DA REDAÇÃO: Etanol de arroz pode ser solução para excedente na produção
“O governo teria que fazer a política de controle, inserir usos alternativos, transformar isso numa política agrícola”, diz Renato Rocha, presidente da Federarroz. Essa seria uma forma de compensar a elevação da produtividade do arroz incentivada de forma excessiva por alguns programas governamentais.
O governo do estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, criou o “Projeto 10”, que propunha elevar a produtividade para 10 mil quilos por hectare e o do governo federal, o Projeto Marca, da Embrapa, fizeram os produtores elevar a fortemente a produtividade. No entanto, “faltou planejamento sobre o que fazer quando a produção ultrapassasse o consumo e as exportações”, diz Renato Rocha, presidente da Federarroz.
Para resolver isso, o etanol de arroz já é produzido na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em mini refinarias, produzindo etanol a partir de vários tipos de arroz. Existe ainda um projeto para a construção de mais 6 biorefinarias no estado gaúcho, uma em cada região produtora. Apenas uma dessas biorrefinarias utilizaria 150 mil toneladas arroz/ano para gerar em torno de 40 milhões litros/ano de etanol, não somente para combustível, mas para a indústria farmacêutica e bebidas.
Atualmente, o Rio Grande do Sul produz apenas 9 milhões de litros de etanol por ano e o consumo gira em torno de 2,4 bilhões de litros. Com essa demanda, os gaúchos poderiam deixar de importar o combustível de outros estados, reduzindo custos com frete e logística, além de gerar mais ICMS internamente. A geração de empregos seria outro ponto positivo: “podemos fortalecer economicamente e gerar muito trabalho aqui; cada biorefinaria vai gerar 300 empregos diretos e 2 mil indiretos”, diz Rocha. Assim, a produção de etanol de arroz, além de representar uma solução para os excedentes, seria estratégica para o estado.