Colheita do milho segunda safra avança em MT e o ritmo lento no escoamento aliado à falta de espaço nos armazéns preocupam produtores
A colheita do milho segunda safra está avançando no Mato Grosso. De acordo com o último levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Aplicada (Imea) a colheita no estado atingiu nesta semana 47,52% da área total, ou seja, mais de 1,55 milhão de hectares.
Para a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) os trabalhos de campo estão ocorrendo em ritmo satisfatório, o município de Sorriso - região que costumeiramente planta com antecedência na comparação com outras partes do estado - a colheita já atinge os 70% da área total.
O que preocupa neste ano é o ritmo lento de escoamento da produção e a falta de armazéns para estocar o milho. Um atraso no ciclo agrícola desde o plantio da soja no ano passado, aliado a dificuldade de vazão da oleaginosa neste ano, reflexo do protesto dos caminhoneiros, que trancou as principais rodovias por onde passa a produção agropecuária em vários estados do país em fevereiro e março deste ano, prejudica o armazenamento do milho.
"Nós temos alguma coisa de milho a céu aberto em Sorriso, que são pontuais, porém os produtores tem feito uma medida paliativa de silos bolsa em sua propriedade", afirma Rodrigo Pozzobon, produtor e delegado coordenados da Aprosoja - MT.
Apesar desse tipo de armazenagem preservar as características dos grãos, os custos e dificuldades operacionais dos silos bolsa tornam essa alternativa não ideal.
Nas próximas semanas a saída da soja deve abrir espaço para a armazenagem e posteriormente o escoamento do milho. A grande dificuldade da região está em seus problemas logísticos, como a falta de estradas e a criação de outros modais que potencializem a capacidade de escoamento do Estado.
"O Brasil está chegando a uma fase de produção que com os portos e estradas que temos hoje, vamos travar sem conseguir produzir mais", declara Pozzobon.
Pozzobon comenta que a expectativa é de que os embarques de milho da cooperativa comecem no início de agosto, conforme os contratos firmados com os clientes, e até esse período os produtores que optaram por manter seus produtos estocados a céu aberto correm o risco de haver períodos chuvosos.
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