Soja: USDA reduz exportações e aumenta estoques finais dos EUA

Publicado em 12/01/2018 14:20

Nesta sexta-feira (12), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualizou os dados sobre os estoques trimestrais norte-americanos de grãos e tanto os números da soja, quanto os de milho ficaram dentro das expectativas do mercado. 

Na posição de 1º de dezembro de 2017, os estoques trimestrais de soja ficaram em 86 milhões de toneladas, 9% a mais do que o registrado na mesma data em 2016. As expectativas dos traders variavam entre 80,64 e 89,95 milhões de toneladas, com média de 86,71 milhões. 

Já os de milho ficaram em 317,52 milhões de toneladas, contra projeções que iam de 310,66 a 321,96 milhões de toneladas, e com média de 315,16 milhões de toneladas. Em 1º de dezembro de 2016, os estoques eram de 314,62 milhões.

Soja EUA

No cenário norte-americano, o departamento reduziu a safra norte-americana a 119,53 milhões de toneladas, contra 120,43 milhões do mês anterior e diante de projeções que variavam de 119,43 e 121,54 milhões. A produtividade sofreu uma leve correção também, bem como a área plantada. 

Na outra ponta, o USDA revisou os estoques finais americanos de soja para cima, passando de 12,11 milhões para 12,79 milhões, número que também ficou dentro das expectativas. Ao mesmo tempo, o reporte trouxe uma redução expressiva nas exportações americanas de 60,55 para 58,79 milhões de toneladas. 

Soja Mundo

A produção mundial foi também revisada para cima, porém, de forma bem tímida, passando de 348,47 para 348,57 milhões de toneladas. Assim, os estoques finais globais ficaram em 98,57 milhões de toneladas, contra 98,32 milhões do boletim de dezembro. 

Na América do Sul, as mudanças mais expressivas vieram para o quadro do Brasil. A safra 2017/18 foi revisada de 108 para 110 milhões de toneladas, os estoques para 22,36 milhões e as exportações para 67 milhões de toneladas. 

Já na Argentina, a produção foi reduzida de 57 para 56 milhões de toneladas e os estoques de 37,17 para 36,17 milhões de toneladas. Já as exportações foram mantidas em 8,5 milhões de toneladas. 

As importações da China para o ano comercial 2017/18 também ficaram inalteradas em 95 milhões de toneladas.   

USDA Soja - Janeiro

Milho EUA

Os dados do milho também registraram mudanças, porém, ficaram, assim como os da soja, dentro das expectativas do mercado. A safra norte-americana foi revisada para cima e ficou em 370,96 milhões de toneladas, com as projeções variando de 366,64 a 372,46 milhões de toneladas. O USDA trouxe um aumento ainda na produtividade do cereal nesse reporte de janeiro. 

Entre os estoques finais, uma nova alta, nesse caso de 61,9 para 62,92 milhões de toneladas. O mercado esperava por algo entre 57,48 e 63,99 milhões de toneladas. O uso do cereal para a produção de etanol foi mantido em 140,34 milhões de toneladas, bem como as exportações permaneceram em 48,9 milhões. 

Milho Mundo

A produção mundial de milho foi ligeiramente reduzida e ficou em 1.044,56 bilhão de toneladas, contra 1.044,75 bilhão do boletim reportado em dezembro. Na contramão, os estoques finais mundiais passaram de 204,08 para 206,57 milhões de toneladas. 

No quadro da América do Sul, poucas mudanças foram registradas. A produção do Brasil foi mantida em 95 milhões de toneladas e a da Argentina em 42 milhões. As exportações vieram em, respectivamente, 34 e 29 milhões de toneladas. 

USDA Milho

USDA eleva projeção para safra de milho dos EUA, reduz a de soja (Reuters)

WASHINGTON (Reuters) - O Departamento de Agricultura dos Estado Unidos (USDA) elevou nesta sexta-feira sua estimativa para a produção norte-americana de milho graças a um rendimento recorde em importantes Estados produtores, como Illinois, e também em algumas áreas menos tradicionais.

Em relação à soja, o USDA cortou sua estimativa de produção, embora a safra de 2017 tenha permanecido em níveis recordes em razão da maior área colhida.

