Soja: Em Chicago, mercado se prepara para o feriado e exibe leves ganhos na manhã desta 4ª feira

Publicado em 25/11/2015 07:09

As cotações da soja negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram o pregão desta quarta-feira (25) com ligeiros ganhos. As principais posições da commodity exibiam altas entre 2,50 e 2,75 pontos, por volta das 7h42 (horário de Brasília). O vencimento janeiro/16 era cotado a US$ 8,66 por bushel e o maio/16 a US$ 8,74 por bushel.

O mercado permanece operando de maneira técnica, respeitando o intervalo de US$ 8,50 a US$ 8,65 por bushel, conforme explicam os analistas. Nos últimos dias, as cotações têm exibido movimentações limitadas, sem grandes oscilações para baixo ou para cima da tabela.

Do lado fundamental, os investidores acompanham as informações da América do Sul. Na Argentina, a perspectiva de que o novo presidente do país, Maurício Macri, reduza as taxas de exportação da soja por três meses, já a partir de dezembro ainda ronda o mercado. A projeção é que haja ainda 11 milhões de toneladas do grão nas mãos dos agricultores.

No caso do Brasil, o plantio da soja está caminhando de maneira mais lenta e há muitas preocupações, principalmente no Centro-Oeste com as áreas que terão que ser replantadas. Cenário decorrente do clima adverso, as chuvas permanecem irregulares. Em contrapartida, os produtores do Sul do país sofrem com o excesso de umidade, que além de gerar apreensão em relação ao rendimento das plantações, é um ambiente propício ao aparecimento de doenças.

Por outro lado, os investidores já começam a se preparar para o feriado desta quinta-feira (26) nos EUA em comemoração ao Dia de Ação de Graças. O mercado voltará a operar na sexta-feira (27), porém, a sessão será mais curta.

Confira como fechou o pregão desta terça-feira:

Soja: Em dia técnico, mercado fecha sessão desta 3ª feira próximo da estabilidade em Chicago

Em mais uma sessão de volatilidade, os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o dia com leves ganhos. Durante o pregão, as principais posições da commodity testaram os dois lados da tabela, mas encerraram com ligeiras quedas entre 0,25 e 0,50 pontos. O vencimento janeiro/16 era cotado a US$ 8,63 por bushel e o maio/16 a US$ 8,72 por bushel.

De acordo com o economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, o mercado operou de maneira bastante técnica nesta terça-feira. “Os preços seguem confinados no mês de novembro em uma faixa estreita, em um patamar entre US$ 8,50 por bushel e US$ 8,65 por bushel. E na quinta-feira (26), teremos um dos feriados mais importantes no país, que é o Dia de Ação de Graças. Com isso, os fundos que andam sobrevendidos acabaram comprando posições para passar o feriado tranquilamente”, ressalta.  

E, com a finalização da safra americana, o foco passar a ser a América do Sul. Em meio à eleição de Maurício Macri, para a presidência da Argentina ainda há muitos rumores sobre o que pode acontecer a partir de dezembro, quando o político assume o cargo.

"Já está circulando no mercado que o novo presidente poderia suspender temporariamente os impostos de exportação para uma janela de três meses já a partir de dezembro. Em uma tentativa de começar a mover grandes estoques de passagem", disse Tobin Gorey no Commonwealth Bank of Australia e publicado no site internacional Agrimoney.

Diante dos impostos elevados, os produtores argentinos têm retido os grãos. Especulações indicam que a tributação, que atualmente está próxima de 35%, possa cair gradativamente cerca de 5% por ano. A projeção é que haja ainda 11 milhões de toneladas do grão nas mãos dos agricultores.

Já no Brasil, as atenções estão voltadas ao plantio da soja. Até a última semana, em torno de 65,6% da área projetada para essa temporada já havia sido plantada. Em igual período do ano anterior, em torno de 78% da área havia sido semeada.

Na região Centro-Oeste, o maior estado produtor do grão, Mato Grosso, ainda sofre com as chuvas irregulares. E, além do atraso, os produtores ressaltam a necessidade de replantio em muitas áreas. Dados oficiais apontam que cerca de 89,7% da área já foi plantada com a oleaginosa. "A chuva que vinha sendo aguardada não se consolidou em algumas regiões e por isso o total já cultivado fica abaixo de 2014 e da média dos últimos cinco anos, de 93%", apontou o Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) em nota.

O cenário é parecido em uma importante região de Goiás, Rio Verde. O produtor rural da localidade, José Roberto Brucelli, ressalta que não nunca houve tantos casos de replantio como nesta temporada. E além dos custos mais altos, o cenário também gera incertezas sobre a produtividade das plantações na safra 2015/16.

Para essa semana, as previsões climáticas indicam chuvas para grande parte do Centro-Oeste do país. Segundo boletim informativo do agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos, a atenção também estar voltada ao Sul do Brasil.

“No Paraná, Santa Catarina e sul do Mato Grosso do Sul essas chuvas já começam a trazer prejuízos aos produtores, pois a vários e vários dias chove regularmente na região e desse modo, os produtores não conseguem ir a campo e realizar os tratos culturais, tão essenciais ao desenvolvimento das plantas. E a tendência é que esse padrão chuvoso se mantenha ao longo de toda a semana”, afirma o especialista.

Mercado interno

Apesar das leves quedas em Chicago e no dólar, as cotações subiram nos portos brasileiros. Nesta terça-feira, a saca da soja disponível era cotada a R$ 81,00, com ganho de 3,85% no Porto de Paranaguá. Já a saca para entrega futura era cotada a R$ 74,00, com ganho de 1,37%. Em Rio Grande, o preço disponível chegou a R$ 80,10, com alta de 1,39% e o futuro estável com a R$ 76,00 a saca.

Por sua vez, a moeda norte-americana fechou o pregão com queda de quase 1%, negociada a R$ 3,7040 na venda. De acordo com informações da agência Reuters, o movimento negativo é uma reação às especulações de que o Federal Reserve, banco central americano, será gradual ao aumentar a taxa de juros nos EUA e também na intervenção do Banco Central brasileiro no mercado.

Diante desse cenário, Motter destaca que os produtores estão mais focados na finalização do plantio da soja e nas condições climáticas. “Em relação à comercialização, os preços praticados não são tão convidativos aos produtores nesse momento. Mas da safra velha, os agricultores devem ir participando do mercado”, orienta o economista.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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