações brasileiras dos últimos meses têm sido um destaque no mercado nacional, já que o volume já passa de 50 milhões de toneladas nos primeiros nove meses deste ano de 2015. 

Bolsa de Chicago

Neste pregão, o comportamento do mercado foi bastante técnico e de realização de lucros depois do bom rally registrado no dia anterior, quando as cotações encerraram o dia com altas de mais de 20 pontos, movimento que levou os preços a superarem o patamar dos US$ 9,00 por bushel. 

Entretanto, segue no radar dos investidores a frequente chegada de notícias tanto do lado da oferta, principalmente sobre a evolução da colheita nos Estados Unidos e do recém iniciado plantio no Brasil e, ao mesmo tempo as informações referentes à demanda, como a entrada de novos anúncios de vendas dos EUA para a China pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

"Nesta terça, tudo esteve muito ligado aos números da demanda, notadamente da China. Já nesta quarta, as coisas estavam mais calmas, com os investidores liquidando posições", explica Camilo Motter, analista e economista da Granoeste Corretora de Cereais. 

O último boletim semanal de acompanhamento de safras trazido pelo USDA nesta terça-feira (13) mostrou que, até o último domingo (11), 62% da área norte-americana já havia sido colhida e o número ficou bem acima do registrado no mesmo período do ano passado e também da média dos últimos cinco anos. 

Ao mesmo tempo, ainda nesta quarta, o USDA trouxe um novo anúncio de vendas de soja em grão - 235 mil toneladas da safra 2015/16 - dos EUA para a China, reforçando as expectativas melhores sobre a demanda pelo produto norte-americano. Na terça, outro anúncio foi feito, com um volume de 240 mil toneladas. 

As informações sobre a nova safra da América do Sul também ganham cada vez mais força no mercado internacional. Segundo um levantamento feito pela França Junior Consultoria, cerca de 7% do plantio da temporada 2015/16 já havia sido concluído até o dia 9 de outubro nos principais estados produtores. O número é o mesmo do registrado neste período de 2014, mas fica ligeiramente acima dos 6% de média dos últimos cinco anos. 

Em Mato Grosso, maior estado produtor, o plantio já foi concluído em 6,1% da área, de acordo com o Imea (Instituto Mato Grossense de Economia Agrícola). E a região Centro-Oeste é a que inspira mais atenção no momento, já que o padrão climático se mantém com chuvas irregulares ainda por todo o mês de outubro, como afirmam os meteorologistas.

"Novos rallies vão depender da demanda da China e do clima na América do Sul, já que a redução na estimativa de produção dos EUA trazida pelo USDA no boletim de outubro parece não ter feito muita diferença para o mercado", acredita o analista de mercado e editor do site internacional Farm Futures, Bryce Knorr. 

Nesta perspectiva, o mercado internacional passa a trabalhar, ainda segundo explicou Motter, com uma resistência de US$ 9,26 por bushel depois do rompimento dos US$ 9,02 no contrato novembro, na sessão desta terça-feira. Assim, o suporte passa a ser, primeiramente os US$ 9,02 e, na sequência, os US$ 8,87 por bushel. 

"De qualquer maneira, vejo que o mercado tem boas chances de se manter acima dos US$ 9,00 por algum tempo, mas o noticiário do Brasil passa a ter importância crescente e estas irregularidades (observadas no Centro-Oeste) podem embalar certo nervosismo e, portanto, merece atenção redobrada", explica o analista da Granoeste. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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