Soja se firma no Brasil com prêmios positivos após 8 meses, diz Cepea
SÃO PAULO (Reuters) - As negociações envolvendo soja no Brasil foram intensificadas na última semana, impulsionadas pela maior demanda, sobretudo externa, o que ajudou a elevar os prêmios de exportação no país para patamares positivos durante alguns dias, algo que não acontecia há oito meses, avaliou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
O centro de estudos da Esalq/USP ressaltou ainda a valorização do dólar frente ao real, que deixou as commodities brasileiras mais atrativas aos importadores, segundo análise publicada nesta sexta-feira.
A moeda norte-americana fechou a 5,09 reais na venda na quinta-feira, o maior patamar desde 9 de outubro do ano passado.
Nesta sexta-feira, o prêmio da soja no porto de Paranaguá ante o contrato futuro da bolsa de Chicago já estava novamente negativo em 20 centavos de dólar por bushel para embarque em abril, mas chegou a bater 10 centavos de dólar/bushel positivos no decorrer desta semana, disse o Cepea.
Para maio, houve oferta de até 15 centavos de dólar/bushel; e, para junho, de 20 centavos de dólar/bushel.
Para embarques mais distantes, como junho, o prêmio ainda estava positivo nesta sexta-feira, embora mais baixos antes os valores vistos mais cedo nesta semana.
Para embarques entre julho e agosto, os prêmios também seguiam positivos, com ofertas de 48 centavos de dólar/bushel para agosto, respectivamente, afirmou o Cepea.
Diante dessa conjuntura, os preços da soja subiram no mercado doméstico.
De 4 a 11 de abril, os Indicadores Esalq/BM&FBovespa -- Paranaguá e Cepea/Esalq -- Paraná (PR) registraram altas de 1,1% e 0,4%, nesta ordem, fechando a 125,63 reais/saca e a 121,08 reais/saca de 60 kg na quinta-feira.
A alta nas cotações da soja em grão no Brasil, segundo o Cepea, também esteve atrelada a dados indicando menor produção nacional. Entre a primeira estimativa da estatal Conab para a safra 2023/24 (divulgada em outubro) e a mais recente (desta semana), o corte na safra da soja no Brasil foi de 15,48 milhões de toneladas.
Agora, a produção pela Conab está projetada em 146,5 milhões de toneladas, 5,2% abaixo do recorde da safra passada.
(Por Roberto Samora)
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