Ferrugem rompe a barreira das carboxamidas na soja
Nesta última quarta-feira (8), o FRAC Brasil ( Comitê de monitoramento de resistência de fungos à fungicida) divulgou que já começaram a aparecer resistências às carboxamidas (SDHI). Falhas de controle foram verificadas em áreas comerciais e experimentais nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul durante a safra 2016/17.
O professor Carlos Alberto Forcelini, da Universidade Federal de Passo Fundo, diz que a notícia "preocupa e afeta um grupo químico", que ainda havia apresentado resistência aqui no Brasil. Logo, é possível que algumas partes do país já possuam uma diminuição na sensibilidade do fungo à carboxamida, "mas ainda é preciso avaliar a amplitude disso a nível nacional", explica Forcelini.
Empresas e pesquisadores irão realizar coletas e análises na próxima safra para verificar as resistências nas mais diversas regiões. O professor aponta que o problema identificado está na incapacidade do fungicida de alcançar e afetar a enzima do fungo - que, neste caso, seria a enzima responsável pela produção de oxigênio.
A partir de agora, portanto, os produtores não devem aumentar o número de aplicações ou de dose com produtos a base de carboxamidas, mas proteger e permitir a cultura da soja por mais tempo no campo, combinando manejos diferentes para manter as carboxamidas funcionando efetivamente por mais tempo.
Obedecer o vazio sanitário, aumentar o controle e o manejo para que o fungo não seja trazido de safras anteriores e trabalhar de uma maneira "mais preventiva do que curativa" são algumas formas de controlar esta nova ameaça no campo.
O surgimento de novas moléculas, como aponta o professor, é um processo caro - logo, deve levar de 7 a 8 anos para novas moléculas surgirem no país. "Temos que trabalhar com os produtos que temos na mão. Temos esse desafio grande a médio prazo na cultura da soja", diz.
2 comentários
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Jones Ambiel GuaÍra - PR
Parabéns (?!), a vontade de vender é tanta, e o uso repetidos (ou mal indicados) acabaram com mais um produto...
As atitudes a serem tomadas nos dirão muito sobre a real intenção de se proibir a safrinha de soja. Ficou claro que a soja segunda safra não foi responsável pela resistência da ferrugem aos fungicidas. Agora, a medida correta seria a obrigatoriedade de rotacionar principios ativos que ainda tem eficiência e banir os que tem pouco ou nenhum controle. Prejudicar uma categoria desarticulada, sem representantes e sem lobby como a dos agricultores é fácil.
Concordo em partes, Sr. Carlos... A safrinha é o bode expiatório, coitada, regiões que a fazem aplicam 2 vezes fungicidas no verão e 3 vezes na safrinha, enquanto o cerrado e o centro-sul do Paraná aplicam de 5 a 7 vezes fungicidas só na safra verão, pois não fazem safrinha!!! A safrinha é sempre citada porque interessa ao mercado eliminar a semente salva, que é um direito do produtor rural... A rotação de produtos eficientes é feita em parte, pois não são todos os agricultores que utilizam sempre os mesmos produtos e a doença é dinâmica no tempo e no espaço, porém temos que ressaltar que as recomendações de produtos ocorrem para o que tem na empresa em que o agrônomo trabalha (e o que paga mais comissão!!!) e não para o que deveria ser prescrito tecnicamente, o que deixa um ponto sobre a ética profissional a ser discutida na classe agronômica; sobre banir produtos pouco eficientes eu discordo, pois produto pouco eficiente simplesmente não faz a doença adquirir resistência a produtos de outros grupos químicos, pelo contrário, servem até como um refúgio dos esporos suscetíveis, a exemplo do que se recomenda para o milho BT, mantendo os produtos funcionais ativos por mais tempo...
Fernando Engler Palotina - PR
Vamos ver agora se o presidente da ADAPAR (Agência do ESQUEMA Agropecuário do Paraná) vai proibir os produtos contendo carboxamidas... E agora??? Como farão??? Se não podemos utilizar ciproconazol, epoxiconazol, tebuconazol e azoxystrobin porque não funciona, também tem que proibir o Elatus, o Orkestra e o Ativum porque também NÃO FUNCIONAM!!! Ou será que a proibição dos fungicidas no Paraná não estava relacionada com a eficiência dos produtos mas sim com alguma outra coisa???
Fernando, sem falar na vergonha dos inseticidas em certas formulas e granulometrias que nao sao liberados. Pq? $$$$$$
E o que o governador do Estado do Paraná está demorando para demitir esse presidentinho de m... da ADAPAR (Agência do ESQUEMA Agropecuário do Paraná)... Ou ele é cego ou FAZ PARTE DO ESQUEMA também... Afinal, esse presidentinho de m... da ADAPAR conseguiu aumentar consideravelmente o preço da semente de soja e milho no Estado, prejudicando o produtor, conseguiu acabar com a semente de soja da safrinha, que era a melhor do Estado, prejudicando o produtor, proibir diversos produtos que são liberados no restante do país, prejudicando o produtor, inventando um vazio sanitário para a soja, desnecessário em função das baixas temperaturas durante o inverno, prejudicando o produtor, que não pode plantar a soja quando ela produz mais, no início de setembro... De que lado o Sr. está, governador???
que rebeldia (Namaste)
Não ficou nada claro Se. Carlos, visto q a safrinha de soja ficou proibido no corrente ano e portanto não se pode afirmar nada.
Por determinação judicial, eu, Fernando Engler, venho retratar-me publicamente dos comentários dirigidos ao Presidente da ADAPAR, dos quais poderiam gerar qualquer interpretação duvidosa acerca de sua conduta...