Preços do algodão recuam com demanda interna fraca e maior oferta depois que boa parte dos contratos para exportação foram cumpridos
Nas últimas semanas as cotações do algodão em pluma na Bolsa de Nova York apresentaram uma curva de alta por contas das expectativas de qualidade da safra colhida nos Estados Unidos. No entanto, os dados de acompanhamento de safra acentuam os receios com a qualidade da commodity e, o reflexo do aumento de oferta - já que a safra norte-americana está 50% colhida – fez com que o mercado voltasse a operar pressionado.
De acordo com o consultor da FCStone, Éder Silveira, além da maior disponibilidade da pluma também há um enfraquecimento da demanda interna e externa que colabora com a baixa das cotações. "A China, por exemplo, está tomando decisões para tentar estimular o consumo usando mecanismos de redução de juros e compulsórias dos bancos para incentivar a economia", destaca o consultor.
Recentemente as cotações na NYBOT atingiram as máximas de US$ 64,00 cents/lb, operando sobre as especulações de pré-relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que foi divulgado no inicio de outubro. Mas após a confirmação de safra dentro das expectativas o mercado voltou a trabalhar pressionado.
Nesta quinta-feira (29) os futuros da pluma na Bolsa de Nova York caíam 44 pontos no contrato dezembro/15, por volta das 15h20, cotado a US$ 62,24 cents/bl. A tendência, segundo Silveira é que o mercado continue em baixa por conta da entrada da safra norte-americana e volte a mostrar novas precificações somente a partir do inicio de dezembro.
No mercado doméstico, apesar da diminuição no ritmo de comercialização e uma maior oferta de algodão em pluma, os preços estão relativamente firmes. Há registro de negócios entre R$ 2,30 a R$ 2,35 por libra-peso, na região nordeste.
O analista explica que neste momento boa parte dos contratos de exportação foram cumpridos, com isso os produtores se voltam ao mercado doméstico. No entanto, a oferta geralmente é daquele produto que não passou sobre os requisitos de qualidade para vendas externas.
"Ainda não existe pressão de nenhum lado. Encontra-se oferta, mas ela não é de qualidade para atender a demanda e, existe demanda mas ela está muito cautelosa ainda", explica Silveira.
Diante desse cenário, e a expectativa que as indústrias reduzam ainda mais sua produção no final do ano, dando férias coletivas para ajustar oferta e demanda, Silveira considera que devemos ter um mercado estável até dezembro.
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