Leite ao produtor alcança preço recorde em agosto, mas cenário já aponta para inversão de tendência

Publicado em 01/09/2016 12:27
Além de um aumento crescente da captação, laticínios já falam da dificuldade de repasse de preços ao consumidor final e uma ligeira elevação dos estoques

Em agosto o levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) apontou um novo recorde no preço do leite pago ao produtor. Chegando a R$ 1,6928/litro o valor é o maior registrado desde o início da série histórica pesquisada pelo Centro, em 2000.

Com esse resultado a média mensal superou em 13% o valor do então recorde em julho/16 e esteve 54,4% acima do de agosto/15. No entanto, o analista do Cepea, Wagner Yanaguizawa, alerta para uma possível reversão de tendência nos próximos meses.

Desde junho o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea), voltou a sinalizar melhora. Em julho [referência ao pagamento de agosto] o volume adquirido pelos laticínios cresceu 5,03%.

Dessa forma, Yanaguizawa diz acreditar que o pico de preço do ano deve mesmo ficar em agosto e, "que curto prazo o mercado já volte a trabalhar na estabilidade com possibilidade de queda."

Entre os principais motivos que levam a crer no aumento da produção a partir de setembro estão o possível retorno das chuvas e também ao fato de muitos produtores estarem em época de parição de vacas.

Vale lembrar que a melhora na rentabilidade dos produtores favoreceu o investimento nas propriedades, refletindo no aumento de capitação nos estados do sul, São Paulo, Goiás e Minas Gerais.

Dessa forma, "a recuperação da oferta atrelada ao cenário de demanda enfraquecida [em relação aos derivados] começa a indicar uma reversão de tendência", alerta Yanaguizawa.

A retração do consumo também trouxe reflexo nos preços dos lácteos. Depois de seis meses de alta consecutiva, os preços dos derivados lácteos caíram em agosto. Assim, as indústrias já sinalizam que teriam chegado ao limite do repasse de preços da matéria-prima ao derivado para o consumidor final.

Neste cenário o Cepea apurou que 54,5% dos representantes dos colaboradores acreditam em queda nos preços para o próximo mês. Outros 32,7% esperam estabilidade e somente 12,7% tem expectativa de alta.

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Por:
Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas

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