Os preços da soja vão subir? Ou vão cair? Melhor fazer hedge, diz FCStone

Publicado em 03/04/2019 07:28
Glauco Monte - Diretor de Commodities da INTL FC Stone
Glauco Monte diz a João Batista que a variável dólar pode jogar preços pra baixo

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Não há uma tendência definida para os preços da soja neste momento, principalmente quando se trata das cotações na Bolsa de Chicago. Os especuladores seguem observando uma série de fatores que não se definem e que podem mudar a direção dos negócios a qualquer momento. Diante disso, a orientação do diretor de commodities agrícolas da INTL FCStone no Brasil, Glauco Monte, é de que o produtor brasileiro busque ferramentas para proteger seu preço, sua rentabilidade e se divida seu foco também em fazer uma gestão eficiente de risco. 

No mercado internacional, o andamento dos preços segue pautado pela questão da guerra comercial entre China e Estados Unidos, pelo quadro de surto de peste suína africana no país asiático e agora pelas enchentes que acometem o Meio-Oeste norte-americano às vésperas do início da safra 2019/20. 

Sobre a guerra comercial, as espeulações são muitas, mas as confirmações são poucas e até que um acordo efetivo seja anunciado, Chicago segue pressionado. Ao passo em que as duas nações cheguem a um consenso, as cotações poderiam voltar a subir na CBOT, pressionando os prêmios nos Brasil, mas ainda podendo trazer boa oportunidade para o produtor brasileiro com esse ganho no mercado internacional. 

Quanto a doença que prejudica os planteis chineses, a mesma pode ser oportunidade para o mercado de carnes e, consequentemente, para o mercado de grãos. A China terá de importar mais carne suína neste ano e o esperado é que o Brasil seja seu principal fornecedor. Frente a isso, se espera que a indústria nacional, como explica Monte, tenha uma demanda maior pela oleaginosa para esmagamento e produção de farelo. "Um benefício que pode vir para o setor de carnes pode chegar ao setor de grãos também", diz. 

Na questão climática nos EUA, há ainda muito a acontecer e o mercado internacional ainda irá especular muito sobre o cenário para a nova safra. O que chama a atenção agora são as inundações e a extensão de campos ainda alagados sem condições de plantio. Para o diretor da FCstone, os impactos deverão ser limitados dessas cheias sobre os preços, mas alerta que caso haja um atraso no plantio do milho parte dos produtores americanos podem migrar para a soja em uma parcela de sua semeadura.

Para o produtor brasileiro, além de todos estes fatores há ainda a questão cambial e parte do futuro desse componente formador do preço está no futuro da reforma da Previdência. Aprovada, o dólar poderia voltar para uma média de R$ 3,50 e exercer alguma pressão sobre as cotações no Brasil. 

E diante de tanta volatilidade que ainda poderá vir pela frente, a orientação de Glauco Monte é de que o produtor procure e invista em ferramentas que possam proteger seu preço e suas margens de renda. Uma opção é o hedge no mercado futuro. 

"Se o produtor aposta em um câmbio mais baixo, ele pode vender em reais agora, mas continua participando de eventuais altas com o mercado de opções fazendo uma call. Se ele quer esperar um pouco mais para vender, ele faz um seguro contra baixas, que é a put", orienta Monte. "O custo disso vai variar de 0 a 5%-10%, dependendo de qual volume e a que preço o produtor quer fixar", completa. 

E diante de tanta volatilidade que ainda poderá vir pela frente, a orientação de Glauco Monte é de que o produtor procure e invista em ferramentas que possam proteger seu preço e suas margens de renda. Uma opção é o hedge no mercado futuro. 

"Se o produtor aposta em um câmbio mais baixo, ele pode vender em reais agora, mas continua participando de eventuais altas com o mercado de opções fazendo uma call. Se ele quer esperar um pouco mais para vender, ele faz um seguro contra baixas, que é a put", orienta Monte. "O custo disso vai variar de 0 a 5%-10%, dependendo de qual volume e a que preço o produtor quer fixar", completa. 

Milho

No mercado brasileiro de milho atenção ainda às exportações, à concorrência que o produto brasileiro enfrenta, às boas perspectivas da safrinha e também ao andamento do câmbio, que assim como na soja, será um dos fatores preponderantes na formação dos preços do grão.

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Por:
João Batista Olivi e Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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