Trigo: Ainda não se tem a dimensão exata do estrago das geadas, mas as perdas poderão ser grandes
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Trigo: Ainda não se tem a dimensão exata do estrago das geadas, mas as perdas poderão ser grandes
DownloadAs geadas do último final de semana comprometeram as lavouras de trigo no estado do Rio Grande do Sul, mas ainda não se tem dimensão das perdas de produtividade nas áreas que foram afetadas. Na região Noroeste, 60 a 70% das lavouras de trigo estão em fase de floração e na cidade de Santo Ângelo 50% das áreas plantadas com trigo estão em estágio de floração e espigamento.
De acordo com o Corretor de Mercado De Baco Corretora de Mercadorias, Marcelo De Baco, ainda é muito cedo para quantificar as perdas nas lavouras já que as especulações podem afetar o mercado. “Os relatos que temos é que as áreas mais adiantadas na região noroeste do estado estavam mais suscetíveis as perdas irreversíveis”, afirma.
Na localidade de São Luiz Gonzaga/RS, as lavouras de trigo estavam com 19% em estágio de florescimento e 3% estavam em fase de enchimento de grão. “Se tiver uma chuva nos próximos dias vamos ter uma quantificação melhor dos estragos, mas o real número será durante a colheita”, destaca.
O corretor explica que o cereal que perde qualidade é destinado a ração animal, porém quando as perdas são de PH as indústrias conseguem aproveitar já que possuem características para fazer massas e pães. A expectativa é que tenha uma redução na oferta de farinhas e vai gerar um aumento nos preços ao consumidor. “Não será um aumento imediato, mas no futuro próximo essa correção vai ocorrer e vai resultar em uma inflação”, aponta.
O consumo mundial de trigo está em 766 milhões de toneladas, enquanto, é produzido 750 milhões toneladas. “A demanda e consumo estão muito ajustados, mas temos um estoque mundial em que a China e Índia tem os maiores excedentes no mercado. Esses países já informaram que pretendem vender esses estoques”, disse o corretor.
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Preços
Na safra 2018/19, o cereal estava precificado a R$ 690,00 por tonelada e com um câmbio ao redor de R$ 3,80. “Hoje, nós falamos de uma safra cotada a R$ 1.200 por tonelada e o dólar está acima dos R$ 5,40. Com menos trigo no Rio Grande do Sul e Paraná e com as exportações já comprometidas, qualquer perda que se tem por conta do clima vai impactar nos preços ao consumidor”, explicou.
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