Fim de semana frio serve de alerta à aproximação do inverno, por Rodrigo Costa

Publicado em 21/05/2018 09:47

O dólar americano teve mais uma forte semana de apreciação, assim como os juros dos títulos de dez anos da dívida dos Estados Unidos atingiram o mais alto patamar desde julho de 2011.

O movimento tem como pano de fundo uma perspectiva mais positiva de crescimento da economia americana e, talvez, um pouco de precaução com a ascendência de movimentos populistas, como temos acompanhado na Itália.

A moeda europeia já desvalorizou 5% nos últimos trinta dias, percentual similar à apreciação do índice do dólar, o DXY, e nem por isso os principais índices de commodities perderam força.

O CRB se manteve nas máximas recentes, tendo onze dos seus vinte componentes fechado positivamente durante a semana.

O café em Nova Iorque cedeu levemente, mas diante do Real negociando a 3.7712 na sexta-feira e da queda acentuada recente do Peso Colombiano a performance foi até positiva.

A chegada de uma frente fria no cinturão de café brasileiro neste fim de semana talvez tenha provido suporte aos preços do arábica, servindo como uma “wake-up call” aos baixistas de plantão.

A renovação das apostas em baixa dos fundos, os quais voltaram a vender novamente o terminal depois de uma nova falha técnica, encontrou interesse de compra dos comerciais, que sabiamente preferem garantir alguma cobertura do que especular em quedas ainda mais acentuadas.

Londres também reagiu um pouco, de certo descontando o atraso da chegada da safra do conilon, que por sinal vários agentes aguardam um bom volume sendo destinado para entrega daquele terminal.

A proximidade do fim da safra atual no Brasil nos trás realidades distintas, como por exemplo a disponibilidade de lotes grandes ainda a serem vendidos por parte de alguns produtores e negociantes, ao mesmo tempo que se estima um total de 92% da safra já ter sido negociada.

A CONAB soltou sua segunda estimativa de produção para a safra 18/19 prevendo uma colheita de 44.3 milhões de sacas de arábica e 13.7 milhões de sacas de conilon – números similares aos trabalhados por vários agentes de mercado. O IBGE diz que a produção será 55.3 milhões de sacas, 42.2 milhões de arábica e 13.1 milhões de conilon – os gringos não entendem muito bem o motivo de duas estimativas oficiais.

O USDA começou a divulgar seu relatório sobre a produção de diversos países. Para o Peru a safra esperada é de 4.3 milhões de sacas, 5% acima da anterior, El Salvador 640,000 sacas, frente as 609.5 mil do ano passado, e Guatemala 3.3 milhões, 200 mil a mais do último ciclo.

Os estoques americanos acompanhados pela Green Coffee Association, apontaram um aumento de 165,248 sacas em abril, totalizando 6,890,354 sacas ao fim do mês.

O contrato “C” pode ter uma nova queda na próxima semana caso o frio que chega no Brasil dissipe e volte a esquentar encorajando novamente vendas de especuladores – óbvio que o contrário pode puxar as cotações para cima.

Tecnicamente o terminal precisa respeitar os US$ 115.35 centavos por libra para evitar novas vendas dos fundos de sistema, e deve encontrar recompra dos vendidos acima de US$ 120.80 centavos por libra-peso.

Espero vê-los no sempre excelente Simpósio da MonteCCer, onde dividirei um painel sobre mercado com dois grandes amigos e profissionais na próxima sexta-feira.

Uma ótima semana e muito bons negócios a todos.

Rodrigo Costa*

*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting

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Fonte:
Archer Consulting

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