Soja se recupera e fecha com mais de 10 pts de alta. Milho recua

Publicado em 06/03/2012 18:14
A soja mais uma vez surpreendeu as chamadas negativas para esta terça-feira e, na contramão do milho e do trigo, encerraram o dia registrando expressivas altas na Bolsa de Chicago. 

Os futuros da oleaginosa, que fecharam a sessão regular com mais de 10 pontos de alta nos vencimentos mais próximos, continuaram a se apoiar nos fundamentos positivos: as perdas na América do Sul e a firme demanda pela soja norte-americana. 

Na América do Sul, a forte estiagem que castigou importantes produtores - principalmente o Brasil e a Argentina - provocou uma séria quebra na produção e restringiu  ainda mais a oferta da oleaginosa. Segundo o analista de mercado Mario Mariano, as perdas na safra sulamericana devem ficar entre 12,5 milhões e 13 milhões de toneladas. 

Além disso, a produção brasileira sofre também com o excesso de chuvas na época da colheita, que vem provocando o surgimento de pragas e doenças, como a ferrugem asiática, que vem provocando uma séria baixa de produtividade. 

O cenário é propício para estimular a demanda pela soja dos Estados Undidos, que também enfrenta, no entanto, tempos de estoques bastante apertados. Além disso, sem a perspectiva de oferta no curto prazo, o apetite dos fundos de investimento continuou bastante ávido para as compras, e o movimento acaba contribuindo para esses avanços. 

O mercado da soja vem registrando movimentos positivos há 34 dias, alternados com 3 ou 4 de realizações de lucros. Os fundamentos são positivos e as cotações continuam buscando mais motivos para subir, como explicou Mariano. "Partimos de US$ 12,40 (por bushel) em meados de janeiro para US$ 13,30 no vencimento maio. O mercado vem trabalhando com uma marcante agressividade", completou o analista. "O mercado está buscando seu equilíbrio". 

Em contrapartida, o milho e o trigo fecharam a terça-feira no vermelho. Analistas afirmam que os mercados seguiram o movimento de realização de lucros. 

No caso do milho, as expectativas de que os Estados Unidos registrarão uma produção recorde, com a maior área de plantio desde 1944 já está pressionando os preços. Nesta sexta-feira, 9, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga seus números de oferta e demanda mais os de intenção de plantio e os dados devem trazer mais direcionamento ao mercado. 

Hoje, o departamento reportou a venda de 126 mil toneladas do cereal para a Coreia do Sul. 

Veja como ficaram as cotações no fechamento desta terça-feira na CBOT:

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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