Carne bovina: Após retirada de embargo, 8 frigorificos estão habilitados a exportar para a China

Publicado em 18/07/2014 01:06

 

A retirada do embargo chinês à carne bovina brasileira é resultado de trabalho desde dezembro de 2012, quando as autoridades sanitárias brasileiras identificaram um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE), conhecida como doença da vaca louca. A China sustentava o embargo às exportações brasileiras do produto, contrariando a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), que manteve o Brasil na classificação de “risco insignificante” em relação à doença.

De posse dos argumentos técnicos do mais importante organismo internacional em assuntos de sanidade, a CNA fez incontáveis gestões junto a autoridades brasileiras e chinesas na tentativa de remover o embargo. Foram cinco missões à China. Em novembro passado, a CNA levou este pleito diretamente ao presidente Xi Jinping.

Fica resolvido, portanto, o principal entrave à ampliação do comércio Brasil-China, mas ainda é preciso agilizar a habilitação de novas plantas frigoríficas. É o que espera o presidente da CNA, João Martins, uma vez que, hoje, apenas oito estabelecimentos brasileiros estão autorizados a exportar carne bovina para o mercado chinês. Desde o ano passado, o Brasil aguarda uma visita das autoridades sanitárias da China para concluir o processo de habilitação.

Empresários chineses discutem investimentos em novos projetos do agronegócio

Um grupo de 35 empresários chineses integrantes da comitiva oficial do presidente da China, Xi Jiping,  interessados em conhecer áreas para futuros investimentos no segmento do agronegócio, participou de reunião com a diretoria da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Durante o encontro, os chineses conheceram o atual estágio da produção agrícola brasileira e as oportunidades de negócio para novos projetos em infraestrutura e logística.

A reunião, realizada na noite desta quarta-feira (16), foi aberta pelo vice-presidente da CNA e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), Eduardo Riedel. Ele classificou o encontro como um dos mais importantes e estratégicos para o estreitamento das relações comerciais entre os dois países, “nesses 40 anos de retomada formal da diplomacia entre o Brasil e a China”. Riedel lembrou que os chineses são hoje o maior parceiro comercial do país, “sendo o principal destino das nossas exportações de grãos”.

O ex-embaixador chinês no Brasil, Chen Duqing, atualmente integrante da China Forex Investment Summit (CFIS), destacou o trabalho da CNA no fortalecimento das relações comerciais entre os dois países, lembrando que “o momento atual é oportuno para o incremento dessa cooperação”. O chefe da delegação empresarial chinesa, Zhang Xiaobin, lembrou que a abertura econômica de seu país permitiu um aprofundamento das relações econômicas entre as duas nações, “com mais conhecimento mútuo e novas oportunidades de negócio”.

Logística e infraestrutura - O superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi, e o consultor de Logística, Luiz Antônio Fayet, apresentaram o quadro atual do agronegócio brasileiro e as dificuldades existentes em setores como os de infraestrutura, obstáculos para a participação ainda maior do agronegócio brasileiro no comércio internacional. Fayet informou aos empresários chineses sobre os elevados custos existentes no transporte de produtos agrícolas no país.

Em 2013, segundo ele, “o escoamento de uma tonelada de produtos agropecuários custou US$ 92, valor muito superior aos gastos de outros países produtores de alimentos concorrentes do Brasil no mercado internacional”. É o caso, por exemplo, dos Estados Unidos, cujo gasto é de US$ 23 por tonelada, e da vizinha Argentina, US$ 20 por tonelada.

Segundo Antônio Fayet, no ano passado, era possível transportar 25 milhões de toneladas de produtos agrícolas por 6.500 quilômetros de rodovias. Com novos investimentos, avaliou o consultor, tal capacidade poderá elevar para 120 milhões de toneladas a capacidade de transporte num total de 9.500 quilômetros de rodovias. Isso até 2031. Para atingir tal meta, no entanto, serão necessários investimentos privados de R$ 9 bilhões, além de outros R$ 17 bilhões do setor publico.

Produtividade elevada - Bruno Lucchi mostrou aos chineses que o desenvolvimento da agropecuária brasileira, ao longo dos últimos 38 anos, deu-se a partir de forte inovação tecnológica com preservação do meio ambiente. Ele mostrou que, na safra 1976/77, o país produzia 46,9 milhões de toneladas de grãos, volume que saltou para 186,6 milhões de toneladas no biênio 2013/14.

Destaca-se que, apesar do forte crescimento da produção de grãos no país,  foram preservados 61% do território brasileiro. Manteve-se intacto o equivalente a 517 milhões de hectares da vegetação nativa. O aumento da produção de grãos foi, segundo ele, consequência do uso intensivo de tecnologias modernas que permitiu aumentar a produtividade, entre 1976 e 2011, por exemplo, em 148,5%.

Os empresários chineses mostraram-se interessados em aprofundar a troca de informações sobre oportunidades de investimento, pedindo dados adicionais sobre os setores mencionados pela CNA abertos à participação do capital estrangeiro. Empresários do noroeste da China, presentes na reunião, pediram dados sobre a produção de laticínios no Brasil já avaliando possíveis parcerias entre os dois países nessa área da agropecuária.

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CNA

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