FPA se articula para derrubar vetos ao Código Florestal

Publicado em 29/01/2013 07:25 e atualizado em 29/01/2013 10:13
No STF, ações do Ministério Público questionam constitucionalidade de alguns dispositivos da nova lei.
Mal entrou em vigor, o novo Código Florestal (Lei 12.651/12) inicia 2013 em meio a polêmicas. No Congresso, a bancada ruralista se articula para derrubar os vetos da presidente da República, Dilma Rousseff, ao texto.

O vice-líder do DEM e integrante da Frente Parlamentar do Agronegócio, deputado Ronaldo Caiado (GO), quer aproveitar a análise de mais de 3 mil vetos presidenciais, que o Congresso poderá fazer em fevereiro, para resgatar o texto aprovado pelos parlamentares, sobretudo quanto à recuperação de áreas de preservação permanente (APPs).

"Foi acordado que a recuperação das áreas que já estão produzindo teriam uma escala em menor proporção, ou seja, elas teriam de ser avaliadas sobre a real necessidade de sua preservação. E, no caso dos cursos d'água acima de 10 metros, teríamos uma graduação menor na metragem. Esse foi o acordo feito e que, infelizmente, não foi respeitado pela presidente", argumenta Caiado.

Vetos

O projeto original (PL 1876/99) do novo código, aprovado pelos parlamentares em maio do ano passado, já havia sofrido vetos parciais, que foram complementados pela Medida Provisória 571/12. Essa MP (convertida na Lei 12.727/12), porém, após ser modificada pelos parlamentares, também teve nove itens vetados por Dilma, em outubro, sob o argumento de não anistiar desmatadores e garantir a inclusão social no campo.

Desde então, um decreto presidencial resgatou a chamada "escadinha", que traz regras diferentes de recomposição das margens desmatadas de rios, de acordo com o tamanho da propriedade.

Ministério Público

O novo Código Florestal também é alvo de três ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs) movidas pela Procuradoria Geral da República (PGR), no Supremo Tribunal Federal (STF). O Ministério Público questiona vários dispositivos da nova lei, entre eles a definição de APPs, a redução da reserva legal e a chamada anistia para quem desmatou até julho de 2008. O Partido Verde divulgou nota em apoio à iniciativa dos procuradores.

O coordenador de política e direito do Instituto Socioambiental, Raul do Valle, avalia que, apesar do atual momento de insegurança jurídica, o pior cenário seria a manutenção de uma lei que, segundo ele, possui itens inconstitucionais e que afetam o equilíbrio ecológico. "Não há dúvida de que haverá insegurança jurídica. Esse é o preço que os parlamentares que quiseram aprovar essa lei colocaram para a sociedade.”

Valle lembra que, na história recente do Supremo, poucos casos de relevância e complexos como a legislação ambiental foram decididos rapidamente. “Então, nesse contexto, acho que o ideal é implementar a lei e aguardar o que vai mudar. Acho difícil o STF derrubar a lei inteira, mas, muito provavelmente, retirará alguns pontos importantes, sobretudo no que diz respeito à anistia", complementa.

Nas ações encaminhadas ao Supremo, o Ministério Público pede a concessão de liminar para a suspensão imediata dos dispositivos questionados no novo código, até o julgamento final do caso.
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Fonte:
Agência Câmara

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4 comentários

  • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

    A FPA não teria nenhum caminho para o STF rever sua decisão de criar a Reserva Raposa do Sol que seria entregue aos índios e que na prática, diversas denuncias publicadas anunciam que o lugar está na realidadde, entregue a estrangeiros e que o brasileiro é inclusive proibido de lá visitar, ferindo mortalmente o sentido de soberania nacional, que se comprovado, dará a nossas Forças Armadas, de acordo com a Lei, o direito de intervir para garantir a constituição...

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  • Régis Camargo Bragança Paulista - SP

    Faço das palavras do nobre leitor Augusto de Goiânia, as minhas e, referente as ADIs, entendo que é um bando de mauricinhos e patricinhas que sequer sabe como se planta uma batata tentando defender... direitos de quem mesmo?

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  • Augusto Mumbach Goiânia - GO

    Deputado Ronaldo Caiado, já que a gente tá tendo que brigar mesmo pelo que já teria que estar estabelecido. Por que não brigar por mais? É o que estão fazendo os sabotadores da agricultura. Devemos brigar pelo texto original que a bancada ruralista queria. Isso é uma responsabilidade que temos para com a agricultura e para com o Brasil. Já vi que o senhor é o único que tem coragem mesmo. Então vamos atrás do tudo, já que não aceitaram o meio termo.

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  • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

    Já que vão analizar os vetos, que tal colocarem no código que os Cartórios tem poder de dar garantias a quem registra um imóvel, porque hoje em dia se aparecer um "tacape" numa propriedade, qualquer índio que aparecer pode se apresentar como dono daquela região...

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