Soja: Com USDA dentro do esperado, preços sobem nesta 6ª, mas semana é negativa em Chicago

Publicado em 12/01/2018 17:29

Apesar das boas altas registradas na sessão desta sexta-feira (12) - pós relatórios do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) - o balanço semanal das cotações na Bolsa de Chicago ainda foi negativo. Entre os principais contratos, as baixas foram de 0,97% a 1,82%, com o março/18 fechando com US$ 9,60 e o maio/18 com US$ 9,72 por bushel. 

Neste pregão, as altas passaram dos 10 pontos depois das cotações terem batido, na sessão anterior, em suas mínimas em quatro meses na CBOT. Os números vieram dentro das expectativas do mercado e, como explicaram analistas e consultores, os traders voltaram recompondo parte de suas posições. 

Um dos pontos principais para o avanço das cotações foi uma redução trazida para a safra 2017/18 de soja dos Estados Unidos, que caiu de 120,43 para 119,53 milhões de toneladas. E embora dentro das projeções, o mercado não acreditava que esse corte poderia vir neste boletim. 

Da mesma forma, porém, foram colocadas mais 2 milhões de toneladas na produção brasileira, agora estimada em 110 milhões de toneladas, enquanto 1 milhão foi tirado da Argentina, para 56 milhões. 

>> Soja: USDA reduz exportações e aumenta estoques finais dos EUA

Assim, o equilíbrio entre os números acabou trazendo espaço para essas novas altas observadas neste pregão. Para o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, a tendência é de que o mercado se mantenha estável nos próximos dias, voltando seu foco principal para a questão climática na América do Sul. 

Além disso, acredita ainda que as importações de soja da China - mantidas em 95 milhões de toneladas - deverão ser revisadas para cima mais adiante, o que também pode favorecer para um suporte das cotações. Nesta sexta, números das importações chinesas mostraram um forte movimento de compras em dezembro e mais a possibilidade de manutenção desse ritmo, o que acaba se tornando um outro fator positivo para as cotações.

Segundo a AGResource, a queda da produção nos EUA surpreendeu

Dia de relatório e o Mercado se entusiasma com algumas novidades nos números da soja. Com reduções de produtividade na safra 17/18 dos Estados Unidos, que totalizam 119,5 MT colhidas, o balanço final foi equilibrado pela redução das exportações norte-americanas.

Até então, o USDA previa que os EUA poderiam exportar 60,56 MT durante o ano comercial 17/18.

No entanto, assim como a ARC vem alertando desde dezembro, o ritmo de vendas da soja estadunidense e os embarques deixando a desejar, colocou as novas estimativas do Departamento de Agricultura em 58,8 MT.

Além do mais, assim como esperado pelo Mercado, as estimativas de produção da soja no Brasil foram elevadas em 1,5 MT para 67 MT, enquanto que reduzidas em 1 MT na Argentina para 56 MT.

No geral, o relatório teve um tom de alta para os preços, uma vez que reduções de produção nos Estados Unidos não eram esperadas.

No entanto, o Mercado agora volta a ser direcionado pelos mapas climáticos e alguma preocupação generalizada para a safra sul-americana deve aparecer para gerar algum suporte aos preços. 

>> China amplia importações de soja em dezembro e Brasil ainda é melhor opção

Mercado Brasileiro

No Brasil, as altas foram apenas pontuais e essa foi mais uma semana de baixas para os preços tanto no interior do país, quanto nos terminais de exportação. A junção dos recuos em Chicago e mais uma intensa queda do dólar nos últimos dias pesou sobre a formação dos indicativos. 

A moeda americana, segundo noticiou a agência Reuters, fechou a semana em seu menor nível em quase três meses ao ficar R$ 3,2062 nesta sexta, perdendo 0,38%. No acumulado, a baixa foi de 0,85%, e as baixas vieram mesmo diante de um novo rebaixamento da nota de crédito do Brasil.

"Em termos práticos, o rebaixamento não muda muita coisa, já não somos grau de investimento pelas três principais agências de rating", lembrou o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado.

Leia mais:

>> Dólar termina no menor nível em quase três meses apesar de rebaixamento de nota brasileira

As principais referências chegaram a acumular uma baixa de até 3,17%, como foi o caso de Londrina, no Paraná, levando a saca de soja a R$ 61,00. Na contramão, alguns destaques foram registrados, como em Primavera do Leste, em Mato Grosso, onde a cotação subiu 5,26% para R$ 60,00 por saca. 

Nos portos, a soja disponível perdeu 1,39% em Paranaguá e 2,35% em Rio Grande, enquanto o produto da nova safra registrou baixas de, respectivamente, 2,08% e 2,42%. Os indicativos principais, portanto, variam de R$ 70,50 a R$ 72,00 por saca.  

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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