Volume de animais confinados no primeiro semestre pode aumentar com alimentação mais barata e pastagens comprometidas pela estiagem
Assocon prevê um aumento de 4% no volume de animais confinados no primeiro semestre em relação ao ano passado. As pastagens comprometidas pela estiagem, aliadas pelo baixo custo da alimentação animal são as razões desse cenário. “Pela continuidade dos altos preços do boi gordo desde o ano passado e pela continuidade dos preços atrativos do insumo animal, as fazendas que produzem seus próprios animais tem uma oportunidade boa de colocar eles em confinamento agora, porque algumas regiões estão sofrendo com chuvas irregulares. Então abre a possibilidade de produzir mais animais confinados nesse semestre do que foi produzido nos primeiros seis meses do ano passado”, disse Bruno Andrade, gerente-executivo da Assocon.
Embora o custo de animais confinados seja maior, a falta de pastagem na região centro-oeste e sudeste transforma o confinamento em algo necessário para fazer o boi engordar. Contudo, esse processo só fica viável de se fazer pelos produtores que têm condições de produzir o próprio animal, pois o preço da arroba do boi magro está alto. “A operação fica bem mais arriscada se o produtor for comprar o animal para colocar no confinamento, porque o valor que ele receberia ao vender o boi gordo é menor do que o preço pago pelo boi magro, atualmente”.
No mercado interno, o aumento de 4% no confinamento em relação ao primeiro semestre do ano passado é significativo ao acrescentar cerca de 300 a 400 mil animais. Mais do que provocar uma alta na oferta, o fato de mais produtores confinarem no primeiro semestre pode mostrar que é um cenário possível produzir gado confinado durante todo o ano e com isso garantir uma oferta estável.
Em relação ao preço da reposição, a expectativa é que não haja queda até o final do ano. “Não é que esteja faltando animal. Animal tem, a questão é a disponibilidade dele próximo à região que ele será confinado. O frete e os custos adicionais inviabilizam o negócio”.O preço da arroba na BM&F para outubro em R$ 147, como sinaliza agora o mercado, ainda não atrai o confinador, porque está muito semelhante ao preço do mercado físico. Por isso, a recomendação é que o produtor tome cuidado com as contas, pois com custos altos o processamento tem que ser adequado. De acordo com Bruno Andrade, o primeiro fator que pesa no orçamento para quem vai fazer confinamento é a reposição de animais, com 55% a 65% do custo operacional total. A nutrição responde pelo segundo item, com 25% a 30%. “Por isso que quando o custo do insumo animal está mais baixo, o produtor faz a opção de prolongar um pouco o confinamento para o gado ganhar mais peso e ser vendido mais caro. Acaba valendo a pena fazer isso”.
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