Soja: Mercado fecha em baixa na CBOT com informações divergentes sobre safra do Brasil

Publicado em 28/12/2015 17:32

O mercado internacional da soja voltou a recuar na sessão desta segunda-feira (28) e fechou o pregão com baixas de 8,25 a 10 pontos nos principais vencimentos negociados na Bolsa de Chicago. Assim, o primeiro contrato terminou o dia com US$ 8,67 por bushel, enquanto o maio/16, referência para a safra brasileira, ficou com US$ 8,68. 

Segundo analistas internacionais ouvidos pelo portal Agriculture.com, as chuvas que chegam à América do Sul pesam sobre as cotações, principalmente aquelas que favorecem a Argentina. Entretanto, o Brasil ainda está no foco principal e no radar dos traders. 
As informações sobre a nova safra brasileira, no entanto, são bastante divergentes. Enquanto o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) ainda acredita que serão colhidas 100 milhões de toneladas de soja nesta temporada, o consultor internacional Michael Cordonnier, um dos mais respeitados do mundo, já reduziu sua projeção para 97 milhões. 

Com esse quadro, o mercado internacional, portanto, ainda se mostra bastante sensível à essas informações, porém, dando um peso maior do que o esperado para as poucas chuvas que chegaram à regiões pontuais do Brasil neste último final de semana. "Embora essas chuvas, provavelmente, não serão suficientes para compensar todo esse tempo de seca recente, elas aliviam os temores que de a nova safra seja subastancialmente reduzida", diz Dreibus. 

Nesse quadro climático, o plantio da soja já foi oficialmente prorrogado nos estados de Mato Grosso e Goiás e um pedido foi protocolado no Piauí. Apesar disso, a maior preocupação dos produtores do Brasil Central é saber da continuidade das chuvas para o a semeadura - ou em alguns casos até mesmo o segundo replantio - e se elas chegam à regiões onde não chove, por exemplo, há mais de 30 dias. 

Leia mais:

>> Safra 2015/16: Após MT e GO, PI também deve ter plantio prorrogado

Ao mesmo tempo, além do clima, outro foco na América do Sul está sobre a área de plantio na Argentina, segundo explicou o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes. Depois da redução dos impostos sobre as exportações de soja no país pelo presidente recém eleito, Maurício Macri, os produtores locais devem ampliar a àrea semeada e aumentar sua participação nos mercados internacionais, principalmente nos setores de farelo e óleo de soja. 

Para Fernandes, no entanto, a taxa cambial continuará sendo um diferencial para o produtor brasileiro em relação ao argentino, já que a relação do real com o dólar se mostra muito mais favorável do que a do peso com a moeda norte-americano, "e isso ainda ajuda a consolidar o produtor brasileiro como um grande exportador de grãos", diz. 

Na sessão desta segunda-feira, nem mesmo os números dos embarques semanais de soja dos EUA foram fortes o bastante para limitar as baixas em Chicago, já que os números ficaram dentro do esperado. 

Na semana que terminou em 24 de dezembro, o país embarcou 1.402,756 milhão de toneladas, enquanto as projeções variavam de 1,3 milhão a 1,5 milhão de toneladas e contra 1.463,167 milhão da semana anterior. No acumulado da temporada, os embarques norte-americanos já totalizam 26.070,061 milhões de toneladas, volume menor do que o do mesmo período do ano anterior, de 29.427,087 milhões de toneladas. 

Mercado Interno

No Brasil, a semana começou sem indicativos de preços para a soja nos portos de Paranaguá e Rio Grande. Afinal, além da falta de interesse de novos negócios por parte dos produtores brasileiros e das baixas expressivas das cotações em Chicago, o dólar também recuou. A moeda norte-americana perdeu mais de 2% nesta segunda e fechou o dia com R$ 3,86. 

No interior do Brasil, portanto, os preços também recuaram e perderam, nas principais praças de comercialização, entre 0,68% e 2,99%. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Marcelo Luiz Campina da Lagoa - PR

    A safra de soja do ano safra 14/15 foi estimada em 96 mi de toneladas. Para a safra corrente, estimou-se entre 102/106 mi de toneladas, conforme o mentiroso. Mas eu tenho um questionamento sobre isso. De onde tiraram este aumento de 10 mi de toneladas, na melhor das projeções? Não veio da redução de área de milho em favor da soja, pois tudo que tinha que ser mudado já mudou nos últimos 4 anos. Se houve mudança, foi insignificante. O aumento também não veio da abertura de novas áreas. Quem é que teve peito de abrir novas áreas, com custos elevados, falta de crédito, juros altos e preços da soja em queda? Novamente, se houve abertura de áreas, foi pequena. Então sobra o aumento de produtividade. Mas, se ano passado, com clima bom no país, produzimos 96 mi de toneladas, por que com todos os problemas de seca e chuvas vamos produzir 102/106 mi de toneladas? Por favor, me expliquem senhores analistas da webcam do meio dia, do ar condicionado, de meia dúzia de clientes da ABAG? Temos sim que continuar a propagar a verdade, dizendo o tamanho das perdas. O João Batista, mais uma vez, está prestando um serviço inestimável aos agricultores. Fique com Deus João, que Ele te proteja sempre.

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