Soja: Em dia técnico, mercado fecha sessão desta 3ª feira próximo da estabilidade em Chicago

Publicado em 24/11/2015 17:10

Em mais uma sessão de volatilidade, os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o dia com leves ganhos. Durante o pregão, as principais posições da commodity testaram os dois lados da tabela, mas encerraram com ligeiras quedas entre 0,25 e 0,50 pontos. O vencimento janeiro/16 era cotado a US$ 8,63 por bushel e o maio/16 a US$ 8,72 por bushel.

De acordo com o economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, o mercado operou de maneira bastante técnica nesta terça-feira. “Os preços seguem confinados no mês de novembro em uma faixa estreita, em um patamar entre US$ 8,50 por bushel e US$ 8,65 por bushel. E na quinta-feira (26), teremos um dos feriados mais importantes no país, que é o Dia de Ação de Graças. Com isso, os fundos que andam sobrevendidos acabaram comprando posições para passar o feriado tranquilamente”, ressalta.  

E, com a finalização da safra americana, o foco passar a ser a América do Sul. Em meio à eleição de Maurício Macri, para a presidência da Argentina ainda há muitos rumores sobre o que pode acontecer a partir de dezembro, quando o político assume o cargo.

"Já está circulando no mercado que o novo presidente poderia suspender temporariamente os impostos de exportação para uma janela de três meses já a partir de dezembro. Em uma tentativa de começar a mover grandes estoques de passagem", disse Tobin Gorey no Commonwealth Bank of Australia e publicado no site internacional Agrimoney.

Diante dos impostos elevados, os produtores argentinos têm retido os grãos. Especulações indicam que a tributação, que atualmente está próxima de 35%, possa cair gradativamente cerca de 5% por ano. A projeção é que haja ainda 11 milhões de toneladas do grão nas mãos dos agricultores.

Já no Brasil, as atenções estão voltadas ao plantio da soja. Até a última semana, em torno de 65,6% da área projetada para essa temporada já havia sido plantada. Em igual período do ano anterior, em torno de 78% da área havia sido semeada.

Na região Centro-Oeste, o maior estado produtor do grão, Mato Grosso, ainda sofre com as chuvas irregulares. E, além do atraso, os produtores ressaltam a necessidade de replantio em muitas áreas. Dados oficiais apontam que cerca de 89,7% da área já foi plantada com a oleaginosa. "A chuva que vinha sendo aguardada não se consolidou em algumas regiões e por isso o total já cultivado fica abaixo de 2014 e da média dos últimos cinco anos, de 93%", apontou o Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) em nota.

O cenário é parecido em uma importante região de Goiás, Rio Verde. O produtor rural da localidade, José Roberto Brucelli, ressalta que não nunca houve tantos casos de replantio como nesta temporada. E além dos custos mais altos, o cenário também gera incertezas sobre a produtividade das plantações na safra 2015/16.

Para essa semana, as previsões climáticas indicam chuvas para grande parte do Centro-Oeste do país. Segundo boletim informativo do agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos, a atenção também estar voltada ao Sul do Brasil.

“No Paraná, Santa Catarina e sul do Mato Grosso do Sul essas chuvas já começam a trazer prejuízos aos produtores, pois a vários e vários dias chove regularmente na região e desse modo, os produtores não conseguem ir a campo e realizar os tratos culturais, tão essenciais ao desenvolvimento das plantas. E a tendência é que esse padrão chuvoso se mantenha ao longo de toda a semana”, afirma o especialista.

Mercado interno

Apesar das leves quedas em Chicago e no dólar, as cotações subiram nos portos brasileiros. Nesta terça-feira, a saca da soja disponível era cotada a R$ 81,00, com ganho de 3,85% no Porto de Paranaguá. Já a saca para entrega futura era cotada a R$ 74,00, com ganho de 1,37%. Em Rio Grande, o preço disponível chegou a R$ 80,10, com alta de 1,39% e o futuro estável com a R$ 76,00 a saca.

Por sua vez, a moeda norte-americana fechou o pregão com queda de quase 1%, negociada a R$ 3,7040 na venda. De acordo com informações da agência Reuters, o movimento negativo é uma reação às especulações de que o Federal Reserve, banco central americano, será gradual ao aumentar a taxa de juros nos EUA e também na intervenção do Banco Central brasileiro no mercado.

Diante desse cenário, Motter destaca que os produtores estão mais focados na finalização do plantio da soja e nas condições climáticas. “Em relação à comercialização, os preços praticados não são tão convidativos aos produtores nesse momento. Mas da safra velha, os agricultores devem ir participando do mercado”, orienta o economista.

Confira como fecharam os preços nesta terça-feira:

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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