Produção sucroenergética ganha força no Triângulo Mineiro
Tradicional polo da pecuária, com gado bovino de alta qualidade genética, o Triângulo Mineiro vem mostrando desde o final dos anos 1990 a sua vocação também para a produção de cana-de-açúcar. Este cenário é apresentado em dados do Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool no Estado de Minas Gerais (Siamig), analisados pela Superintendência de Política e Economia Agrícola (Spea) da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
De acordo com o assessor técnico da Spea Victor Soares Lopes, em 1996 o Triângulo já contava com 27% da área de cana-de-açúcar de Minas Gerais, respondendo, portanto, por 67,8 mil hectares plantados. Com isso, a região já oferecia uma produção 4,9 milhões de toneladas, ou 37% da safra total de cana-de-açúcar do Estado.
“Já em 2005, a área com o cultivo na região cresceu para 49% ou 171,8 mil hectares, e a produção subiu para 14 milhões de toneladas, equivalentes a 55% da safra mineira de cana-de-açúcar. Atualmente, a produção sucroenergética no Triângulo é da ordem de 46,3 milhões de toneladas/ano”, acrescenta Lopes.
Conforme a avaliação do assessor, nos últimos 18 anos o cultivo de cana no Triângulo Mineiro teve uma expansão de área à taxa média anual de 12,8%. “O crescimento da taxa média anual de produção foi de 13,3%”, ressalta.
O assessor explica que há cerca de 25 anos a produção de cana-de-açúcar no Triângulo Mineiro já apresentava grande potencial. “O clima e o solo da região são privilegiados, a topografia é favorável à adoção de tecnologias que possibilitem o desenvolvimento de projetos competitivos e além disso a localização das usinas do setor é adequada ao comércio com os grandes centros que demandam os produtos.”
Os negócios com a cana-de-açúcar tiveram grande incremento com o lançamento do carro flex em 2003. Segundo o assessor, o aumento da demanda por etanol atraiu grandes grupos de Alagoas e do exterior ligados setor sucroenergético (açúcar e etanol) e aproveitamento do bagaço de cana para a produção de energia. Ele diz que, “de acordo com o Siamig, há 38 usinas de sucroenergéticos em Minas Gerais e 50% estão localizadas no Triângulo.”
Lopes diz que ainda assim houve um período em que o setor do açúcar e álcool foi prejudicado porque o governo adotou a política de segurar o preço da gasolina e com isso o preço do álcool perdeu competitividade. O assessor observa que uma das consequências foi o fechamento de indústrias.
“Em Minas Gerais, o governo favorece o desenvolvimento do setor ao oferecer mais perspectivas de produção de açúcar e álcool com redução da alíquota do ICMS do etanol hidratado de 19% para 14%, projeto aprovado na Assembleia Legislativa em 15 de dezembro. Esta é a segunda redução do imposto sobre o etanol, que em 2012 foi baixado de 22% para os atuais 19%. O mesmo projeto aumenta a alíquota da gasolina de 27% para 29%, o que deverá possibilitar um aumento da competitividade da produção de etanol hidratado no Estado”, finaliza.
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