Café: Com rally e ganhos de 300 pts nesta 6ª feira, Bolsa de Nova York tem fechamento semanal positivo

Publicado em 06/05/2016 17:50

Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam esta semana com alta de quase 2,5% no vencimento julho/16, referência de mercado, saindo de 121,50 cents/lb para 124,50 cents/lb. No entanto, o mercado oscilou dos dois lados da tabela durante os últimos dias repercutindo o câmbio, o otimismo dos operadores em relação à safra 2016/17 do Brasil – que começou a ser colhida há pouco – e indicadores técnicos.

Na sessão desta sexta-feira (6), os lotes com entrega para maio/16 encerraram a sessão cotados a 123,45 cents/lb com alta de 255 pontos, o julho/16 anotou 124,50 cents/lb com valorização de 300 pontos. Já o vencimento setembro/16 fechou o dia com 126,25 cents/lb, também com 300 pontos de valorização, enquanto o dezembro/16, mais distante, registrou 128,65 cents/lb com 290 pontos de avanço.

O mercado iniciou a semana com atenção ao otimismo dos operadores em relação à safra 2016/17 do Brasil. Há praticamente um consenso entre as entidades privadas de que a produção do país, que é o maior produtor e exportador da commodity no mundo, tenha produção de cerca de 50 milhões de sacas nesta temporada. O início da colheita nas principais áreas produtoras nos últimos dias só confirmou essa hipótese. Não há relatos de problemas até o momento.

De acordo com estimativa da consultoria Safras & Mercado, a produção de café do Brasil na safra 2016/17 deve totalizar 56,4 milhões de sacas de 60 kg. Levando esse número em consideração, os produtores brasileiros já comercializaram cerca de 11 milhões de sacas da safra nova ou 20% da produção esperada.

No Paraná, 5% da área de produção do estado, estimada em 47,34 mil hectares, já foi colhida. Os dados foram divulgados pelo Deral (Departamento de Economia Rural), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (SEAB). A entidade projeta a produção de café do estado entre 1 milhão de 1,1 milhão de sacas de 60 kg e produtividade média de 22,6 sacas por hectare. Na temporada 2015/16, a produção do grão no Paraná totalizou 1,2 milhão de sacas.

Nas últimas três sessões, as cotações do arábica na ICE fecharam do lado azul da tabela, após repercutir o otimismo dos operadores com o Brasil. O dólar passou a cair forte sobre o real e o petróleo a subir, o que acaba dando um tom altista para as commodities agrícolas de um modo geral.

Nesta sexta-feira, o mercado também teve suporte da parte técnica, os futuros demonstraram força após consolidar o patamar de US$ 1,20 por libra-peso nos últimos dias e registraram o maior rally desde meados de março. Também houveram muitas coberturas de posições por parte dos fundos. As informações são da agência de notícias Reuters.

"Os investidores resolveram colocar pressão na ponta compradora e desta forma, um mini rally acabou saindo prevalecido durante as operações em Nova York e Londres. Como dizem: Recompras voltaram ao radar dos operadores", afirma o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.

O dólar comercial encerrou esta sexta-feira com queda de 1,04%, cotado a R$ 3,5030 na venda, após o mercado alimentar expectativas de que os juros nos Estados Unidos vão demorar mais para subir diante da divulgação de dados ruins sobre o mercado de trabalho na maior economia do mundo. A moeda estrangeira mais baixa que o real acaba dando maior competitividade às exportações da commodity. No acumulado da semana, no entanto, a divisa estrangeira teve alta de 1,83%.

Em todo o mês de abril, as exportações de café do Brasil tiveram o pior nível dos últimos quatro meses com 2,23 milhões de sacas de 60 kg embarcadas e receita de US$ 325,5 milhões. Os dados foram divulgados na segunda-feira (2) pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Previsão de chuvas durante a colheita

A colheita do café, que começou há poucos dias em algumas áreas produtoras do Brasil, corre o risco de ser afetada em algumas localidades do Espírito Santo e Minas Gerais, com chuvas acima da média para o mês de maio. Mais chuvas nesta época do ano impedem o avanço adequado dos trabalhos no campo, afetam a secagem do café e estimulam floradas fora de época, prejudicando o potencial produtivo da próxima temporada.

O prognóstico é do meteorologista e pesquisador em Agrometeorologia e Climatologia da Embrapa Café (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e pesquisador da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), Williams Pinto Marques Ferreira.

» Café: Com previsão de chuvas acima da média em maio, colheita pode ser prejudicada; produtores devem ficar atentos

Mercado interno

A semana continua de poucos negócios nas praças de comercialização do país. Os produtores brasileiros estão mais atentos aos trabalhos de colheita e preferem aguardar melhores patamares para voltar ao mercado. Por outro lado, o comprador também aguarda a chegada da nova safra. Com isso, no acumulado semanal, os preços despencaram até R$ 20,00 a saca.

Segundo informações reportadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP) os preços do arábica e robustas iniciarão o mês de maio mais firmes. No entanto, quedas nos valores do arábica e altas nas cotações do robusta levaram a um estreitamento da diferença média entre ambos, que foi de 87,37 reais/saca de 60 kg no mês, a menor desde janeiro de 2014.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 540,00 a saca e alta de 1,89%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

Da sexta-feira passada para hoje, a cidade que registrou maior variação para o tipo foi Varginha (MG) com queda de R$ 25,00 (-4,85%), saindo de R$ 515,00 para R$ 490,00 a saca.

O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 517,00 a saca e avanço de 1,37%. Foi a maior oscilação dentre as praças no dia.

A variação mais expressiva de preço na semana para o tipo 4/5 também foi registrada em Varginha (MG), por lá a saca estava cotada a R$ 495,00 na sexta-feira passada, mas teve desvalorização de R$ 20,00 (-4,04%), e agora está em R$ 475,00.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação na cidade de Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 500,00 a saca e valorização de 4,17%. A maior variação no dia dentre as praças.

Para o tipo, conforme o gráfico, a maior oscilação na semana foi registrada em Poços de Caldas (MG), que tinha saca cotada a R$ 479,00, mas recuou R$ 21,00 (-4,38%) e agora vale R$ 458,00.

Na quinta-feira (5), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 455,15 com alta de 0,46%.

Bolsa de Londres

A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, seguiu Nova York e fechou com alta expressiva nesta sexta-feira. O contrato maio/16 registrou US$ 1619,00 por tonelada com alta de US$ 35, o julho/16 teve US$ 1649,00 por tonelada e avanço de US$ 32, enquanto o setembro/16 anotou US$ 1657,00 por tonelada e valorização de US$ 31.

Na quinta-feira (5), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 384,20 com alta de 0,13%.

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Tags:
Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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