Soja: Mercado em Chicago fecha com mais de 10 pontos de alta e puxa preços nos portos do BR
O mercado internacional da soja fechou o pregão desta quinta-feira (11) com altas de dois dígitos. Após semanas consecutivas de uma estabilidade quase inabalável, as cotações voltaram a subir com os investidores enxergando oportunidades de lucros nos futuros da oleaginosa e retornando à ponta compradora do mercado.
O vencimento março/16 fechou com US$ 8,73 por bushel, subindo 11,25 pontos, o maio/16, referência para a safra do Brasil, com US$ 8,77 e ganho de 10,75 pontos. As posições mais distantes - julho e agosto/16 - superaram os US$ 8,80.
Para o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, esse movimento tem pouco tempo de durabilidade, uma vez que ainda faltam novidades consitentes que possam trazer sustentabilidade a essas altas. "Por enquanto, o mercado ainda passa por correções técnicas", diz.
Além desse ajuste, os números das vendas semanais para exportação dos Estados Unidos na última semana reportados nesta quinta-feira pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) também motivaram as altas, como explica Brandalizze.
Na semana que terminou em 4 de fevereiro, os EUA venderam 666,8 mil toneladas de soja enquanto que, na semana anterior, as vendas vieram negativas em 43,6 mil toneladas e pesaram sobre o mercado. Ainda assim, segundo o consultor, a influência deste fator também acaba sendo limitada. No entanto, reforça que a demanda internacional ainda é forte.
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Complementando o quadro favorável para as cotações em Chicago, o dólar voltou a cair nos Estados Unidos nesta quinta-feira, aumentando a competitividade do produto norte-americano. "O índice dólar caiu frente a uma cesta de moedas e quando o dólar cai lá fora é motivo de alta para as commodities", explica Marcos Araújo, analsita de mercado da Agrinvest Commodities.
Os futuros do farelo e do óleo também subiram. Novas altas no óleo de palma no mercado internacional puxaram o de soja, já que o mesmo atua como um substituro para o de palma, que conta com uma produção menor no cenário mundial, por conta de adversidades climáticas sentidas na Malásia, ainda segundo Araújo.
Mercado Brasileiro
A quinta-feira foi positiva também para os preços da soja no Brasil. Além dos futuros terem exibido melhor fôlego na Bolsa de Chicago a partir do meio do pregão, o dólar intensificou suas altas frente ao real fechando o dia com 1,22% de alta e cotado a R$ 3,98. Nos portos, os valores repercutiram a conjunção desses fatores imediatamente.
Em Paranaguá, alta de 1,30% tanto para o disponível quanto para o produto futuro, com ambos encerrando os negócios em R$ 78,00 por saca. Já em Rio Grande, a soja da nova safra, entrega junho/16, subiu 2,50% para R$ 82,00, enquanto a disponível perdeu 0,62% para R$ 80,00. Em Santos, a referência é de R$ 77,50.
Os negócios, porém, seguem escassos, como relata Vlamir Brandalizze. "Com um dia de altas em Chicago e do dólar, os preços deveriam subir de R$ 1,00 a R$ 2,00, mas isso não acontece tão rápido porque os compradores ainda não estão dispostos a pagar essa diferença, mas o mercado também não tem vendedores neste momento", diz.
Segundo explicou o consultor, ainda há muitos contratos em aberto para serem entregues e assim, os traders optam por não abrirem novas posições neste momento, portanto. "Eles diminuem suas compras no disponível, para não pressionar muito o mercado, mas aumentam na soja a fixar", afirma.
Nesta quinta-feira, no interior do país, os preços não caminharam em uma direção comum. Enquanto os valores subiram 0,73% em Londrina e Ubiratã/PR, para R$ 69,00 por saca, e 3,23% para R$ 64,00 em São Gabriel do Oeste/MS, em Campo Novo do Parecis/MT perdeu 2,44%, caindo para R$ 60,00; 1,61% em Tangará da Serra/MT para R$ 61,00 e 2,94% em Jataí/GO, para R$ 66,00.
Liones Severo Porto Alegre - RS
Muito bom ("Soja: Mercado em Chicago fecha com mais de 10 pontos de alta e puxa preços nos portos do BR")..., só que ninguém disse que aquele cancelamento de 395 mil toneladas de soja não tinha nada a ver com a China, como todos falaram. Foi um cancelamento de registros de vendas no USDA que tinha sido feito para destinos desconhecidos. Se informaram errado, tem que corrigir..., ou não ?
Tem muito analista e consultor por aí que vive de soltar "factóides". Ficam divulgando asneiras e mentiras como se fossem verdades. Disseminam o medo entre os produtores, na intenção de forçar vendas. Sempre a mesma ladainha: venda, venda, vai cair, vai cair, super safra, altos estoques, China vai parar de comer, etc... Ontem estava lendo no site do Liones, qual o tamanho do rebanho suíno da China. 700.000.000 de cabeças. Sem contar o alojamento de aves, que é maior que o Brasil, peixes, gado e outros animais. Lembrem-se que a China somente produz 12 mi de toneladas de soja, que é usada quase na totalidade para consumo humano . Imaginem a quantidade de pessoas que comem naquele país? Quantos nascimentos? Qual o tamanho do desejo das pessoas em comer mais e melhor? Nos anos de expansão de consumo aqui no Brasil tivemos uma idéia do que isso significa. Aprendi nas aulas de economia da faculdade, que a primeira coisa que a pessoa aumenta o consumo quando tem renda extra é comida. COMIDA. Depois vem o ventilador e a reforma da casa. Comida também é a última coisa que a pessoa corta numa época de crise. Prova disso é que ainda não temos uma massa de cidadãos enfurecidos nas ruas, como vemos na Venezuela.
Então, aos arautos da sobra de comida, antes de repetir a ladainha de super tudo, respeitem nossa inteligência. Não tem trouxa na agricultura. Nós lemos jornais, temos internet. Sabemos que não tem mais comida sobrando, e cada vez vai faltar mais. A única maneira de sobrar comida é se os países emergentes resolverem mudar sua dieta alimentar e reduzir o consumo de carne.