Trigo fecha com mais de 4% de alta nesta 6ª feira em Chicago, após novos números do USDA
O destaque no mercado internacional de grãos nesta sexta-feira (10), sem dúvida, foi o trigo. Na Bolsa de Chicago, os futuros do cereal subiram forte, terminam o dia com mais de 4% de alta e o movimento se intensificou logo na sequência da divulgação dos números do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
O reporte chegou trazendo dados importantes e com força altista para as cotações. Segundo elencou a Agrinvest Commodities, os principais pontos de atenção são o corte de produção na Rússia; o aumento nas exportações 2024/25 dos EUA, o corte nos estoques globais, "seguindo para o quinto ano consecutivo de aperto". Assim, "todos os fatores corroboram para a sustentação dos preços do trigo no mercado internacional", informa o time da consultoria.
Os números abaixo deixam o cenário mais evidente. Os números trazidos pelo USDA nesta sexta com as primeiras projeções para a safra 2024/25 indicam menores produções na Ucrânia e na Rússia em relação a 2023/24. No caso russo, a colheita deverá cair de 91,5 para 88 milhões de toneladas e suas exportações de 53,5 para 52 milhões.
Assim, os preços encerraram o pregão desta sexta-feira na Bolsa de Chicago subindo entre 23 e 26 pontos nos contratos mais negociados, com o julho valendo US$ 6,63 e o setembro a US$ 6,82 por bushel. O combustível do relatório foi bastante importante para um mercado que já vinha bastante atento ao clima adverso que regiões importantes de produção, mundo a fora, vão registrando.
E o clima no Hemisfério Norte, com as novas safras em andamento, continuarão a ser um dos principais drivers dos preços daqui em diante, em especial com as primeiras estimativas do USDA para esta nova temporada tendo sido divulgados.
MERCADO BRASILEIRO
No Brasil, o mercado físico do trigo até testou algumas altas, porém, apenas pontuais. O maior estado produtor do grão, afinal, vive sua maior tragédia, em um desastre que ainda está em curso. "Não há como falar em negócios no estado", afirma Élcio Bento, analista da Safras & Mercado, direto de Porto Alegre.
Em Ubiratã, no Paraná, a alta foi de 1,49% para R$ 68,00 e em Castro, de 3,85%, para R$ 81,00 por saca.
O especialista explica que por mais que estas cheias não tenham afetado as principais regiões produtoras de trigo no Rio Grande do Sul, as cheias atingiram em cheio as estruturas locais, com muitos moinhos tendo sido duramente afetados.
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