Soja precoce merece atenção especial no controle preventivo da ferrugem pois é a principal propagadora do fungo durante colheita

Publicado em 29/12/2016 10:59
Confira a entrevista de Fabiano Siqueri - Pesq. Fundação MT
Ferrugem tem condições favoráveis de propagação na atual safra e colheita de precoces pode acelerar disseminação dos fungos

Com a safra de soja em andamento em todo o Brasil, a preocupação aumenta em torno da ferrugem asiática, que apareceu mais cedo no Mato Grosso este ano e traz um estado de alerta para os produtores.

Esta safra, que no estado segue sob um bom clima e com o plantio mais rápido dos últimos cinco anos, teve uma tendência de se plantar mais cedo para escapar da doença, como destaca Fabiano Siqueri, pesquisador da Fundação MT. Por outro lado, a notícia do aparecimento da ferrugem um mês mais cedo do que no ano passado e um clima chuvoso previsto para os meses de janeiro e fevereiro, com chuvas irregulares, mas frequentes, geram uma condição ideal para a proliferação da ferrugem.

"O clima adequado para a planta também é bom para a ferrugem", destaca o pesquisador. Ele alerta ainda que a partir da colheita da soja precoce, que começa em janeiro, a ferrugem tende a se espalhar mais cedo, pois os esporos, mesmo que não tenham se desenvolvido nessas plantas, podem se espalhar pelo ar e levar a doença para outras lavouras. "A escolha que o produtor faz por ter menor potencial de dano, quando acredita que só o fato de ele plantar mais cedo vai resolver, não ocorre".

Ele destaca que os produtores que se autodenominam empresários agrícolas tenham maior manejo e controle corretos, sem se arriscar devido a outras condições favoráveis. Três pontos, para ele, são fundamentais: se a planta está bem protegida ou não, se a qualidade da aplicação está boa e se foi feita em um momento adequado e o clima, este último, o único que foge do controle humano.

A combinação dos produtos sistêmicos com os produtos protetores são uma boa alternativa de aplicação, como ele aponta. Os fungicidas protetores apresentam menor risco de o produto sistêmico selecionar a população de fungos, tendo assim eficácia por maior tempo. No entanto, a prática ainda não está tão disseminada.

O protetor de contato também depende da qualidade da aplicação para ter uma boa cobertura, já que ele não penetra nas plantas. Sua persistência depende muito do clima, mas, "mesmo com todas essas situações, [os protetores] têm dado um bom efeito nas lavouras", diz Siqueri.

Ainda há várias dúvidas sobre esse modelo de aplicação. Além disso, o aumento de custos também é uma barreira para que muitos produtores não o utilizem. Mas é preciso ficar atento à produtividade. Bem protegida, a planta expressa um potencial produtivo melhor.

A ferrugem asiática pode fazer com que a planta tenha uma alta perda em produtividade. "É um fator de risco que não vale a pena correr", aponta. O produtor também deve ser um gestor de riscos para realizar um melhor controle.

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Por:
Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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