Após intensa alta na CBOT, grãos realizam lucros nesta 4ª feira

Publicado em 29/05/2013 08:00 e atualizado em 29/05/2013 10:06

Depois de altas de mais de 30 pontos na sessão desta terça-feira (28), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago encerraram o pregão eletrônico com ligeiras perdas, próximos da estabilidade, devolvendo parte dos ganhos. As principais posições da commodity fecharam a sessão com pequenas quedas entre 0,25 e 0,50 ponto. Já no mercado do milho apenas o contrato julho/13 encerrou do lado negativo da tabela, os demais contratos conseguiram se sustentar e exibiram ganhos entre 1,50 e 2,50 pontos.

O mercado parece operar com um leve movimento de realização de lucros na manhã de hoje, após as cotações terem registrado intensa valorização no pregão de ontem, reflentindo as condições de clima muito desfavorável ao plantio da nova safra nos EUA. No último final de semana, choveu muito nos Estados, porém, os números apresentados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre o avanço da semeadura não surpreendeu os analistas e investidores, ficando dentro do esperado. 

De acordo com o departamento, até o último domingo (26), o plantio da soja estava concluído em 44%, contra 24% da semana anterior. No milho, a semeadura era de 86% da área, contra 71% da semana passada.

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira (28):

Soja fecha com forte alta frente à chuvas excessivas nos EUA

O clima adverso nos Estados Unidos, com excessivas chuvas no Meio-Oeste norte-americano no último final de semana, impulsionaram o mercado internacional de grãos na sessão desta terça-feira (28) na Bolsa de Chicago. A soja encerrou com mais de 30 pontos de alta nos principais vencimentos, e o milho com ganhos de mais de 14 pontos. 

Segundo analistas, o mercado se focou nas condições climáticas ainda atrasando a evolução do plantio da nova safra. Para alguns, esse atraso cria ainda preocupações sobre uma possível redução do potencial produtivo das lavouras norte-americanas. 

Em importantes regiões produtoras do Corn Belt, as chuvas ficaram acima das expectativas em estados como Iowa, Minnesota e Dakota do Sul. Além disso, as novas previsões climáticas indicam que as precipitações intensas devem continuar nos próximos dias, impedindo ainda mais os trabalhos de campo. 

Chuvas nos EUA 1

A imagem mostra a grande quantidade de chuvas que atingiu o Meio-Oeste norte-americano no último sábado, dia 25 de maio. 

“Em algumas regiões houve chuvas e até neve que queimou parte do milho em algumas localidades do país. Estamos no meio do mês de maio, e o plantio deveria estar completo. Estamos vindo de uma safra de estoques apertados, por isso, necessita de uma safra cheia para recompor os estoques dos EUA e mundiais, situação que deixa o mercado apreensivo”, disse o analista de mercado Étore Baroni, da FCStone. 

No entanto, segundo Pedro Dejneka, analista da PHDerivativos, esse reflexo muito intenso do clima desfavorável nos EUA, principalmente no mercado da soja, ainda seria um pouco prematuro,haja vista que o plantio da oleaginosa ainda está no início e as lavouras precisam sentir como essas condições adversas irão impactar efetivamente nas lavouras.

"Ainda temos tempo de colocar essa soja no chão. E com esse atraso do milho, há uma grande possibilidade de pelo menos um milhão de acres serem transferidos para a soja, ou seja, a área seria maior do que a divulgada no último relatório do USDA. E é preciso prestar atenção no clima nos próximos 11 a 15 dias, que, geralmente, é o período mais longo em que se pode ter algum tipo de ideia com o que vai acontecer com os mapas meteorológicos, que indicam que as chuvas poderiam cessar", explicou. 

Ainda segundo o analista, com o mercado focando o quadro climático nos Estados Unidos, a tendência é de que a volatilidade continue cada dia mais intensa e mais presente entre os negócios com os grãos na Bolsa de Chicago. 

Além das condições de clima desfavorável, Dejneka afirma ainda que os preços da soja seguem sustentados pela apertada relação entre oferta e demanda, principalmente nos Estados Unidos. Paralelamente, a movimentação de indústrias chinesas "tendo que cobrir contratos de julho para cobrir contratos financeiros que fizeram no seu próprio país",também favoreceu o avanço dos preços. 

"Ainda há de cinco a sete milhões de toneladas que a China precisa precificar ainda e a ação de hoje apenas confirma que não acabou essa situação de compra no contrato de julho", explica Dejneka. 

 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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