Chicago: Após fortes altas na sessão anterior, soja tem manhã de estabilidade nesta 6ª feira

Publicado em 18/12/2015 07:26

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago, após as altas de mais de 10 pontos da sessão anterior, operavam com estabilidade. As posições mais negociadas subiam entre 1,25 e 1,50 ponto, mantendo as cotações entre US$ 8,78 e US$ 8,94 por bushel, respectivamente no primeiro e último vencimentos. 

Os movimentos de compra e venda de posições por parte dos investidores seguem alinhando os negócios nas últimas sessões e mantendo o comportamento técnico. Entretanto, os fundamentos, segundo explicam analistas, devem se fortalecer nos próximos meses na medida em que vêm trazendo a consolidação das perdas no Brasil por conta do clima e ainda a definição do plantio da temporada 2016/17 nos EUA. 

O mercado internacional ainda sente também a forte influência do mercado financeiro que parece, nas últimas sessões, ter amenizado a aversão ao risco por parte dos investidores que vinha pressionando as cotações de uma forma geral. Na sessão desta quinta (17), os compradores voltaram ao mercado - e não só de grão, mas também de farelo - de forma mais agressiva, contribuindo para o suporte das cotações. 

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Soja: Com compradores mais agressivos, mercado fecha com altas de mais de 12 pts na CBOT

O mercado internacional da soja, que chegou a testar baixas significativas no início do dia, voltou a subir e encerrou a sessão desta quinta-feira (17) em campo positivo na Bolsa de Chicago e registrando boas altas no término dos negócios. As posições mais negociadas subiram mais de 2%. 

Após os últimos recuos, as cotações voltaram a recuperar sua força e buscaram ainda retomar alguns patamares importantes para os negócios, uma vez que a primeira posição - janeiro/16 - voltou a se aproximar do suporte aos US$ 8,50 por bushel, incentivando os investidores a voltarem à ponta compradora do mercado. 

"Os três grãos negociados em Chicago - soja, milho e trigo - reverteram seu movimento para altas nesta quinta-feira liderados pelas compras comerciais na soja em grão e também no farelo. Esse foi um movimento inesperado em um dia em que o dólar index opera em alta e a maioria das commodities recua", explicou o analista internacional de grãos Todd Hultman, do portal DTN The Progressive Farmer.

Além disso, como sinalizou o analista também internacional Mike McGinnis, do site Agriculture.com, o mercado da soja na CBOT parece ter "ignorado" a medida do fim de controle cambial na Argentina, a qual poderia, ao lado da redução das retenciones, estimular mais vendas por parte dos produtores argentinos, que vêm segurando elevados estoques por conta dos últimos anos de uma economia difícil no país. 

Ainda dando suporte às cotações vieram as vendas semanais de soja dos Estados Unidos reportadas, nesta quinta, pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), com números dentro das expectativas do mercado. 

Os Estados Unidos venderam, na semana encerrada em 10 de dezembro, 1.023,8 milhão de toneladas de soja, sendo 887,8 mil toneladas da safra atual e mais 136 mil da 2016/17, enquanto os traders esperavam algo entre 900 mil e 1,3 milhão de toneladas. O volume da temporada 2015/16, no entanto, recuou 39% em relação ao registrado na semana anterior e, do total, a maior parte - 438,6 mil t - foi adquirida pela China. No acumulado do ano comercial presente, as vendas para exportação de soja dos EUA já totalizam 35.816,4 milhões de toneladas. 

E embora na comparação com o mesmo período da temporada anterior as vendas estejam mais baixas, este era um cenário já esperado, uma vez que o Brasil ampliou sua participação no mercado internacional dada a relação cambial, como explica o consultor de mercado Liones Severo, do SIM Consult. 

"Há uma concentração da demanda no Brasil, porque os exportadores preferem a safra brasileira e enquanto não acabarem as vendas brasileiras, eles (EUA) vão continuar um pouco atrasados. Mas os embarques deles não estão tão atrasados assim e até março irá avançar a demanda pelo mercado norte-americano", diz Severo.

O USDA, além do boletim semanal, trouxe ainda um novo anúncio de venda de soja dos EUA para a China de 424 mil toneladas da safra 2015/16. O reporte foi o segundo da semana - após um de 120 mil toneladas - e também atuou como combustível para os bons ganhos desta sessão em Chicago. 

Safra do Brasil

Apesar de o peso das perdas que vêm sendo registradas em diversas regiões produtoras de soja do Brasil ainda ser pequeno, as especulações crescem a cada nova previsão climática. Para Liones Severo, a quebra nessa temporada em função das adversidades do clima poderiam chegar a 6 milhões de toneladas, o que ameaça o abastecimento global da oleaginosa. 

Afinal, a América do Sul, na última temporada, contribuiu com 55% da oferta mundial e os Estados Unidos com 33%. "A maioria dos mercados consumidores não têm estoque, tudo que é importado é processado. Então, o que vai acontecer é uma transferência da demanda para os EUA até o Brasil equilibrar a capacidade dos embarques", explica o consultor. 

E as últimas previsões indicam a continuidade da irregularidade das chuvas na região Centro-Oeste, com precipitações que seguem muito limitadas em Mato Grosso, principalmente. Ao mesmo tempo, no Sul do país o tempo volta a ficar instável com a chegada de uma nova frente fria, segundo informações da Climatempo. 

Mercado Interno

No mercado brasileiro, o dia foi de pouca movimentação, mais uma vez, e falta de uma direção para as cotações tanto nos portos de exportação quanto nas praças de comercialização no interior do país. Embora em Chicago os futuros da soja tenham revertido o sinal e terminado o dia subindo mais de 10 pontos, o dólar voltou a cair e fechou com baixa de 0,90%, valendo R$ 3,8893. 

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Assim, em Paranaguá, a quinta-feira terminou sem indicativo de preços tanto para a soja disponível quanto para a futura. Já em Rio Grande, o produto da nova safra, entrega março/16, ficou com R$ 78,00 por saca, caindo 2,50%. Ao mesmo tempo, o valor em Santos subiu 1,08% para R$ 75,15. 

No Paraná, as praças de Ubiratã e Londrina terminaram o dia perdendo 0,74% e com R$ 67,00 por saca de soja, enquanto em Tangará da Serra, em Mato Grosso, subiu 0,75% para R$ 67,50. Nas demais praças, entre as principais, os preços se mantiveram estáveis e o valor mais elevado pôde ser observado em Não-Me-Toque, com R$ 72,50 por saca. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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