Milho: Com suporte no aumento na produção de etanol nos EUA, mercado reage e fecha sessão com leves ganhos na CBOT

Publicado em 28/05/2015 17:22

Em meio à tentativa de recuperação, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta quinta-feira (28) em campo positivo. As principais posições do cereal exibiram ganhos entre 3,00 e 4,00 pontos. O contrato julho/15 era cotado a US$ 3,53 por bushel, depois de ter encerrado o dia anterior a US$ 3,49 por bushel.

Os futuros da commodity voltaram a subir após dois pregões consecutivos perdas e tocar os patamares mais baixos dos últimos sete meses. De acordo com informações reportadas pelo site internacional Farm Futures, o mercado encontrou suporte no relatório da AIE (Agência de Informação de Energia) indicando um aumento na produção de etanol a partir de milho no país.

Até a semana encerrada no dia 22 de maio, a produção ficou em 969 mil barris por dia, contra os 958 mil barris indicados na semana anterior. Em contrapartida, os estoques de etanol norte-americanos apresentaram ligeira queda e, recuaram de 20,4 mil barris para 20,1 mil barris, no mesmo período. Para a safra 2014/15 e a safra nova, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estima que, cerca de 132,09 milhões de toneladas do grão sejam destinados à produção de etanol.

Contudo, o clima permanece bastante favorável no Meio-Oeste dos EUA para o desenvolvimento da cultura. E as previsões climáticas ainda indicam chuvas para os próximos dias no cinturão produtor. Com isso, o departamento norte-americano divulgou em seu último boletim de acompanhamento de safras que, em torno de 74% das plantações apresentam boas condições. Já o plantio do grão, chegou a 92% até o último domingo (24).

 "Os preços têm sido pressionados pelo bom andamento da safra nos EUA e o plantio que está caminhando para o final e está acima da média dos anos anteriores. E com a expectativa de uma safra robusta norte-americana e o balanço entre oferta e demanda é positivo, podemos ter espaço para novas quedas. Porém, tudo irá depender da confirmação da produção", destaca a analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi.

Entretanto, a analista não descarta possíveis problemas com o clima, até meados de agosto, quando a safra deverá estar consolidada. Por enquanto, os institutos de meteorologia destacam a configuração de El Niño, o que poderá favorecer a produtividade das plantações nos EUA e também no Brasil.

"Ainda assim, teremos que acompanhar as variáveis de demanda, mas pelo lado da oferta, temos um cenário de oferta ampla o que tende a pressionar as cotações. Também precisaremos acompanhar o dólar, que está fortalecido no mercado internacional, o que acaba comprometendo a competitividade do produto norte-americano", acredita Ana Luiza.

Mercado interno

As cotações do milho no mercado interno brasileiro tiveram um dia de estabilidade. Apenas em São Gabriel do Oeste (MS), a saca do cereal caiu 2,86%, e terminou o dia cotada a R$ 17,00, conforme levantamento do Notícias Agrícolas. No Porto de Paranaguá, a saca permaneceu em R$ 28,00, para entrega em outubro/15.

"No mercado interno, os preços têm recuado um pouco nas últimas semanas, principalmente por conta das boas perspectivas para a segunda safra brasileira, que apesar do atraso no plantio, apresenta boas condições. E também os estoques elevados têm pesado sobre as cotações. Com a alta do dólar, os preços até tentam reagir, porém, não conseguem dar continuidade ao movimento", acredita Ana Luiza.

E, assim como no mercado internacional, o produtor brasileiro também precisará acompanhar a evolução da demanda, uma vez que o avanço do câmbio poderá criar oportunidades aos agricultores, conforme diz a analista. "Pelo lado da oferta, ainda temos um cenário baixista. Com isso, os produtores que não negociaram parte da safrinha, devem negociar aos poucos, quando conseguir uma margem. Isso porque não sabemos o quão pressionado os preços poderão ficar", finaliza.

Veja como fecharam as cotações nesta quinta-feira:

>> MILHO

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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