Em paralelo, o governo estimou um plantio de trigo de inverno em 32,608 milhões de acres, o menor desde 1909, mas acima de várias previsões do mercado.

As volumosas colheitas de milho e soja inundaram os estoques do país, que em 1º de dezembro atingiram os maiores níveis já registrados.

Conforme o USDA, os EUA devem produzir 14,604 bilhões de bushels em 2017/18, ante uma previsão anterior, de dezembro, de 14,578 bilhões. O rendimento médio do milho foi previsto em 176,6 bushels por acre.

No caso da soja, a produção foi estimada em 4,392 bilhões de bushels, abaixo da última estimativa do USDA, de 4,425 bilhões de bushels. A produtividade média foi cortada para 49,1 bushels por acre, de 49,5 bushels por acre no relatório anterior.

O Departamento estimou as áreas colhidas com soja e com milho em 89,522 milhões e 82,703 milhões de acres, respectivamente.

Os estoques de soja em 1º de dezembro alcançaram 3,157 bilhões de bushels, contra 2,899 bilhões no ano passado. Os de milho aumentaram para 12,516 bilhões, de 12,383 bilhões no ano passado.

Já os de trigo caíram para 1,874 bilhão, de 2,079 bilhões um ano antes.

Para a soja, o USDA ainda cortou a perspectiva de exportação dos EUA para 65 milhões de bushels, em meio à crescente demanda por embarques de seu principal concorrente, o Brasil.

O Departamento elevou sua estimativa da safra brasileira de soja para 110 milhões de toneladas e as perspectivas de exportação do Brasil para 67 milhões de toneladas.

   

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Marcio David Tupanciretã - RS

    Será que eles sabem que a América do Sul está sob influência climática do fenômeno "La Niña"? Tem que revisar a produção pra baixo. Região central do RS tá muito seco...

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    • Carlos William Nascimento Campo Mourão - PR

      Caro Marcio, outro dia li um artigo da imprensa americana sobre a situação das lavouras aqui na América do Sul. Mostrava mapas de índice de vegetação, feito por satélites. Quanto mais verde , melhores estavam as lavouras. Quanto mais marrom, piores. Grande parte da Argentina e Rio Grande do Sul estavam da cor marrom. Um bom pedaço do Paraguai também. O Paraná tinha pouca coisa de marrom e muitas regiões tinham a cor branca, que significava normalidade. O dito consultor dizia que estava tudo bem no Mato Grosso, e que essas pequenas áreas amarronzadas não influenciariam na safra. Já se tornou piada o fato dos consultores somente prestarem atenção no Mato Grosso. Realmente é o maior produtor de soja do Brasil, com 30 mi de toneladas. Mas o Sul do país produz somente 40 mi de toneladas. Coisa pouca. O Rio Grande produz 18 mi de toneladas de soja, e grande parte está sob forte stress hídrico. Nem vou comentar sobre a Argentina. Em todas as áreas existem corruptos e safados. Nas consultorias e na imprensa não é diferente. Notícia influencia muito o mercado. Pode render alguns bilhões para quem as manipula. O que custa pagar algumas centenas de milhares de reais ou dólares para se divulgar algo de interesse de algum grupo? Por que será que a JBS comprou o Canal Rural? quem é o maior comprador de milho e farelo de soja no Brasil? quem é o maior comprador de gado do Brasil? Sem contar a Conabe o IBGE, que mentem descaradamente. Por isso nossos produtos não valem nada. Vale para quem os revende na forma de carne ou alimentos industrializados. Sinto em dizer que não vai melhorar. Num futuro muito próximo, produtores de cereais serão integrados como são os criadores de frangos e suínos. Peão sem 13º salário que ganham o esterco no final do ano. Nos EUA já tem produtor de soja e milho integrado. Agricultor somente terá seu valor reconhecido quando o mundo passar por uma fome generalizada. Não pensem que vamos ganhar dinheiro, pois será imoral lucrar com a desgraça alheia. Vamos trabalhar mais por migalhas. O futuro da agricultura não é muito bonito. Tomara que esteja enganado.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Carlos, sinto-me lisonjeado em dizer, como o primeiro da fila, ... PARABÉNS... Essa é a mais pura realidade ...das realidades... que vislumbram os inocentes produtores rurais... PARABÉNS... do fundo do coração de uma simples velho matuto !!!

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