B3 volta a sentir o dólar e milho acumula mais perdas nesta 3ªfeira

Publicado em 04/10/2022 16:34
Chicago subiu, mas reverteu baixas no Brasil

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A terça-feira (04) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando movimentações negativas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações recuaram e flutuaram na faixa entre R$ 86,40 e R$ 94,91. 

O vencimento novembro/22 foi cotado à R$ 86,40 com desvalorização de 1,58%, o janeiro/23 valeu R$ 91,75 com perda de 1,40%, o março/23 foi negociado por R$ 94,91 com queda de 0,98% e o maio/23 teve valor de R$ 93,81 com baixa de 1,04%.  

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 ficou em queda seguindo o movimento negativo do dólar, o que atua para reduz os preços à nível de portos e também reflete no mercado interno. 

“É uma semana, em função do dólar, que o milho tende a recuar internamente. Mesmo com a alta de Chicago, ela não consegue compensar aqui dentro, porque tivemos uma queda forte do dólar ontem e, automaticamente, vai refletir no mercado interno porque a exportação brasileira é o que comanda os preços aqui dentro”, explica Brandalizze. 

No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho também teve uma terça-feira negativa. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas não encontrou valorização em nenhuma das praças, mas identificou valorizações em Ubiratã/PR, Londrina/PR, Cascavel/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Pato Branco/PR, Jataí/GO, Rio Verde/GO, São Gabriel do Oeste/MS, Eldorado/MS e Itapetininga/SP. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira 

De acordo com a análise diária da Agrifatto Consultoria, “ainda que as exportações brasileiras estejam em ritmo acelerado, a expressiva queda de mais de 4% da moeda norte-americana na B3 repercutiu na saca de milho voltando a ser comercializada próxima de R$ 84,00 em Campinas/SP”. 

O analista de mercado da Grão Direto, Ruan Sene, acredita que as condições climáticas continuarão sendo acompanhadas de perto pelo mercado, diante do progresso do plantio e desenvolvimento inicial da safra 2022/23.  

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Além disso, Sene destaca que, “o milho brasileiro permanecerá extremamente demandado internacionalmente, e o ritmo de exportação será um elemento relevante que norteará o mercado brasileiro nas próximas semanas”. 

Mercado Externo 

A Bolsa de Chicago (CBOT) operou com os preços internacionais do milho futuro no campo positivo ao longo toda a terça-feira. 

O vencimento dezembro/22 foi cotado à US$ 6,83 com elevação de 2,25 pontos, o março/23 valeu US$ 6,90 com ganho de 2,50 pontos, o maio/23 foi negociado por US$ 6,91 com valorização de 3,00 pontos e o julho/23 teve valor de US$ 6,84 com alta de 3,00 pontos. 

Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última segunda-feira (03), de 0,44% para o dezembro/22, de 0,44% para o março/23, de 0,44% para o maio/23 e de 0,44% para o julho/23. 

Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de milho dos Estados Unidos subiram nesta terça-feira, após a ampla força nos mercados de commodities e ações vinculadas à diminuição das preocupações com a economia global. 

A publicação destaca que, o índice do dólar esfriou, recuando ainda mais em relação às máximas de duas décadas estabelecidas no mês passado, depois que o Banco Central da Austrália surpreendeu os investidores com um aumento da taxa de juros menor do que o esperado, moderando os temores de que taxas mais altas globalmente desencadeariam uma recessão. Um dólar mais fraco também tende a tornar os grãos norte-americanos mais competitivos no mercado de exportação. 

“Se você olhar para os mercados externos, dirá que deve ser um ambiente de 'risco'”, disse Don Roose, presidente da US Commodities, com sede em Iowa. 

Roose também relata que, a força do petróleo bruto ajudou a elevar os futuros de grãos, dado o papel do milho como a principal matéria-prima dos EUA para o etanol combustível e o uso do óleo de soja no biodiesel. 

Outro fator positivo é a colheita de milho nos Estados Unidos que foi reportada em 20% pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), abaixo da média dos últimos cinco anos que é de 22%. 

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Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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