Milho: Semana é positiva aos preços no mercado interno, com valorizações entre 2,53% e 8,33%

Publicado em 31/10/2014 16:49 e atualizado em 02/11/2014 07:18

A semana foi bastante positiva para os preços do milho praticados no mercado interno brasileiro. Segundo levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, as principais praças pesquisadas registraram forte elevação. Em São Gabriel do Oeste (MS), as cotações aumentaram 8,33% e fecharam a sexta-feira a R$ 19,50. Já em Campo Novo do Parecis (MT), a alta foi de 3,70%, com a saca do cereal negociada a R$ 14,00. 

Nas regiões paranaenses de Ubiratã, Londrina e Cascavel, os ganhos ficaram em 2,78% e saca do milho cotada a R$ 18,50. Em Tangará da Serra (MT), a saca terminou a semana negociada a R$ 15,00, com ganhos de 3,45%. Na localidade de Jataí (GO), a alta foi de 2,53%, com a saca a R$ 19,82. Na contramão desse cenário, no Porto de Paranaguá, a semana foi negativa de 3,77%, apesar da alta registrada nesta sexta-feira, de 1,19%, com a saca do grão cotado a R$ 25,50. 

Na visão do analista de mercado da Novo Rumo Corretora, Mário Mariano, o mercado de milho no Brasil ainda avalia o que fazer com os estoques do cereal. Os estoques são estimados em mais de 15 milhões de toneladas para o final dessa safra, conforme dados da Conab (Companhia Nacional do Abastecimento). 

"Ao mesmo tempo, também há a preocupação com a instalação da safrinha de milho no início do próximo ano que, justificaria uma alta. E para garantir a oferta, os compradores preferem já adquirir o produto. Há 30 dias, tínhamos um preço da saca do milho próxima de R$ 11,40, na região de Campo Novo do Parecis, Sorriso (MT), e hoje esse valor é de R$ 14,50", diz Mariano.

Apesar da reação nos preços, que algumas localidades supera 25%, o analista destaca que os produtores ainda podem ter melhores oportunidades de comercialização. "Poderemos ter uma corrida de preços maior, pois com a demanda concentrada e o atraso da semeadura da safrinha por conta do clima, os agricultores que tiverem o milho disponível poderão ter uma alavancagem maior nos preços", completa.

BM&F Bovespa

Os futuros do milho negociados na BM&F terminaram a sessão desta sexta-feira com perdas. As principais posições futuras do cereal exibiram desvalorizações entre 1,40% e 2,99%. O contrato março/15 era cotado a 29,20, depois de ter atingido o patamar de R$ 30,46 a saca na última quarta-feira (29).

O mercado recuou pelo segundo dia consecutivo após as altas expressivas registradas recentemente. Para o analista da Cerrado Corretora, Mársio Antônio Ribeiro, os preços recuaram refletindo os fundamentos baixistas, principalmente em relação às projeções de estoques elevados no Brasil, e os ganhos dos últimos dias foram apenas especulações.

"As preocupações com o clima ainda podem dar suporte aos preços, mas não terá força para manter o movimento positivo. Com isso, os contratos negociados na BM&F podem buscar uma acomodação nos patamares próximos de R$ 25,00 a R$ 26,00", acredita o analista.

As cotações futuras subiram fortemente nos últimos dias impulsionadas pela redução da área destinada ao cereal na primeira safra e as com as especulações do clima no Brasil, atrasando o plantio da soja. Para a safra de verão, a Conab estima a produção entre 27 a 29 milhões de toneladas, número abaixo do colhido na temporada anterior, acima de 31 milhões de toneladas.

Por outro lado, o atraso na semeadura da soja nas principais regiões produtoras, deve comprometer a janela ideal de cultivo do milho safrinha de 2015. No Mato Grosso do Sul, até o momento cerca de 30% da área já cultivada com a soja, conforme dados da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul). O índice está bem abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, de 60%. 

Em outra importante região produtora, o estado de Mato Grosso, apenas 20,1% da área foi semeada com a oleaginosa. Segundo dados do Imea (Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária), em 2013, o plantio do grão já estava completo em 50,5%.

A situação também se repete no Paraná, onde cerca de 47% da soja foi cultivada, de acordo com o último boletim do Deral (Departamento de Economia Rural). Já no ano anterior, no mesmo período, os agricultores paranaenses já tinham conseguido finalizar os trabalhos nos campos. 

Além da preocupação com o atraso na semeadura do grão, outra apreensão é o comprometimento da janela ideal de plantio do milho safrinha em 2015. Frente a esse cenário, muitos produtores já estão repensando a próxima safrinha e, inclusive, poderão cancelar parte das compras de sementes e insumos.
Outro fator que também contribuiu para a firmeza nos preços foi o câmbio, que nos últimos dias registrou altas expressivas. A moeda norte-americana é um importante componente na formação dos preços. Do mesmo modo, os ganhos em Chicago influenciam positivamente no mercado brasileiro. 

Bolsa de Chicago

Em uma sessão volátil, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram o dia com ligeiros ganhos. As principais posições da commodity encerraram o pregão com altas entre 1,75 e 2,75 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,76 por bushel. O saldo da semana também foi positivo, já que as cotações do cereal acumularam valorizações entre 2,81 a 3,58%.

Ao longo dos últimos dias, o mercado tem encontrado suporte nas altas registradas no farelo de soja. Com a demanda do setor de rações aquecida, a procura por farelo de soja aumentou, o que fez com que os preços do milho subissem. Isso porque, os dois produtos são os principais componentes na composição da ração animal.

Em contrapartida, os investidores também observam as notícias sobre o clima nos Estados Unidos e a evolução da colheita do grão. Frente ao excesso de chuvas, os produtores norte-americanos foram obrigados a paralisar os trabalhos nos campos, que aos poucos têm sido retomados. Até o último domingo, cerca de 46% da área havia sido colhida, conforme dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Entretanto, a perspectiva é que essa semana, os produtores tenham conseguido evoluir com a colheita, devido ao clima favorável no país. Inclusive, os relatos vindos dos campos são positivos e há especulações que no próximo relatório de oferta e demanda, o USDA reporte para cima a projeção para a safra dos EUA. O departamento norte-americano também irá atualizar os números no próximo boletim de acompanhamento de safras, que será divulgado na próxima segunda-feira (3).

Outro fator que também movimentou os preços durante essa semana, foram os números de embarques semanais e vendas para exportação. Ambos os números divulgados ficaram abaixo da semana anterior e das expectativas dos participantes do mercado, o que contribuiu para pressionar os preços.

Veja como fecharam os preços do milho nesta sexta-feira:

>> MILHO

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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