DA REDAÇÃO: Negócios lentos para os grãos preocupam produtores de Goiás
As negociações de soja estão em ritmo lento no sudoeste do Goiás. O presidente da Comigo (Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano), Antônio Chavaglia, explica que só há cerca de 20% da safra velha para ser negociada e com os preços mais baixos para a nova safra, quase não há negociações. Os produtores já sentem as perdas e estão confusos com as especulações sobre a safra americana, devido aos diversos fatores que derrubam os preços em Chicago e refletem no mercado interno.
Muitos destes produtores possuem financiamento para quitar e acreditavam na recuperação do mercado, por isso, seguraram vendas e acabaram perdendo cerca de R$ 6 por saca. Para Chavaglia, os negócios devem permanecer lentos até o final do ano. Atualmente, a soja está negociada a R$ 53 reais por saca e com o frete a cerca de R$ 10, os prêmios nos portos não compensam para os produtores.
Chavaglia acredita que a situação pode ser revertida, mas há diversos fatores para levar em consideração, como um reajuste no câmbio ou até mesmo o mercado ser impulsionado com estoques internos mais apertados.
Para o milho, o cenário não é positivo com a grande oferta após as colheitas da safrinha. A saca está sendo negociada por volta de R$ 15, abaixo do preço mínimo de R$ 17,50, e até o momento não houve intervenções do Governo Federal. Para Chavaglia, um dos fatores se deve a pouca comercialização antes da safra. Com o grande volume colhido, muitos produtores precisaram recorrer ao silo bolsa para armazenar a mercadoria, mais um gasto para o bolso dos agricultores.
Os produtores se preparam para a próxima safra de soja e já adquiriram cerca de 75% dos insumos. Com os negócios lentos, é possível que haja atraso no pagamento do financiamento, mas o presidente acredita que a safra será liquidada conforme a necessidade dos produtores.