Soja fecha com estabilidade em Chicago, nos portos e no interior do BR nesta 4ª feira de cinzas

Publicado em 10/02/2016 16:42

Sem um motivo que possa tirar os preços da soja praticados na Bolsa de Chicago do intervalo dos US$ 8,50 aos US$ 9,00 por bushel, os futuros da oleaginosa encerraram mais uma sessão sem direção e com estabilidade nesta quarta-feira (10). 

Com isso, as baixas entre as principais posições foram de 0,25 a 0,75 ponto, o que fez com que o março/16 fechasse o dia valendo US$ 8,62 por bushel, e o maio/16, referência para a safra do Brasil, com US$ 8,67. 

Os negócios seguem caminhando de lado já que os traders e investidores ainda sofrem com a falta de novidades. Até mesmo o mercado financeiro internacional, que vinha exibindo um severo mau humor no início da semana, parece ter se ajustado nesta quarta e também teve, portanto, um impacto limitado sobre as cotações.

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe, nesta terça-feira (9), seu novo boletim mensal de oferta e demanda, porém, mantendo seu conservadorismo também não exerceu muita influência no andamento das cotações. Os números para os estoques finais tanto nos EUA quanto no quadro mundial subiram e foram um ponto negativo para os preços, mas logo foram absorvidos. 

Como explica o analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest Commodities, o mercado internacional da soja acompanha o pessimismo do cenário macroeconômico, da economia global. O petróleo opera em suas mínimas de 12 anos, além do dólar e do iene - a moeda japonesa - se valorizando de forma significativa nos últimos dias, mostrando que os investidores ainda estão bastante avessos ao risco, se distanciando de ativos como as commodities agrícolas. 

Mercado Brasileiro

No Brasil, após o feriado de Carnaval, os negócios ainda estão sendo retomados e os preços, com a estabilidade das cotações em Chicago e também do dólar nesta quarta-feira, estão buscando definir suas referências. 

No porto de Paranaguá, tanto a soja disponível quanto o da nova safra terminaram o dia cotados a R$ 77,00 por saca. Já no terminal de Rio Grande, a diferença entre as duas frente foi de apenas R$ 0,50, e os preços ficaram em, respectivamente, R$ 80,50 e R$ 80,00 por saca. 

"A semana está começando nesta quarta e o mercado ainda está carente de referências, ainda está criando corpo", relata Marcos Araújo. 

Como explicam pesquisadores do Cepea, o avanço da colheita da soja no país já vem exercendo uma pressão sobre os preços, na medida em que os produtores começam a cumprir seus contratos e "também a ofertar novos lotes no mercado doméstico". 

O momento faz com que as indústrias brasileiras busquem o produto com preços mais atrativos para abastecer suas plantas e acelerar o ritmo do esmagamento. E a demanda interna ainda aquecida, portanto, traz suporte aos preços praticados no interior do Brasil, mesmo que eles sofram essa pressão sazonal do início da colheita e sigam mostrando-se atrativos, ainda de acordo com os pesquisadores do Cepea, para os produtores brasileiros. 

"Na parcial do mês, a média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, cedeu 4,3%, a R$ 72,37/sc 60 kg na sexta-feira, 5. O Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&FBovespa, referente ao grão depositado no corredor de exportação e/ou negociado na modalidade spot (pronta entrega), no porto de Paranaguá, recuou 4,01% no mesmo período, a R$ 76,69/sc de 60 kg nessa sexta-feira", informou o Cepea nesta quarta-feira.

Nas principais praças de comercialização do Brasil, o dia foi de pouca movimentação entre as cotações. Chicago não trouxe novidades e o dólar encerrou o pregão com alta de 0,65% e ainda abaixo dos R$ 4,00, cotado a R$ 3,9395. 

Em Não-Me-Toque/RS, estabilidade nos R$ 71,00 por saca, bem como em Londrina e Ubiratã/PR, nos R$ 68,50, e Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, com R$ 62,00 e R$ 61,50, respectivamente. Já em Cascavel/PR, pequena alta de 0,72% para R$ 68,50 por saca. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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