Governo detecta piora do humor do eleitor após queda da Seleção

Publicado em 12/07/2014 19:13
em veja.com.br

Governo detecta piora do humor do eleitor após queda da Seleção

Pesquisa realizada nas 24 horas seguintes à derrota catastrófica na Copa mostrou queda abrupta no número de pessoas que responderam de maneira positiva a frases como “o país sabe organizar um evento”, revela VEJA desta semana

Daniel Pereira, Adriano Ceolin e Robson Bonin
Antes da derrota... - A carona no sucesso da seleção. Em 2013, depois que o time venceu a Copa das Confederações, Dilma declarou: “Meu governo é padrão Felipão”

Antes da derrota... - A carona no sucesso da seleção. Em 2013, depois que o time venceu a Copa das Confederações, Dilma declarou: “Meu governo é padrão Felipão”

Foi a maior goleada registrada em uma semifinal em vinte edições de Copa do Mundo. Foi a maior derrota sofrida pela seleção brasileira, a única pentacampeã mundial, em seus 100 anos de história. Fora de campo, foi o mais duro golpe no plano de Dilma Rousseff de transformar a competição numa importante bandeira da campanha à reeleição. Com a divulgação de dados negativos na economia, como a previsão de nova goleada da inflação (6% ao ano) sobre o crescimento econômico (1% ao ano), a presidente apostava na satisfação com a Copa e no sucesso do Brasil no torneio para neutralizar o clima de mau humor reinante na população e crescer nas pesquisas de intenção de voto. Durante três semanas, esse plano deu certo. A aprovação à organização do evento e à mandatária subiu, assim como o otimismo no Palácio do Planalto. Assessores presidenciais já vislumbravam Dilma, no Maracanã, entregando o troféu do hexa ao capitão Thiago Silva. Seria o prenúncio da coroação nas urnas. Faltou combinar com os alemães. Ao vencer por 7 a 1, eles impuseram uma sensação de ressaca aos brasileiros, reduziram a euforia com a Copa e atrapalharam o projeto de poder do PT, revertendo uma sonhada perspectiva de lucro num temor real de prejuízo eleitoral.

Encomendada pelo governo, uma pesquisa telefônica realizada nas 24 horas seguintes à eliminação do Brasil dá uma ideia do potencial de dano na popularidade de Dilma. O número de entrevistados que concordam que o Brasil “sabe organizar um evento” ou “é um país importante para o mundo” caiu 7 pontos porcentuais. Ou seja: cada gol marcado por Müller, Kroos e companhia reduziu em 1 ponto porcentual a avaliação positiva que beneficiava o governo. A queda foi um pouco mais acentuada quando os entrevistados responderam sobre o “orgulho de ser brasileiro” e se esta é “a mais alegre das Copas”. Nesses casos, a redução foi de 8 e 9 pontos, respectivamente. “Embora a Copa não tenha terminado, creio que o resultado respingará, sim, na presidente. Seu envolvimento com a seleção foi um exagero de marketing. Dilma tem um perfil burocrata, nunca se mostrou interessada em futebol”, diz o filósofo Roberto Romano. “Associar sua imagem à Copa foi algo nitidamente feito com objetivo eleitoral. Quanto ao PT, o partido imaginava que o hexa acobertaria os problemas na economia, mas não considerou que alegrias como essa são um analgésico de curta duração”, acrescenta.

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3 comentários

  • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

    De quebra eu ví uma reportagem da colheita de café em Araxá dizendo que a quebra deste ano lá será de 20%, mas entrando em contradição quando mostrou os galhos de café totalmente despidos, somente com alguns grãos...Pela amostra, a quebra lá deve ser maior que a minha aquí...

    É, a mudança não deve só ser feita na seleção não, deverá ser bem mais abrangente: Meios de comunicação e nos tres poderes da Nação!!!!

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  • João Alves da Fonseca Paracatu - MG

    Sr.Dalzir,o senhor já imaginou se fosse nós produtores que tivéssemos contratados uns trabalhadores num sistema parecido com aqueles médicos cubanos,onde estaríamos agora,se não presos, pelo menos estaríamos listados no tal cadastro de ficha suja do trabalho escravo,o governo pode e ainda ganha propaganda no globo rural...Enquanto isso,na sala da justiça...a ditadura cubana agradece!

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  • João Alves da Fonseca Paracatu - MG

    Pergunto aos amigos produtores se acaso os colegas notaram a propaganda deslavada do programa “mais médicos” do governo federal apresentado no programa globo rural deste domingo,13/07/14,não sou contra o programa,muito menos contra suas benesses a quem dele necessita,mas penso que em um País democrático e de imprensa livre ,o judiciário deveria estar atento a este tipo de manobra que, infelizmente,por ser propositivo,parcial e de grande alcance, desequilibra o pleito. Só pra lembrar,o dinheiro que paga os médicos cubanos saem dos nossos bolsos(via impostos) diretamente para sustentar a implacável ditadura cubana.

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